Publicado em 30 de agosto de 2025 por Tribuna da Internet

Charge do Nando Motta (Arquivo Google)
Josias de Souza
do UOL
Em ofício entregue ao Supremo, o procurador-geral Paulo Gonet posicionou-se contra a pretensão da Polícia Federal de colocar agentes dentro da casa de Bolsonaro. Abateu duas bizarrices com uma cajadada. Primeiro, sepultou a prepotência policial. Segundo, matou o risco de a PF fornecer pano para o figurino de vítima de Bolsonaro.
Na Presidência e fora dela, os maiores excessos a que Bolsonaro foi submetido sempre foram os de moderação. A condescendência com o personagem foi diminuindo na proporção direta da aproximação do dia do julgamento, marcado para terça-feira.
EM CONTA-GOTAS – Num prenúncio do que está por vir, Bolsonaro foi sendo encarcerado em conta-gotas. A retenção do passaporte, a tornozeleira eletrônica, a reclusão em casa à noite e nos finais de semana, a prisão domiciliar, o monitoramento policial da rua por 24 horas…
De repente, a PF insinuou que só a presença de agentes dentro da casa poderia eliminar totalmente o risco de fuga do réu. Quem confiava nas medidas cautelares adotadas pelo Supremo ficou autorizado a perguntar: para que serve a tornozeleira eletrônica? De que adianta a prisão domiciliar? Como confiar numa polícia que não confia na vigilância policial?
‘’Tudo o que exagera enfraquece. O exagero da Polícia Federal debilita até a boa vontade de quem acredita na capacidade técnica da corporação.