Airton Cordeiro
As últimas notícias do Paraná Clube são estarrecedoras. Pressão de empresários, investidores e parceiros. O técnico Zetti saiu detonando, mas poupou a L.A., Figer e alguns dirigentes. Não deixou de falar em falsidade. De quem, não disse. Falou uma coisa para a rádio Transamérica e outra para este jornal. Fiquei sem entender, por ausência de argumentos contundentes do treinador. Também mencionou desentendimentos internos da diretoria do Tricolor. Uma lavanderia de roupa suja e encardida.
Fico a me perguntar com que tipo de gente trabalha o Paraná: agiotas, caloteiros, malandros ou mafiosos? Todos nocivos ao clube.
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As origens da crise
Recentemente o ex-presidente foi acusado de tirar dinheiro que poderia ser usado na formação do time de futebol. Ficou provado, por gravações de imagens e sons, que recebeu polpudas propinas de um parceiro (?) do Paraná. Foi suspenso, mas está voltando.
O assunto de agora é uma possível briga de parceiros, pretendendo influenciar na escalação da equipe. Sem autoridade e competência para administrar o futebol, os diretores não fazem nada para o pleno exercício do poder. Cada dia é dada uma explicação. Sábado passado Zetti amanheceu confirmadíssimo pelo presidente como treinador. Um dia depois dormiu desempregado. É um samba do crioulo doido.
O Vasco “compra” o jogador Pimpão, não paga e a diretoria não faz nada, aceitando o calote passivamente, sem ter dinheiro para quitar os direitos de imagem dos jogadores. O Flamengo “compra” o Everton e empresta quatro jogadores ao Paraná com o compromisso de pagar os salários dos emprestados. Não pagou nada e quem arcou com a despesas foi o Paraná, para não desagradar aos jogadores, mesmo tendo extrema necessidade de receber o devido pelo Flamengo. Um calote atrás do outro.
É bom lembrar que as categorias de base começaram a ser tratadas com desdém quando o Paraná trocou direitos econômicos de alguns atletas por alimentação que a L.A. Esportes pagava para a gurizada mantida(?) pelo clube. É uma sucessão de atitudes erradas.
Hoje ficou tudo insuportável. Para a diretoria está tudo bem. O técnico vai embora, jogadores são dispensados e outros são requisitados. Pode? Na vida conturbada do Paraná dos últimos anos, tudo pode.
Fim trágico
Recebo mensagem eletrônica informando que o Clube Atlético Primavera, dono de um invejável patrimônio em Almirante Tamandaré, vai falir. Não pode pagar uma dívida trabalhista de oitenta e cinco mil reais. Meu estimadíssimo amigo José Pedroso de Moraes, falecido recentemente, deve estar desesperado em outro plano espiritual. Ele que foi o grande benfeitor do clube.
Lembro que a primeira vez que falei com Mário Celso Petraglia, a pedido do vizinho de página Carneiro Neto, foi para marcar uma reunião do atleticano com Pedroso. Petraglia propôs a incorporação do patrimônio do Primavera ao do Atlético. Pedroso ouviu tudo atentamente e disse não. “O Primavera está incorporado à minha vida”, disse. Petraglia foi embora sem conseguir o que queria.
Fonte: Gazeta do Povo
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