Julia DuailibiG1 Brasília
Os advogados dos dois engenheiros da empresa alemã TÜV SÜD que prestavam serviço para Vale entraram, neste sábado (dia 2), com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O pedido foi distribuído para o desembargador Pedro Vergara.
André Yassuda e Makoto Manba foram presos em São Paulo na terça-feira (29) por suspeita de responsabilidade no caso do rompimento de uma barragem da mineradora em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Os dois engenheiros estão presos temporariamente na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG). Investigados por suspeita de fraude nos documentos que liberaram o funcionamento da barragem, Yassuda e Manba foram ouvidos novamente pelo Ministério Público estadual e pela Polícia Federal ontem. Além deles, três funcionários da Vale foram detidos em Minas Gerais.
Segundo investigadores, Yassuda e Manba participaram de forma direta e atestaram a segurança da barragem número 1 da mina Córrego do Feijão, onde ficava a barragem.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diziam os geniais compositores Luiz Reis e Haroldo Barbosa, “a notícia carece de exatidão”. Os engenheiros não “participaram de forma direta”. Apenas fizeram dois laudos, em junho e setembro, atestando que a barragem estava estável e sem risco de ruir. É praticamente certo que os laudos não autorizaram a Vale a inundar de novo a barragem e revolver os rejeitos com máquinas pesadas para reaproveitar sobras de minério, conforme aconteceu e provocou o rompimento, fato que ficou claro no vídeo exibido pela Band. É preciso procurar e prender os verdadeiros culpados. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diziam os geniais compositores Luiz Reis e Haroldo Barbosa, “a notícia carece de exatidão”. Os engenheiros não “participaram de forma direta”. Apenas fizeram dois laudos, em junho e setembro, atestando que a barragem estava estável e sem risco de ruir. É praticamente certo que os laudos não autorizaram a Vale a inundar de novo a barragem e revolver os rejeitos com máquinas pesadas para reaproveitar sobras de minério, conforme aconteceu e provocou o rompimento, fato que ficou claro no vídeo exibido pela Band. É preciso procurar e prender os verdadeiros culpados. (C.N.)
Carlos Newton
Em sua coluna na Folha, a jornalista Mônica Bergamo informa que os delegados da Polícia Federal responsáveis pelo inquérito sobre o rompimento da barragem de Brumadinho já interrogaram os cinco funcionários da Vale e da consultoria Tüv Süd Brasil que estão presos desde a terça-feira (dia 29). Os depoimentos, iniciados quinta-feira (dia 31), acabaram de ser colhidos neste sábado (dia 2). Os delegados também estão ouvindo funcionários que sobreviveram à tragédia.
Entre os cinco engenheiros presos, dois são empregados da empresa alemã que promoveu a última vistoria da barragem –André Yassuda e Makoto Manba. Junto com eles, está detido Cesar Grandchamp, da Vale, que também assinou os laudos em junho e setembro de 2018. Os outros dois presos – Ricardo de Oliveira e Rodrigo Gomes de Melo – são da área administrativa.
NÃO HAVIA RISCO – Na inspeção feita em junho, não havia o menor risco, porque a mina estava realmente desativada, totalmente seca e já com vegetação nascendo na superfície, conforme ficou claro em foto de 28 de julho, publicado aqui na TI. Na segunda inspeção, em setembro, também não havia risco, por que mina continuava inativa.
A única dúvida é saber se o laudo dos três autorizava que a barragem fosse novamente preenchida com água, conforme aconteceu, para facilitar os trabalhos de revolvimento dos rejeitos e a recuperação das sobras do minério. Imagens vazadas à Band por funcionários da Vale mostram que, quando houve o rompimento, a barragem estava sendo revolvida e já havia muito minério recuperado na superfície, segundo informou O Globo, que denunciou também a infiltração de “alto volume de água”.
Realmente, as imagens comprovam que, ao contrário do que afirma o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, a mina estava em plena atividade, por isso havia centenas de trabalhadores e mais de 300 deles morreram soterrados pela lama.
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P.S. 1 – Caso não tenham autorizado a movimentação dos rejeitos da barragem, os três engenheiros devem ser logo soltos, pois não têm responsabilidade na tragédia anunciada.
P.S. 1 – Caso não tenham autorizado a movimentação dos rejeitos da barragem, os três engenheiros devem ser logo soltos, pois não têm responsabilidade na tragédia anunciada.
P.S. 2 – No lugar deles, precisam ser presos o presidente da Vale, Fábio Schvartsman; o diretor-executivo de Ferrosos e Carvão, Peter Poppinga, que já é réu em Mariana; o diretor-executivo de Metais Básicos, Eduardo Bartolomeo; o diretor-executivo de Sustentabilidade e Relações Institucionais, Luiz Eduardo Osorio; o diretor de Estratégia, Exploração, Novos Negócios e Tecnologia, Juarez Saliba de Avelar; e o consultor-geral Alexandre Silva D’Ambrosio. Os demais diretores precisam permanecer, para tocar adiante a empresa que já foi orgulho dos brasileiros. (C.N.)