A função do vereador é o alicerce da democracia municipal. É o representante eleito para propor, discutir e votar leis que impactam diretamente a vida do cidadão, desde impostos e taxas de esgoto até a segurança e o sossego da comunidade. O mandato deveria ser um compromisso inegociável de defesa do povo.
Infelizmente, em Jeremoabo, esse papel tem sido distorcido.
Prioridades Invertidas e o Descaso com o Público
Em vez de focar em questões cruciais, como investigar o sumiço dos ripões e mourões do parque de exposição — um claro desvio de dinheiro público —, lutar por serviços de qualidade ou apoiar os vicentinos em dificuldade, parte do legislativo se perde em discussões vazias e desnecessárias. O debate absurdo sobre se um vereador é "interino" é a prova cabal da falta de assunto e de um profundo desrespeito à inteligência da população.
Taxas Elevadas e a Traição aos Eleitores
A maior traição à confiança dos eleitores ocorreu quando a maioria desses vereadores se alinhou à gestão passada. O resultado foi a aprovação, sem diálogo, de aumentos abusivos na taxa de iluminação pública e, principalmente, na taxa de esgoto. Medidas como essas penalizam duramente os mais pobres, que já sofrem com a precariedade dos serviços básicos.
Essa herança de taxas elevadas foi um "presente de grego" deixado para o atual prefeito Tista de Deda, que agora precisa lidar com a insatisfação popular causada por decisões tomadas em gestões anteriores.
O Escândalo das Diárias de Viagem
Como se não bastasse o descaso com o dinheiro público nas taxas, as diárias de viagem da Câmara foram um verdadeiro escândalo: R$ 900,00 para o presidente e R$ 800,00 para os demais vereadores por diária. Em uma cidade com as carências de Jeremoabo, esses valores são um tapa na cara do povo, revelando uma gritante falta de sensibilidade e zelo pelo erário.
O que se viu foi um Legislativo que, em muitos momentos, funcionou como um balcão de negócios, onde o interesse pessoal e o privilégio falaram mais alto que o coletivo.
O povo de Jeremoabo não pode se calar. É preciso cobrar, fiscalizar e denunciar. Aquele que trai o voto e transforma a política em um negócio pessoal não apenas desonra o cargo, mas mina a própria fundação da confiança democrática.
