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domingo, dezembro 01, 2024

Censura avança na China contra as ‘bolhas’ nas redes sociais

Publicado em 30 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet

Charge da semana: Internautas chineses não podem criticar a economia - A Referência

Charge do Kin (Site A Referência)

Lionel Lim
Fortune/Estadão

Os censores chineses são o mais novo grupo a se preocupar com a propensão das mídias sociais de selecionar aos usuários apenas o que eles querem ler. No último domingo, dia 24, a Administração do Ciberespaço da China, o principal regulador da internet do país, deu às empresas de tecnologia três meses para consertar seus algoritmos.

Os censores miraram particularmente nas práticas que criam “bolhas”, onde os usuários só experimentam conteúdo que se alinha com seus próprios interesses e preferências. As plataformas também devem parar de usar técnicas que incentivam o uso excessivo e o vício.

A CURTO PRAZO – As empresas terão até o final do ano para conduzir uma autoinspeção. As autoridades avaliarão os resultados em janeiro e, potencialmente, exigirão mais melhorias até 14 de fevereiro.

A medida abrangente também mirou nos preços que têm desconto com base em diferentes dados demográficos e nos maus-tratos a trabalhadores temporários por meio de medidas como cronogramas de entrega irrealistas. O órgão regulador também encorajou as plataformas a garantir conteúdo “saudável” para usuários idosos e crianças.

A economia digital da China é dominada por algumas grandes empresas, como Alibaba, JD.com e PDD Holdings no comércio eletrônico; e Tencent e ByteDance no reino das mídias sociais.

CONTROLE TOTAL – As autoridades de Pequim rotineiramente ordenam que essas empresas alterem suas práticas internas, como mandar que as plataformas de mídia social suprimam conteúdo excessivamente materialista.

Os reguladores também multaram os gigantes do comércio eletrônico do país, como Alibaba e Tencent, por práticas monopolistas, como forçar os comerciantes a vender exclusivamente em uma plataforma.

Nos últimos anos, os censores têm se concentrado na propensão das mídias sociais para criar “bolhas”, onde os usuários gravitam para plataformas com conteúdo que se alinha com suas próprias visões políticas e culturais. Algoritmos de recomendação servem mais do mesmo conteúdo para manter as pessoas presas na plataforma.

CÂMARA DE ECO – As plataformas de mídia social da China também foram acusadas de se tornarem uma câmara de eco. Por exemplo, um ataque violento a uma mãe e filho japoneses em Suzhou no final de junho foi atribuído à retórica nacionalista nas plataformas de mídia social chinesas.

Uma mulher chinesa morreu tentando proteger as vítimas do agressor; em resposta, empresas como Tencent e NetEase mais tarde reprimiram o conteúdo antijaponês.

Os censores de Pequim não são os únicos frustrados com as Big Tech. Na semana passada, Zhong Shanshan, presidente da empresa de água engarrafada Nongfu Spring e a pessoa mais rica da China em algumas medidas, a concorrente PDD Holdings, por descontos agressivos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 A China é capitalista nos negócios, mas continua a ser uma ditadura implacável. No dia em que se tornar democrática, será dividida numa série de países que têm idiomas, costumes e religiões diferentes, e se odeiam entre si, numa confusão danada, pior do que a antiga União Soviética. (C.N.)


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