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segunda-feira, novembro 12, 2007

Governantes vivem "drama" dos "sem-teto" em Brasília

Aumento do número de ministérios revela uma silenciosa e inusitada disputa fundiária dentro do governo
BRASÍLIA - Há duas semanas, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, aproveitou uma reunião de deputados do PT e fez uma reclamação. Deveria ser secreta, mas vazou. "Meu ministério cuida de 50 milhões de brasileiros, mas não tem um espaço físico definido na Esplanada." Por isso, queixou-se Patrus, teve de distribuir os 1.255 servidores sob seu comando em cinco prédios diferentes, dois deles na parte frontal da Esplanada dos Ministérios, um nos fundos, um no Setor de Embaixadas Sul e outro no Setor de Autarquias Norte, o imponente Palácio dos Transportes, sede do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT).A reclamação de Patrus é comum a seus colegas, todos eles envolvidos numa silenciosa disputa fundiária por mais espaço na Esplanada dos Ministérios. Uma disputa que, às vezes, como solução de curto prazo amontoa os ministros. A maior concentração de ministérios e secretarias se encontra no Bloco A da Esplanada, o primeiro abaixo da Catedral de Brasília.
Por ter tantos condôminos, o Bloco A é conhecido por "Cortição", embora também seja chamado de "Torre de Babel" e de "Balança-mas-não-cai" - lá estão instalados os Ministérios das Cidades, do Desenvolvimento Agrário e dos Esportes e as Secretarias de Comunicação Social e de Igualdade Racial.
O conflito entre as variadas administrações do "Cortição" foi tão grande no início do governo Lula que o presidente nomeou síndico do prédio e responsável por dar um pouco de ordem à bagunça o então ministro dos Esportes Agnelo Queiroz.
Cercadinho
A briga por espaço envolve também o Senado. Há dois meses o Ministério da Justiça foi surpreendido quando viu seu estacionamento invadido. Em menos de dois dias, operários contratados pelo Senado cercaram o local e passaram a impedir a entrada de servidores da Justiça. A reação não demorou. Há 15 dias o Ministério da Justiça deu o troco. Também contratou operários, que em menos de um dia derrubaram as cercas erguidas pelo Senado e construíram outras.
Para evitar novos problemas, agora o local é vigiado 24 horas por seguranças da Justiça. O próprio Ministério do Planejamento - encarregado de administrar todo o patrimônio da União - está distribuído em oito locais diferentes. O ministro Paulo Bernardo despacha no Bloco K, enquanto parte de seu staff atua do outro lado da Esplanada, no Bloco C, justamente onde Patrus Ananias dá expediente.
A Secretaria de Orçamento Federal, também do Planejamento, está localizada quase no fim da Asa Norte, a cerca de 5 quilômetros de distância. Lá também estão algumas secretarias do Ministério da Saúde.
A disputa de espaço na Esplanada dos Ministérios existe desde que o conjunto de 17 prédios foi construído, ainda nos anos 60. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o então ministro das Comunicações Hugo Napoleão chegou a invadir um andar inteiro de seu colega dos Transportes. Mas no governo de Luiz Inácio Lula da Silva a disputa se agravou, pois houve um inchaço no número de ministérios e de secretários com status de ministros. No total, são 37.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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