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quarta-feira, julho 28, 2021

MATERNIDADE DE ILHÉUS: DESCOMPASSO ENTRE GOVERNOS NÃO CABE NUM OUTDOOR

 

Outdoor da Prefeitura de Ilhéus anuncia nova maternidade: mudança brusca na gestão do hospital, que passará ao Estado, expõe falta de planejamento do governo municipal
Tempo de leitura: 2 minutos

Enquanto o Estado construiu e equipou o hospital, a Prefeitura demorou dois anos para descobrir que não tem condições de administrá-lo.

Thiago Dias

Há um descompasso no ritmo de trabalho dos governos estadual e municipal, que se expôs de modo indisfarçável nesta terça-feira (6), quando a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou que assumiu a gestão direta da nova maternidade de Ilhéus no lugar da Prefeitura. Como quem reclama pressa, a Sesab explicou que a decisão garante a abertura do hospital “com maior celeridade”, conforme trecho de nota publicada hoje.

No texto, a Sesab relembra que o acordo para que o município assumisse a gestão do Hospital Materno-infantil foi firmado em 2019. No entanto, segundo a nota, a análise do impacto dos custos de operação da maternidade sobre o orçamento municipal mostrou que a Prefeitura teria muita dificuldade para assumir a administração. Por isso, estado e município decidiram desfazer o acordo.

Porém, até a semana passada, quando foi frustrada a expectativa da população de receber o novo equipamento no aniversário da cidade, a reviravolta anunciada hoje ainda não estava no discurso dos gestores locais.


A Prefeitura chegou a destacar a maternidade num outdoor que omitiu o autor da obra, o governo estadual. No último dia 29, o secretário de Saúde Geraldo Magela disse a este PIMENTA que o município pretendia concluir neste mês o processo licitatório para terceirizar a administração da unidade. Tudo mudou numa semana.

Confirmada a mudança brusca de planos e diante do argumento financeiro suscitado pela Sesab, impõe-se a pergunta: a Prefeitura só descobriu agora (quase dois anos após o acordo) que os custos de operação da maternidade não cabem no seu orçamento? Se essa é mesmo uma descoberta tardia, faltou o mínimo de planejamento à gestão municipal.

A justificativa orçamentária, contudo, parece mais uma saída diplomática para atenuar o impacto político do anúncio da Sesab, que abala a credibilidade do governo municipal por contraste: enquanto o Estado construiu e equipou o hospital, a Prefeitura demorou dois anos para descobrir que não tem condições de administrá-lo. Descompasso desse tamanho não cabe num outdoor, e o governador Rui Costa(PT) tem a alcunha de correria a zelar.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA. Este comentário não representa, necessariamente, a opinião do blog.


Nota da redação deste BlogQuerer comparar Ilhéus a Jeremoabo seria uma covardia, isso falando em todos os aspectos margináveis e imagináveis; porém o que quero dizer é, se Ilhéus com todos seus recursos não dispõe de condições para assumir um Hospital Materno Infantil, como  o Município de Jeremoabo terá condições de manter um Hospital Geral?

Só mesmo quem não tem noção de administração municipal ou então quem gosta de enganar a si próprio e os demais, vende esse gato por lebre.

Administrar um Hospital é muito difrente de administrar um Posto de Combustível.

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