Publicado em 3 de abril de 2021 por Tribuna da Internet
Deu em O Globo
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou na madrugada deste sábado que teve um teste positivo para a Covid-19. O chefe de Estado argentino fez o exame depois de ter sentido sintomas compatíveis com a doença. Ele recebeu a segunda dose da vacina Sputnik V há quase dois meses — a imunização nem sempre impede a contaminação pelo coronavírus, mas sim o agravamento da Covid-19.
“Ao terminar este dia, depois de apresentar febre de 37,3º e uma leve dor de cabeça, fiz um exame rápido no qual testei positivo”, disse Fernández em sua conta oficial no Twitter.
Fernández trabalhou durante a tarde, na sexta-feira, na residência oficial de Olivos, na capital Argentina. À noite, quando se preparava para jantar, apresentou os sintomas leves.
SINTOMAS LEVES – Entenda: por que até campeões da vacina, como Reino Unido e Israel, encaram restrições duradouras contra a Covid-19
O presidente ainda aguarda o resultado de um teste de PCR como contraprova e tem sido acompanhado por Federico Saavedra, médico que lhe indicou a realização do primeiro exame. Fernández, que completa 62 anos neste sábado, foi isolado como medida de prevenção e esclareceu que está bem fisicamente.
“Por mais que eu não quisesse terminar o dia do meu aniversário com esta notícia, estou animado”, afirmou.
VACINA RUSSA – O presidente argentino tomou as duas doses da vacina Sputnik V, do laboratório russo Gamaleya. A primeira injeção foi aplicada no dia 21 de janeiro, no hospital Posadas, em Buenos Aires, e a segunda em 11 de fevereiro, de acordo com fontes ligadas à Presidência.
No caso da Sputnik V, estudos a partir da fase 3 de testes clínicos mostraram eficácia 91,6% na prevenção da Covid-19, como indica um artigo revisado por pares publicado na revista científica Lancet em fevereiro. Para casos graves, a proteção constatada foi de 100%. O estudo indica que a vacina não dá a garantia completa de que uma pessoa não vá contrair a doença. No entanto, os imunizantes impedem, de modo efetivo, que o quadro de saúde evolua para uma situação mais grave.
ISOLAMENTO – “Entrei em contato com as pessoas com as quais estive reunido nas últimas 48 horas para que façam isolamento. Peço a todos que se preservem seguindo as recomendações. É evidente que a pandemia não passou e devemos continuar nos cuidando”, recomendou.
A Casa Rosada, sede do governo argentino, anunciou que Carla Vizzoti, ministra da Saúde, está pessoalmente fazendo a lista de pessoas que tiveram contato com o presidente.
A Argentina enfrenta uma segunda onda do coronavírus, com um aumento considerável no número de contágios impulsionado pelas novas variantes, incluindo a P.1 brasileira. O país já vacinou 7,6% da população com a primeira dose. Segundo os dados oficiais do país de 44 milhões de habitantes, 2,3 milhões já se contaminaram e 56.023 morreram com a doença.