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domingo, julho 04, 2021

Ricardo Barros não tem a menor condição de permanecer como líder do governo

Publicado em 3 de julho de 2021 por Tribuna da Internet

Ricardo é a nova versão do homem que sabia demais

Deu em O Globo

A cada dia, com mais denúncias de corrupção se empilhando à porta do Palácio do Planalto e sem respostas convincentes, fica mais insustentável a permanência do deputado Ricardo Barros (PP-PR) como líder do governo na Câmara. B

arros está no centro de um escândalo desde que os irmãos Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, e Luis Claudio Miranda, deputado federal (DEM-DF), denunciaram ao presidente Jair Bolsonaro, em março, pressões para importação da vacina indiana Covaxin e disseram ter ouvido dele que se tratava de mais um “rolo” de Barros.

SEM DESMENTIDO – Em nenhum momento a informação foi desmentida. Chama a atenção a diferença de comportamento em relação a outro caso. Na quarta-feira, o governo exonerou Roberto Ferreira Dias, o diretor do Departamento de Logística acusado de cobrar propina de US$ 1 por dose numa negociação para comprar 400 milhões de doses da AstraZeneca.

No ano passado, o então ministro Eduardo Pazuello tentou demitir Dias. Sabe-se lá por que, ele foi mantido. Também só agora o Planalto dispensou o tenente-coronel Marcelo Blanco da função de substituto eventual de Dias. Blanco estava presente ao encontro em que o pedido de propina teria acontecido. Apesar da demora, ambos foram afastados.

No caso de Barros, a atitude foi outra. Ele permanece como líder do governo, apesar de responder a uma ação de improbidade relativa a um contrato de 2017, quando era ministro da Saúde de Michel Temer.

NEGÓCIO FURADO – O contrato, fechado por R$ 20 milhões com a Global — acionista da Precisa, intermediária na malfadada compra da Covaxin —, previa o fornecimento de remédios para doenças raras. Apesar do pagamento antecipado, os medicamentos nunca foram entregues. Pelo menos 14 pacientes morreram por isso. Em sua defesa no processo, Barros disse que se tratava de “um caso isolado de insucesso”.

A atuação dele para permitir a importação da Covaxin foi intensa. Uma emenda de Barros incluiu a Central Drugs Standard Control Organization, da Índia, entre as agências habilitadas pela Medida Provisória que pretendia acelerar a compra de vacinas. Com a MP, a Anvisa passou a poder autorizar a importação e distribuição de imunizantes aprovados no exterior. Apesar disso, a Covaxin ainda não recebeu permissão para uso emergencial no país.

À medida que as denúncias avançam, só aumenta a incerteza sobre as negociações — ou negociatas — que se desenrolavam nos subterrâneos do Ministério da Saúde para comprar vacinas, enquanto brasileiros morriam aos milhares.

CONTINUOU NO ESQUEMA – As denúncias revelam que a influência de Barros persistiu no ministério mesmo depois que ele saiu.

O atual ministro, Marcelo Queiroga, tem obrigação de investigar todas as negociações suspeitas. Dizer que as tratativas não se consumaram não é desculpa. Todo contrato suspeito precisa ser alvo de investigação.

Mais que afastar os acusados, o governo também precisa, para manter um mínimo de credibilidade, se afastar de Barros e tirá-lo da liderança na Câmara.


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