BRASÍLIA - Não é só a disputa pela presidência do Senado que põe PMDB e o PT em campos opostos na Casa. A briga tem novo capítulo e o alvo da bancada do PT agora é o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Nos bastidores, ele é acusado pelos petistas de ausente e desarticulado na condução de assuntos de interesse do Planalto e da base aliada. A líder do PT e do bloco governista, senadora Ideli Salvatti (SC), não se conteve esta semana e fez uma cobrança pública ao colega.
"Você anda em lugar incerto", disse com cara de poucos amigos a Jucá em uma rodinha de senadores da oposição. "Estava em meu Estado", respondeu o peemedebista.
Jucá comentou com seus partidários que no início do ano o PT tentou tirá-lo da liderança. "É uma recaída", brincou. "Não é hora de discutir isso. O cargo é do presidente Lula. No começo de cada ano, eu costumo pôr esse cargo à disposição dele", reagiu. Na exposição do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, Jucá e Roseana não acompanharam as explicações sobre a crise financeira.
Mas não foram só eles: Ideli e Valdir Raupp (PMDB-RO) também estavam fora de Brasília. A atuação de Jucá foi motivo de críticas do PT na semana passada, quando o plenário votou a MP relativa à isenção tributária de doações ambientais do Fundo Amazônico.
No plenário os comentários eram de que o líder estaria atendendo interesses de lobistas. "Imagine se eu faria isso. Todas as emendas foram propostas pela Receita Federal e depois foram retiradas por consenso", explicou Jucá. "Eu opero para o governo", insistiu.
Outra queixa do PT é de que o peemedebista não reúne os líderes do bloco para discutir os projetos e organizar as votações. Se o PMDB insistir em permanecer no comando do Senado, a bancada do PT, que já se queixa da falta de prestígio na Casa, deve reagir para ocupar a liderança.
Os senadores petistas estão fora de postos estratégicos do Planalto no Senado, já que além de Jucá, a senadora peemedebista Roseana Sarney (MA) ocupa a liderança do governo no Congresso. Por outro lado, a situação ficou ainda mais difícil com a nomeação do deputado José Múcio Monteiro para ministro de Relações Institucionais do Planalto.
Até mesmo pelo fato de ter sido líder do governo, ele tem melhor trânsito na Câmara. Por conta dessa lacuna, invariavelmente os senadores do PT precisam recorrer à ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, do PT.
A candidatura de Tião Viana(PT-AC) surge como salvação e, por isso mesmo, os oposicionistas questionam se devem fortalecer o PT apoiando seu nome para presidente do Senado nos próximos dois anos, período crucial para a montagem de alianças para a eleição de 2010.
Por isso, a bancada do PT se apressou em anunciar a candidatura de Tião Viana, provocando o PMDB. O petista já deixou claro que vai até o fim e não abrirá mão de sua candidatura mesmo no caso de ter como adversário o senador José Sarney (PMDB-AP).
A idéia de Tião Viana é reforçar sua candidatura com dissidentes do PMDB e senadores do PSDB e, se for preciso, disputará com Sarney no plenário, o que deixaria o ex-presidente da República numa situação constrangedora. Ou seja, acuado Sarney sairia definitivamente do páreo.
Enquanto os senadores do PT fazem campanha por Tião, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que quer voltar a liderança da bancada do PMDB e desbancar o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), trabalha nos bastidores para embolar o quadro.
Na próxima terça-feira, haverá uma reunião da bancada e, segundo senadores do PMDB, Renan está estimulando colegas a entrarem no páreo, como os senadores José Maranhão (PB) e Neuto do Conto (SC). Até mesmo representantes de outros partidos como o PSB, no caso o senadores Antonio Carlos Valadares (SE) e Renato Casagrande (ES). Mais que eleger um peemedebista, Renan Calheiros trabalha contra o fortalecimento de Tião Viana.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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