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quinta-feira, janeiro 26, 2023

Kremlin diz que tanques fornecidos pelos EUA “queimarão” na Ucrânia




Por Ricardo Fan

O Kremlin disse nesta quarta-feira que qualquer tanque de batalha Abrams fornecido à Ucrânia pelos Estados Unidos “queimará”, considerando a esperada entrega como uma loucura cara.

Autoridades norte-americanas disseram à Reuters na terça-feira que Washington estava prestes a enviar dezenas de seus tanques de batalha M1 Abrams para a Ucrânia, revertendo sua posição anterior.

Falando em uma reunião diária com repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que, embora os embarques dos Abrams não estejam confirmados, serão um desperdício de dinheiro.

“Estou certo de que muitos especialistas entendem o absurdo desta ideia. O plano é desastroso em termos de tecnologia”, disse ele.

“Mas, acima de tudo, ele superestima o potencial que irá acrescentar ao exército ucraniano. Estes tanques queimam como todos os outros”, acrescentou ele.

Há meses Kiev pede por tanques ocidentais que diz precisar desesperadamente para dar a suas forças o poder de fogo e a mobilidade para romper as linhas defensivas russas e reconquistar o território ocupado no leste e no sul.

Alemanha concorda em enviar tanques Leopard para a Ucrânia, aliados devem seguir

A Alemanha disse nesta quarta-feira que fornecerá seus tanques Leopard 2 à Ucrânia, resolvendo as dúvidas sobre o envio de armamento pesado que Kiev considera crucial para derrotar a invasão russa, mas que Moscou diz ser uma provocação desnecessária.

Há semanas o governo do chanceler alemão Olaf Scholz vem sendo pressionado a enviar os tanques e permitir que outros aliados da Otan façam o mesmo antes de esperadas ofensivas de ambos os lados.

O governo de Scholz havia estagnado em relação à decisão, desconfiado de medidas que poderiam levar a Rússia a escalar ou levar a aliança da Otan a se tornar parte do conflito.

A decisão da Alemanha abre caminho para que outros países como Polônia, Espanha, Finlândia, Holanda e Noruega forneçam alguns de seus tanques Leopard para a Ucrânia, avançando na direção de entregar as centenas de tanques que a Ucrânia diz precisar.

“A Alemanha estará sempre na vanguarda quando se trata de apoiar a Ucrânia”, disse Scholz ao Parlamento alemão em meio a aplausos. Porque realmente há uma guerra na Europa – não muito longe daqui, de Berlim, ela está ocorrendo contra um grande país como a Ucrânia”.

A Alemanha deve fazer todo o possível “mas, ao mesmo tempo, precisamos evitar que a guerra se transforme numa guerra entre a Rússia e a Otan”, disse Scholz.

Na expectativa de dissipar as preocupações sobre o envio das armas, Scholz pediu aos alemães que confiassem em seu governo para garantir que não haja um risco maior para seu país e para coordenar as medidas com os aliados.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, agradeceu Scholz pelas “decisões importantes e oportunas” da Alemanha, dizendo que elas são uma “luz verde para os parceiros fornecerem armas semelhantes”.

A Alemanha pretende estabelecer rapidamente dois batalhões com tanques Leopard 2 para a Ucrânia e fornecer inicialmente 14 tanques Leopard 2 de seu próprio inventário.

Um batalhão normalmente compreende de três a quatro corporações. A Polônia também prometeu 14 tanques e o Reino Unido garantiu 14 de seus Challengers.

Os tanques da Alemanha estarão provavelmente prontos em três ou quatro meses, disse o ministro da Defesa, Boris Pistorius.

O treinamento das tropas ucranianas na Alemanha começará em breve, e a Alemanha também fornecerá logística e munições. A Alemanha disse que também emitirá as licenças de transferência apropriadas para os países parceiros que desejam entregar rapidamente os tanques Leopard 2 de seus próprios estoques.

A Rússia retratou as entregas de armas pesadas à Ucrânia como prova de que o Ocidente está intensificando a guerra.

A embaixada russa em Berlim acusou a Alemanha de tomar uma “decisão extremamente perigosa” e abandonar sua “responsabilidade histórica para com a Rússia” decorrente de crimes nazistas na Segunda Guerra Mundial.

A embaixada disse que as entregas de tanques levarão o conflito para um novo nível e provocarão uma “escalada permanente”.

Reuters / DefesaNet

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