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segunda-feira, maio 31, 2021

Além de ‘gabinete paralelo’, CPI quer apurar se empresário Wizard financiou fake news

Publicado em 31 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

Wizard virou um dos conselheiros de Bolsonaro

Por G1 e TV Globo

A partir do depoimento do empresário Carlos Wizard, convocado na última quarta-feira (26), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pretende oficialmente investigar o funcionamento no Palácio do Planalto de um “ministério paralelo” ou “gabinete paralelo” da Saúde.

Esse “gabinete” teria indicado as diretrizes para o enfrentamento da pandemia, entre as quais a adoção do chamado tratamento precoce – comprovadamente ineficaz – da Covid.

FAKE NEWS – Mas, para além do “ministério paralelo”, senadores do chamado G7, grupo majoritário da CPI, formado por parlamentares independentes e de oposição, querem aproveitar o depoimento do empresário para avançar sobre outro foco de investigação da comissão: a propagação de notícias falsas e de campanhas de desinformação relativas à pandemia.

O empresário, fundador da franquia de escolas de inglês Wizard, da qual já se desligou, atuou no Ministério da Saúde como “conselheiro” do ex-ministro Eduardo Pazuello (vídeo abaixo).

Wizard chegou a ser convidado para assumir uma secretaria na pasta, mas, segundo Pazuello, após um mês atuando informalmente, recusou a proposta.

SEM COMENTÁRIOS – O depoimento de Wizard está previsto para o próximo dia 17. O G1 telefonou e enviou mensagens ao empresário, mas não havia conseguido contato até a publicação desta reportagem.

“Para que seja possível esclarecer os detalhes de um ‘ministério paralelo da saúde’, responsável pelo aconselhamento extraoficial do governo federal com relação às medidas de enfrentamento da pandemia, incluindo a sugestão de utilização de medicamentos sem eficácia comprovada e o apoio a teorias como a da imunidade de rebanho, faz-se necessária a oitiva do senhor Carlos Wizard Martins, alegadamente membro de referido grupo”, determinou o pedido de convocação, apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Na visão dos senadores, a difusão de fake news seria um desdobramento da atuação do chamado “assessoramento paralelo”, apontado pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta em depoimento à CPI.

NAS REDES SOCIAIS – A comissão busca mapear o caminho da propagação de informações que estimularam tratamentos sem eficácia para o enfrentamento à doença, como a divulgação de remédios já comprovadamente sem efeito para o coronavírus, e quem bancaria a ação.

“Nós já temos certeza de que há uma operação por meio das mídias sociais. O Carlos Wizard não está vindo pelo gabinete paralelo. Ele financia isso”, afirmou um senador da cúpula da CPI.

Um outro senador, também em importante posição na comissão, confirmou essa frente de investigação. Os congressistas aventam a possibilidade de quebrar o sigilo bancário do empresário para apurar se houve destinação de verba a pessoas ou empresas envolvidas em fake news.

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