sexta-feira, outubro 24, 2025

Após arquivamento de processo, Gleisi acusa Câmara de blindar Eduardo Bolsonaro

Publicado em 23 de outubro de 2025 por Tribuna da Internet

Ministra criticou parlamentares da oposição

Luis Felipe Azevedo
O Globo

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou a decisão da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados de arquivar o processo disciplinar instaurado contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. Para Gleisi, o posicionamento desta quarta-feira é “vergonhoso”, um “estímulo aos golpistas” e um “desserviço à democracia”.

“Desde quando conspirar com um governo estrangeiro contra o Brasil virou prerrogativa de parlamentar? Desde quando trair a pátria deixou de ser crime? Foi isso que Eduardo Bolsonaro fez, sem o menor pudor, desde que fugiu para os Estados Unidos. É simplesmente vergonhoso que a maioria do Conselho de Ética da Câmara tenha votado pelo arquivamento da representação contra o deputado traidor. Deixar seus crimes impunes é um estímulo aos golpistas e um desserviço à democracia e ao país”, escreveu Gleisi no X.

“IMUNIDADE” – O placar foi de 11 votos pelo arquivamento e 7 contrários. A decisão do colegiado está de acordo com o parecer do Delegado Marcelo Freitas (União-MG), que apresentou uma argumentação a favor da improcedência da denúncia. Após a discussão do tema, o relator defendeu novamente sua posição: “Este Conselho de Ética não pode ser censor de palavras ditas no Brasil ou no exterior. Entendemos que o caso está acobertado pela imunidade parlamentar”, afirmou Freitas.

O deputado recebeu o link para participar da reunião, mas não compareceu. O presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União Brasil-AP), confirmou que ele teria direito a fazer o uso da palavra, mas preferiu não entrar na sessão.

A representação, apresentada pelo PT, acusava o parlamentar de usar o mandato para atacar as instituições democráticas — especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF) — e de tentar influenciar autoridades estrangeiras a impor sanções econômicas ao Brasil.

EXPOSIÇÃO – Segundo o partido, as declarações de Eduardo teriam “desacreditado o sistema democrático brasileiro” e “exposto o país a constrangimento internacional”, em meio a decisões do STF que atingiram aliados do bolsonarismo. Na representação, o PT sustenta que “a imunidade parlamentar não é um salvo-conduto para a prática de atos atentatórios à ordem institucional, tampouco um manto protetor para discursos de incitação à ruptura democrática”.

Fora do país há sete meses, Eduardo Bolsonaro também pode perder o mandato por faltas injustificadas. A tramitação do caso foi marcada por atrasos — a votação do relatório chegou a ser adiada porque Schiochet não estava em Brasília na semana passada.

Em destaque

Presidente do BC mandou vários recados ao ministro Toffoli no Supremo

Publicado em 25 de dezembro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Galípolo disse aos jornalistas que tudo está doc...

Mais visitadas