Wálter Maierovitch
do UOL
O ministro Alexandre de Moraes embarcou em presunções ao decretar a prisão preventiva do general Braga Netto. O delegado, quando o representou, disse que havia risco à investigação, portanto, caberia a ele, delegado, mostrar quais os riscos concretos reais e efetivos. E mais do que isso, que havia uma tentativa de obstrução à Justiça, que ele deveria também trazer elementos palpáveis e reais.
E o que ele trouxe? Com o devido a respeito, ele trouxe apenas presunções.
TELEFONEMA – Então, houve uma ligação desse Braga Netto, autoritário, golpista, para o pai do Mauro Cid. O delegado disse, ‘ah, ele queria saber sobre o quê?’ O contrato de delação premiada do Mauro Cid. Queria saber. E daí? Quer saber para quê? Para obstruir a Justiça ou porque, evidentemente, estava com o pescoço a prêmio?
Podemos presumir que daí ele iria se articular — existe essa organização criminosa, ela é ativa, real — iria se articular para o fim de obstruir isso, de arrumar, inventar, perseguir pessoas, tentar obstruir a busca da verdade real, concreta, efetiva? Isso é presunção.
E o que que o ministro Alexandre de Moraes fez? Ora, embarcou em presunções.
HOUVE GOLPE? – Eu quero deixar muito claro o que eu acho de tudo isso. Houve golpe, sim. Não há dúvida alguma. Bolsonaro é isso que a gente tá cansado de saber. Esse Braga Netto a mesma coisa, esse general Heleno golpista também, mas uma coisa é uma coisa, outra é outra. Prisão preventiva é prisão necessária.
E ainda diz a lei: pode-se aplicar outras cautelas, tornozeleira, domiciliar e etc., mas preventiva é com necessidade. Necessidade diante do que o delegado colocou, ou seja, antes com a investigação, que risco ele apontou? Nenhum, só presunção.
Essa é a minha posição, e evidentemente que eu quero que esse mérito seja julgado o mais rápido possível e não tenho dúvida da condenação de todos.