Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, fevereiro 02, 2025

Wall Street Journal diz que política trumpista é ‘a mais burra da história’

Publicado em 2 de fevereiro de 2025 por Tribuna da Internet

21.142 Wall Street Journal Newspaper Stock Photos, High-Res Pictures, and  Images - Getty Images

Imprensa já perdeu a paciência com decisões de Trump

Vinicius Torres Freire
Folha

“A guerra comercial mais burra da história” era o título de um editorial do “Wall Street Journal” (WSJ). Critica os aumentos do imposto de importação de Donald Trump sobre produtos de Canadá, México e China.

O WSJ não é suspeito de ser antitrumpista. Mas não bebe sopa fervendo de dólares rasgados. Tributar importações a rodo não faz sentido prático, pragmático ou teórico para quase ninguém. Mas é disso que se trata, de discussão econômica?

ALIMENTA DISCUSSÕES – O programa de Trump suscita debates sobre aumento de ineficiências e de inflação, de alta de juros e do dólar, de prejuízos para o PIB de aliados. Anima ou requenta discussões sobre desglobalização comercial, que já são bem exageradas, porém.

As consequências podem ser essas, a depender da profundidade, duração e extensão do que fizer Trump. Medidas similares, mas não tão idiotas, vêm sendo adotadas por seguidos governos dos EUA. Um motivo de fundo da reação é a ascensão da China.

As razões ou motivos de Trump, porém, não derivam de lobby econômico amplo —ao contrário. Trump diz que vai punir Canadá e México porque esses países não tomariam conta da migração ilegal e do tráfico de drogas para os EUA.  Não resolve nada, ocioso explicar, enquanto houver trabalho para imigrantes e gente disposta a tomar drogas, se por mais não fosse.

SÓ RENDE VOTOS – Atacar imigrantes, drogas, LGBTQIAP+, planos de apoio a minorias em geral, “ideologia de gênero” e gente sem religião, porém, rendeu votos. Também renderam votos os efeitos daninhos da inflação e o nacionalismo desesperado de quem ficou para trás na sociedade, ressentimento por ora premiado com afirmações imperiais e ataques à elite tecnocrática e cultural.

Há indicadores de onde pode vir essa ira (não razões justas). Cerca de 14,3% da população dos EUA é imigrante (naturalizada, residente legal e ilegal), das maiores taxas da história (similar às do final do século 19 e começo do 20). Em 1970, era 4,7%.

Em 2003, a taxa de mortes por overdose de drogas era de 8,9 por 100 mil pessoas. Em 2023, 31,3 (105 mil mortos, fora a subnotificação).

OUTRO DADOS – A expectativa de vida parou de crescer por volta de 2015 e caiu depois da epidemia. O emprego industrial desapareceu em regiões inteiras, faz tempo. A inflação sob Joe Biden foi a mais alta em 40 anos; até meados de 2023, o salário médio não havia recuperado as perdas inflacionárias da epidemia.

Há motivos de mal-estar e objetos visíveis para quem queira odiar. No mínimo, foram o bastante para que mais de metade do eleitorado escolhesse quem estimula ignorância e delírio social a respeito dessas questões: Trump.

Claro que Trump agrega interesses econômicos como as megaempresas, “big techs” entre elas, amigas da desregulamentação global, de menos impostos e de ataques a acordos internacionais a quem queira limitar o poder delas.

CIRCO IMPERIAL – Porém, delirante ou não, Trump não está falando de economia, até agora. Está fornecendo circo imperial, pão virtual para ressentidos ou desgraçados e tentando dar cabo da ideia de República, nos Estados Unidos e alhures.

Talvez as medidas econômicas de Trump não façam sentido porque não tratem disso, de economia.

Sim, faz tempo que se fala de guerra ou revolução cultural, de virada à direita. Trump 2 está levando isso para outro nível, para mais fundo, muito mais do que Trump 1.

Em destaque

Wall Street Journal diz que política trumpista é ‘a mais burra da história’

Publicado em 2 de fevereiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Imprensa já perdeu a paciência com decisões de T...

Mais visitadas