A megaoperação na Penha e no Alemão, coordenada pelo governador Cláudio Castro (PL), já é a mais letal da história do Rio de Janeiro. Mas ainda há perguntas sem respostas sobre essa chacina sem precedentes.
A Agência Pública está acompanhando o caso de perto. A seguir, apresentamos perguntas e respostas que ajudam a entender os principais pontos.
1- Quantas pessoas foram mortas?
Na tarde de terça-feira (28), o governo havia divulgado 64 mortes, incluindo quatro policiais. Mas moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte, levaram dezenas de corpos para a Praça São Lucas, uma das principais vias da região.
Com isso, o número total de pessoas mortas desde terça passa de 100, como confirmado pela Defensoria Pública do Estado nesta quarta.
Ainda será realizada uma perícia para identificar a relação entre essas mortes e a operação. Também não está claro onde estão os corpos dos mortos confirmados inicialmente pelo governo.
2- Qual a relação entre as mortes e a investigação policial?
O governador Cláudio Castro defendeu nesta quarta-feira (29) a operação Contenção. “Não vamos ficar chorando, ajudaram ou não ajudaram. Não dá para contar com apoio, a gente fez a nossa operação e foi um sucesso”, afirmou Castro.
Contudo, os agentes de segurança haviam saído para cumprir quase cem mandados de prisão e o governo não esclareceu qual a relação das mortes com os investigados e o cumprimento dos mandados.
3- Quantos foram feridos? E como?
Há relatos de moradores que foram alvejados por tiros, inclusive há denúncias de pessoas que teriam sido atingidas por policiais - e que os agentes teriam alegado confundi-los com criminosos, o que também não justificaria a execução.