Publicado em 28 de setembro de 2021 por Tribuna da Internet
Deu no UOL
O ex-ministro da Justiça e ex-presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores), Tarso Genro, apoia Lula, mas defende que um candidato da terceira via chegue ao segundo turno. A seu ver, não seria saudável para a democracia do país uma disputa entre o ex-presidente Lula (PT) e o atual Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, pois Bolsonaro deve ser descartado no primeiro turno.
“Eu acho que seria bom o surgimento de uma terceira via para o país. Não acho que seria saudável para a democracia brasileira que fosse uma disputa entre Lula e Bolsonaro. Bolsonaro tem que ser derrotado antes por impeachment ou politicamente nas eleições para não participar do segundo turno. Seria uma limpeza do protocolo político republicano do Brasil e das agressões que a extrema-direta tem feito a todas as instituições”, afirmou durante o UOL Entrevista.
APOIO A LULA – Genro também reiterou seu apoio ao ex-presidente Lula. “Essas pesquisas que indicam Lula como preferido são previsíveis. O presidente Lula tem uma liderança extraordinária, os seus governos comparados com o do Bolsonaro são extraordinariamente positivos. O presidente Lula é o meu candidato, é a melhor possibilidade, óbvio”, afirmou.
Pesquisa Ipec (ex-Ibope) divulgada pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, mostra o ex-presidente Lula liderando o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 em dois cenários distintos, com mais de 20 pontos percentuais de vantagem para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Apesar do apoio a Lula, Genro destacou que o PT não foi e não é uma “comunidade de anjos”.
PROBLEMAS DO PT – “Então, nós temos sim que observar os problemas do PT que nós não soubemos enfrentar e a herança que nós temos do nosso governo”, disse.
Segundo Genro, o ideal seria Bolsonaro não chegar no segundo turno, a fim de “criarmos um clima de disputa política de alto padrão civilizatório, para que no segundo turno tivéssemos dois candidatos do campo democrático republicano”.
Para o ex-ministro, o próximo presidente a governar o Brasil não pode depender do Centrão. “Não quero dizer que o Centrão seja a mesma coisa, que todos são cafajestes, corruptos, manipuladores, acho que o Centrão tem políticos tradicionais de todas as áreas, alguns desviam para a ilegalidade para seus interesses pessoais e é o que caracteriza a hegemonia do Centrão. O próximo governo não pode depender de uma relação espúria na política que tem caracterizado o presidencialismo de coalização no Brasil”.