Olá,
Você já deve ter visto a notícia: nosso podcast “Caso K – A história oculta do fundador das Casas Bahia” conquistou o Prêmio Patrícia Acioli de Direitos Humanos e é finalista do Prêmio Vladimir Herzog.
Ficamos muito felizes com esse reconhecimento, mas ele tem um significado ainda maior.
Vou te explicar o porquê.
Quando revelamos esse caso, por meio de uma reportagem publicada em 2021, a imprensa se calou diante do esquema de exploração e abusos contra crianças e adolescentes mantido durante décadas pelo fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, que contou, inclusive, com a estrutura da própria empresa.
Até hoje, existe medo em tocar nesse assunto. Para você ter ideia, um veículo da grande mídia que noticiou a premiação não teve a coragem de mencionar o nome do podcast ou a figura central da denúncia.
Mas não foi só a imprensa que se calou (e ainda se cala). A série de podcast detalha como a justiça também foi determinante para silenciar as acusações que pesam contra Klein.
Por isso foi tão simbólico receber o Prêmio Patrícia Acioli dentro do Primeiro Tribunal do Júri do Rio de Janeiro – palco de julgamentos históricos como os casos Tim Lopes, Ângela Diniz e a Chacina de Vigário Geral.
“Esse caso envolve uma trinca que custa muito caro à sociedade brasileira quando se omite, que é a imprensa, a justiça e a sociedade em si. Então eu estou muito feliz que nesse espaço tão emblemático, que é o espaço da Justiça, a gente possa receber o prêmio. Mas gostaria de lembrar que as vítimas e as denunciantes continuam sem reparação e o jornalismo vai continuar denunciando”, disse nosso diretor e um dos narradores do podcast, Thiago Domenici, ao receber o troféu em mãos.
Desde que lançamos a primeira temporada, já achamos pontas soltas para investigar deste grande emaranhado de poder, dinheiro e exploração. Essa história não morreu junto com Samuel Klein.
Faz 5 anos que a Pública se debruça nesse caso, e vamos continuar pelo tempo que for necessário. Pelas vítimas que tiveram a coragem de denunciar e para que escândalos desse porte não sejam jogados para debaixo do tapete.
Só que, como você já deve ter percebido, investigar poderosos nunca é fácil, ainda mais quando se trata de uma empresa que é uma das principais patrocinadoras do jornalismo brasileiro.
A nossa saída é contar com o seu apoio, mais uma vez.
O Caso K só existe porque foi 100% financiado por leitores e Aliados da Pública. E só com o seu apoio será possível produzir a segunda temporada.
Já provamos como esse dinheiro é um investimento em jornalismo de interesse público. Agora só falta você se juntar a nós e ajudar a colocar no ar a segunda temporada do Caso K.