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Por: José Montalvão
🏚️ A Inação da Memória: O Descaso da Câmara de Jeremoabo com o Patrimônio Histórico
Enquanto o Brasil celebra a preservação da memória cultural, como o recente tombamento do Terreiro Palácio de Ogum e Caboclo Sete-Serra em Lençóis (BA) pelo Iphan, a realidade em Jeremoabo é de uma inércia lamentável. A aprovação do tombamento em Lençóis demonstra o valor de reconhecer e proteger os bens que definem a identidade de um povo.
Contudo, Jeremoabo assiste, inerte, à sua própria história desmoronar. A ineficiência da Câmara de Vereadores em iniciar o processo de tombamento de marcos históricos é uma falha que condena o município à amnésia cultural.
Onde está a iniciativa para proteger edificações vitais como:
A Residência do Barão de Jeremoabo no Caritá;
O Casarão do Coronel João Sá em Jeremoabo;
Outros prédios históricos que hoje não passam de ruínas.
Estes não são meros imóveis velhos; são textos vivos da história local, dos ciclos econômicos e das figuras políticas que moldaram a região.
O tombamento é o reconhecimento oficial do valor histórico ou cultural de um bem e a principal ferramenta para sua preservação. Em Lençóis, o processo foi iniciado pela própria Associação dos Filhos de Santo – a sociedade civil. Em Jeremoabo, onde está a mobilização do Poder Legislativo, que deveria ser o guardião da cultura e da história?
Ao deixar que o Casarão do Coronel João Sá e a Residência do Barão se transformem em montes de escombros, a Câmara não apenas demonstra ineficiência, mas joga a história na lata do lixo, permitindo que a cidade se torne um local sem memória e sem cultura profunda.
É urgente que os vereadores de Jeremoabo troquem o debate estéril por ações concretas de proteção do patrimônio, seguindo o exemplo de Lençóis, e garantindo que as futuras gerações possam conhecer a história de sua terra através das pedras que a construíram.
Gostaria de sugerir o próximo passo que a sociedade civil de Jeremoabo poderia tomar para forçar esse tombamento?
✊ Chamado à Ação: Como a Sociedade Civil Pode Forçar o Tombamento em Jeremoabo
Diante da inércia da Câmara de Vereadores, a preservação da história de Jeremoabo deve passar pela mobilização da própria sociedade civil. O tombamento de bens como o Casarão do Coronel João Sá e a Residência do Barão de Jeremoabo não pode esperar pelo despertar político.
Tomando como exemplo o Terreiro em Lençóis, cujo processo de tombamento foi iniciado por uma associação local, a sociedade jeremoabense precisa agir estrategicamente:
Passos Imediatos para a Sociedade Civil:
Criação de um Comitê Provisório:
Formar um grupo ou comitê interassociativo, envolvendo historiadores locais, professores, advogados e líderes comunitários. O nome pode ser algo como "Comitê de Preservação Histórica de Jeremoabo".
Elaboração da Carta de Solicitação (Dossiê Inicial):
O comitê deve elaborar uma carta formal e documentada, que ateste o valor histórico e arquitetônico dos prédios. Este dossiê deve incluir fotos, dados biográficos das figuras associadas (Barão, Coronel João Sá) e referências bibliográficas que comprovem a relevância das edificações para a história regional.
Encaminhamento aos Órgãos Competentes:
A solicitação formal de tombamento deve ser protocolada, simultaneamente, em três esferas:
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional): Para tombamento federal (embora seja mais complexo).
IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia): Para tombamento estadual, que é mais acessível e frequentemente eficaz em municípios do interior.Ministério Público Estadual (MP-BA): O MP tem o poder de abrir inquéritos civis para proteger o patrimônio público e forçar o município a agir contra a ruína de bens de valor.
Pressão Pública e Midiática:
Utilizar blogs, rádios e redes sociais para divulgar a iniciativa e pressionar a Câmara de Vereadores a dar andamento ao processo de criação de uma Lei Municipal de Tombamento. A pressão midiática garante que o descaso com a história se torne um custo político.
A história de Jeremoabo está, literalmente, nas mãos da comunidade. A inação custa um legado; a mobilização garante a preservação da alma da cidade.
Nota da Redação deste Blog - Iphan aprova tombamento do Terreiro Palácio de Ogum e Caboclo Sete-Serra, em Lençóis (BA)
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