BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, encaminhou, na semana passada, novas provas da existência do mensalão ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. Dentre os novos documentos, uma perícia que comprovaria a transferência de recursos do Banco do Brasil, por intermédio do fundo Visanet, para as contas da DNA, empresa da publicidade que tinha como um dos sócios Marcos Valério.
A perícia foi feita pelo Instituto de Criminalística da Polícia Federal (PF) e deve ficar sob sigilo por envolver dados de movimentação bancária. "São perícias que mostram que o dinheiro fez "X" rota e foi para a conta "Y"", afirmou.
De acordo com as investigações, o BB teria pagado antecipadamente R$ 73 milhões à DNA por ordem do então ministro Luiz Gushiken. Por conta desses repasses, Gushiken e o ex-diretor de Marketing do BB Henrique Pizzolato respondem à ação penal aberta pelo Supremo por peculato - desvio de dinheiro praticado por funcionário público.
O procurador enviou também documentos da contabilidade das empresas de Marcos Valério apreendidos pela Polícia Federal no início das investigações. Além desse material, o procurador promete remeter novas provas sobre o mensalão nos próximos dias ao STF.
Todas essas provas, de acordo com o procurador, robustecem a denúncia do mensalão e comprovam os depoimentos de testemunhas e envolvidos no caso. "A prova pericial veio e constatou que aquilo que se falava era verdade", disse terça-feira o procurador.
Embargos
Além dos documentos remetidos ao STF, o procurador entrou com uma petição no tribunal para esclarecer um ponto do acórdão do julgamento que tratou das denúncias contra o publicitário Duda Mendonça. De acordo com o procurador, uma das imputações contra Duda sobre lavagem de dinheiro não ficou clara.
O pedido do procurador é para que essa denúncia seja evidenciada. Os advogados dos réus também ingressaram com recursos do mesmo tipo - embargos de declaração. Até terça-feira, também contestaram trechos do acórdão os advogados do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), de Marcos Valério, do ex-deputado Roberto Jefferson, de Rogério Tolentino, de Kátia Rabello e do presidente do PR, Valdemar Costa Neto.
Os advogados de Marcos Valério querem que a ação penal, aberta pelo STF em agosto deste ano, seja suspensa até que esse embargo seja julgado pelo tribunal.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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