quinta-feira, agosto 28, 2025

Efeito Tagliaferro gera reforma na assessoria interna de Moraes


O perito computacional Eduardo Tagliaferro ao lado do ministro Alexandre de Moraes.

Ex-assessor, Tagliaferro ameaça relatar erros de Moraes

Weslley Galzo
Estadão

O vazamento de conversas entre o ex-assessor Eduardo Tagliaferro e o ex-juiz instrutor Airton Vieira, ambos ex-integrantes das equipes do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), provocou uma reforma da assessoria do ministro, que segue desfalcada mais de oito meses após o início das mudanças.

Em janeiro deste ano, Moraes dispensou Airton Vieira da sua equipe no STF sem tornar o processo público ou fornecer informações sobre as mudanças. Entre fevereiro e março, foi a vez dos juízes auxiliares Rogério Marrone de Castro Sampaio e André  Solomon Tudisco deixarem o gabinete do ministro. Sampaio trabalhava com Moraes desde 2018 e Tudisco desde junho de 2024.

SEM COMENTÁRIOS – Procurado, o gabinete não forneceu informação sobre as substituições que ainda precisam ser feitas. Essas dispensas fizeram com o que os juízes de apoio do ministro na condução dos seus mais de 2,7 mil processos passassem de quatro para um no intervalo de três meses.

Apenas o juiz auxiliar Rafael Tamai Rocha se manteve no cargo e foi ele que, em plena tramitação das ações penais do golpe de Estado, assumiu extraoficialmente a função de instrutor.

O juiz Airton Vieira esteve no centro do caso revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, que divulgou áudios em que ele e Tagliaferro compartilhavam fora do rito legal informações do STF para munir as decisões de Moraes no TSE. Um ano após o vazamento das conversas, foragido na Itália, Tagliaferro ameaça divulgar novas mensagens que comprovariam o direcionamento de Moraes em processos contra bolsonaristas.

AMEAÇA DELATAR – O ex-assessor faz barulho nas redes e trata de lembrar Moraes como possíveis falhas na montagem da sua equipe expuseram os bastidores do seu gabinete na condução de processos sensíveis.

Moraes só foi recompor parcialmente o seu gabinete em maio deste ano com a nomeação da juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

Ela também atuou de forma improvisada como instrutora na ação penal do golpe, tendo sido responsável pela oitiva de dezenas de testemunhas.


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