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domingo, março 31, 2019

Quando escreverem a História do Brasil recente, como Bolsonaro será rotulado?


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Assim que vê um americano, Bolsonaro vai logo batendo continência
Antonio Santos Aquino
Bolsonaro, quando escreverem a História brasileira desse período, vão classificá-lo como deve ser rotulado: um traidor. Porque acaba de entregar nosso petróleo com a técnica de exploração em águas profundas, que só nós, os brasileiros tínhamos; está entregando a Base de Alcântara, que significa entregar a Amazônia Verde e Azul e ainda transformar o Brasil em capanga dos EUA; mandou reconhecer Guaidó e romper com a Venezuela, o capitão, balançando o rabinho, fez o que seu chefe mandou; mandou transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, o capitão disse: “Sim senhor, agora mesmo!”. Isso é traição.
São tão burros que não perceberam que em Alcântara não houve um acidente e sim um atentado, em que morreram 21 cientistas e técnicos militares. Os americanos já tinham sido retirados de lá por Waldir Pires, pois não deixavam que brasileiros entrassem na base, nem militares.
BASES DOS EUA – O atentado interessava a quem? Digam, se tiverem coragem. Agora apareceu um “Calabar” e entregou tudo. Os americanos, botando os pés em Alcântara, dominarão a Amazônia e toda a América do Sul. Já têm bases no Chile, no Equador, na Colômbia, no Paraguai e projetam duas bases no Cone Sul em território argentino; na fronteira do Brasil.
O que eu escrevo dói? Mas é para doer mesmo. Agora estamos entregues ao imponderável. O Brasil pode dentro de uns cinco anos ou menos ser dividido. Os EUA não querem o Brasil desse tamanho.
Tem mais, se os americanos declararem guerra contra a Venezuela não vão mandar seus soldados. “Vão mandar os babacas dos jovens brasileiros para morrerem como bucha de canhão pela glória dos ianques amiguinhos do capitão”. Só não vai ser moleza. Será que os russos vão se deixar desmoralizar?

Quando escreverem a História do Brasil recente, como Bolsonaro será rotulado?


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Assim que vê um americano, Bolsonaro vai logo batendo continência
Antonio Santos Aquino
Bolsonaro, quando escreverem a História brasileira desse período, vão classificá-lo como deve ser rotulado: um traidor. Porque acaba de entregar nosso petróleo com a técnica de exploração em águas profundas, que só nós, os brasileiros tínhamos; está entregando a Base de Alcântara, que significa entregar a Amazônia Verde e Azul e ainda transformar o Brasil em capanga dos EUA; mandou reconhecer Guaidó e romper com a Venezuela, o capitão, balançando o rabinho, fez o que seu chefe mandou; mandou transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, o capitão disse: “Sim senhor, agora mesmo!”. Isso é traição.
São tão burros que não perceberam que em Alcântara não houve um acidente e sim um atentado, em que morreram 21 cientistas e técnicos militares. Os americanos já tinham sido retirados de lá por Waldir Pires, pois não deixavam que brasileiros entrassem na base, nem militares.
BASES DOS EUA – O atentado interessava a quem? Digam, se tiverem coragem. Agora apareceu um “Calabar” e entregou tudo. Os americanos, botando os pés em Alcântara, dominarão a Amazônia e toda a América do Sul. Já têm bases no Chile, no Equador, na Colômbia, no Paraguai e projetam duas bases no Cone Sul em território argentino; na fronteira do Brasil.
O que eu escrevo dói? Mas é para doer mesmo. Agora estamos entregues ao imponderável. O Brasil pode dentro de uns cinco anos ou menos ser dividido. Os EUA não querem o Brasil desse tamanho.
Tem mais, se os americanos declararem guerra contra a Venezuela não vão mandar seus soldados. “Vão mandar os babacas dos jovens brasileiros para morrerem como bucha de canhão pela glória dos ianques amiguinhos do capitão”. Só não vai ser moleza. Será que os russos vão se deixar desmoralizar?

A aproximação com Israel pode afetar o mercado bilionário de proteína animal no Brasil?


Carne pendurada em figorítifco
A carne precisa ser processada em obediência aos rituais islâmicos
Júlia Dias CarneiroBBC News Brasil
Em fevereiro, uma ofensiva comercial de exportação brasileira serviu milhares de omeletes e shawarmas de frango halal em Dubai. Quatro meses antes, foi a vez do churrasquinho brasileiro em Paris – sempre de carne halal, buscando atiçar o apetite de potenciais compradores em grandes feiras de alimentos internacionais. Ações semelhantes ao longo das décadas têm feito parte da estratégia de expansão da venda de carne bovina e frango halal, produzidas a partir de regras estabelecidas pela lei islâmica. Produtos halal não podem ter vestígios de itens proibidos aos muçulmanos, como álcool, carne de porco e seus derivados
Os esforços do país, que passam também por investimentos em frigoríficos seguindo esses preceitos, surtiram efeito: o Brasil hoje é o maior exportador global de proteína halal, cujo mercado consumidor reúne 1,8 bilhão de consumidores muçulmanos.
POLÍTICA EXTERNA  – Mas a visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel, a partir deste domingo (31), dará sequência a tratativas que podem afetar essas exportações, como a promessa de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo os passos do presidente americano Donald Trump.
A mudança tem potencial de provocar atritos com palestinos e países árabes, rompendo com a postura de neutralidade mantida pelo Brasil desde a fundação do Estado de Israel, há 70 anos. Fixar a embaixada em Jerusalém implicaria o reconhecimento da cidade sagrada como capital israelense, enquanto palestinos também pleiteiam soberania sobre a cidade que desejam ter como sua capital.
Segundo o Itamaraty, a promessa de campanha de Bolsonaro “permanece em estudo”. “No entendimento brasileiro, a perspectiva de melhorar as relações com Israel não implica piora das relações com os outros parceiros do mundo árabe”, afirma o Ministério das Relações Exteriores à BBC News Brasil.
APREENSÃO NO SETOR – A hipótese de mudança aventada por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 tem gerado apreensão entre entidades comerciais, representantes da indústria e funcionários do setor, que temem um possível embargo dos países árabes às exportações brasileiras se a mudança de embaixada for concretizada.
O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, afirma que o tema é sensível, e que países árabes têm demonstrado preocupação em conversas, cartas e movimentações a nível diplomático.
“É arriscar desnecessariamente, algo que poderá colocar em risco um mercado que demorou muito para ser estabelecido”, considera Hannun. “Nosso medo é que essa relação (entre o Brasil e os países árabes) possa enfraquecer. Não haveria uma quebra imediata, mas a médio e longo prazo veríamos uma perda de potencial, um retrocesso.”
BONS FREGUESES – De acordo com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, as exportações de carnes de frango e halal para países árabes aumentaram 418% nos últimos 15 anos – pulando de US$ 706 milhões em 2003 para US$ 3,65 bilhões em 2017.
Hoje, o Brasil é de longe o principal fornecedor de proteína animal halal para o mundo árabe, tendo suprido 51,9% dessa demanda em 2017, segundo dados do Centro de Comércio Internacional (ITC) – ou seja, mais de metade do consumo.
Os países árabes e o Irã compraram mais de um terço (36,3%) da proteína halal exportada pelo Brasil em 2017, e respondem por cerca de 10% das exportações do setor agropecuário do Brasil, e por quase 6% de todas as exportações brasileiras, segundo dados do Ministério da Economia.
GRAU DE INCERTEZA – Um embargo árabe às exportações nacionais “amplia o grau de incerteza para que as empresas brasileiras realizem investimentos no território nacional voltados à expansão da produção de produtos halal, pois os novos investimentos podem se tornar gastos sem uso”, afirma a Câmara Árabe Brasileira.
Para uma fonte diplomática árabe ouvida pela BBC News Brasil, a mudança teria implicações negativas para a estabilidade na região e para as negociações do processo de paz no Oriente Médio, e geraria prejuízos à relação com países árabes sem uma real contrapartida na relação com Israel.
“Não há qualquer razão para fazer isso a não ser envergonhar os parceiros árabes em suas relações históricas com um país amistoso como o Brasil. A questão não é quem vai ganhar em relação a importações ou exportações. A questão real é por que abrir mão de uma oportunidade genuína de continuar a expandir parcerias em todas as áreas com os 22 países árabes, e com os 57 Estados–membros da OIC (Organização para a Cooperação Islâmica), em vez de um (Israel)”, afirma essa fonte, em conversa com a reportagem.
ABATE HALAL – A denominação halal designa “lícito” e representa aquilo que está em conformidade com as regras estabelecidas pela lei islâmica (a sharia). As regras são aplicadas a alimentação, remédios, lazer e vestuário. Produtos halal não podem ter vestígios de itens proibidos aos muçulmanos, como álcool, carne de porco e seus derivados.
Para que a proteína seja considerada halal, o animal tem que ser abatido seguindo uma série de especificações. A degola precisa ser feita com um facão afiado, com corte em forma de meia lua. O degolador tem que ser necessariamente muçulmano. De um só golpe, deve cortar as jugulares, veias e traqueia do animal, imediatamente após recitar a frase “Bissmillah Allahu Akbar” –”Em nome de Deus, Deus é maior!”
“Não basta falar a frase. O abatedor precisa ter no coração o sentimento de que está fazendo o abate halal para alimentar uma pessoa, e não está matando para fazer o animal sofrer ou por maldade”, descreve Kaled Zoghbi, coordenador halal da produção de aves da Federação das Associações Muçulmanas no Brasil (Fambras), a principal certificadora de produtos halal no país.
SEM TOXINAS – O golpe precisa ser rápido e certeiro, descreve, cortando as veias jugulares de uma vez, causando a morte instantânea e buscando eliminar a possibilidade de liberação de toxinas que contaminem a carne. O escoamento posterior do sangue tem que ser completo.
A produção seguindo os preceitos halal começou a ser implementada no Brasil a partir de 1979, com a fundação da Fambras pelo libanês Hajj Hussein Mohamed El Zoghbi. Hoje, a entidade tem mais de mil degoladores espalhados pelo Brasil. Seu filho e atual presidente da Fambras, Mohammed El Zoghbi, leva o trabalho adiante.
El Zoghbi considera cedo para estimar o impacto que a mudança de política externa do Brasil em Israel teria para esse mercado. “Nós levamos 40 anos para formatar esse mercado. As pessoas têm que enxergar isso. É um trabalho árduo, sério, que visa ao crescimento do mercado brasileiro e sempre buscou desenvolver a credibilidade do Brasil no exterior. A população islâmica consome o produto brasileiro confiando no que a gente faz”, afirma.
VENDAS EM ALTA – Presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun destaca que as exportações do Brasil para países árabes cresceram sete vezes nos últimos 20 anos.
Em 2018, quase 50% das exportações de frango brasileiras foram do produto halal – tanto para países árabes quanto para não árabes, somando 1,966 milhão de toneladas, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Já no mercado de carne bovina, que bateu recorde de exportações em 2018, o corte halal para consumidores árabes respondeu por 20,8% do total vendido no mundo, somando 341 mil quilos exportados, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
SEM ESPECULAR – Questionada sobre eventuais impactos da mudança da postura brasileira em Israel, a ABPA afirma que o setor “prefere não especular sobre os riscos efetivos destas tratativas”, dado que não foram tomadas decisões até o momento.
A associação destaca, entretanto, a “grande importância” que as exportações de carne de frango halal têm para o Brasil, tanto na geração de empregos como de divisas para o país –atendendo a mercados expressivos como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Iraque e Egito.
Embora a proteína animal seja o principal produto halal do Brasil, o leque de produtos que podem ser qualificados como halal é enorme – e outras indústrias brasileiras têm se beneficiado por essa expansão de olho no mercado muçulmano, ressalta Dib Tarras, diretor de certificação halal do setor industrial da Federação das Associações Muçulmanas no Brasil (Fambras).
CERTIFICAÇÕES – A federação já concedeu certificação halal a mais de 170 indústrias brasileiras, afirma Tarras – incluindo produtos químicos, farmacêuticos, cosméticos, chocolate, laticínios… O Brasil exporta até leite condensado, açaí e pão de queijo halal.
Os países árabes representam 20% dos consumidores muçulmanos do mundo. “O Brasil ainda tem um mercado gigantesco a explorar”, afirma.
Em entrevista à BBC News Brasil em janeiro deste ano, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirmou que as exportações de frango seriam as mais afetadas, seguidas pelas de carne e de açúcar.
A CURTO PRAZO – Mesmo assim, Castro avalia que dificilmente os países árabes conseguiriam, no curto prazo, substituir amplamente as importações brasileiras, já que há poucos países capazes de exportar na mesma quantidade e custo que o Brasil. Além disso, as alternativas existentes para as nações islâmicas também esbarram em conflitos geopolíticos.
Se quisesse substituir a carne brasileira, o mundo árabe precisaria recorrer aos segundo e terceiro maiores exportadores: Estados Unidos e Austrália.
A questão é que os Estados Unidos, sob o governo Trump, foram os primeiros a transferirem a embaixada para Jerusalém. E, em dezembro, a Austrália reconheceu oficialmente Jerusalém como capital de Israel, embora não tenha transferido sua embaixada para lá.
MAIS BARATO – No caso do frango, Castro afirma que a União Europeia poderia, a médio prazo, tentar ocupar o vácuo deixado pelo Brasil. Ainda assim, seria custoso para os países árabes, já que o frango brasileiro é mais barato.
Quanto ao açúcar, produtores temem perdas a médio e longo prazo, mas também não acreditam que seja possível uma substituição completa do produto brasileiro.
“Não vejo, no curto prazo, um substituto imediato para o açúcar brasileiro. De uma forma estrutural, o Brasil responde por 50% do comércio mundial de açúcar”, ressalta Paulo Roberto de Souza, coordenador de competitividade internacional da maior associação de usineiros do Brasil, a União da Indústria da Cana de Açucar (Unica).
A MÉDIO PRAZO – Ele afirma, porém, que a médio prazo, Tailândia, Índia e União Europeia podem se movimentar para substituir parte do que hoje é exportado pelo Brasil aos países árabes.
Para se habilitar a produzir proteína halal, frigoríficos precisam implementar uma série de mudanças. As exigências incluem espaços completamente separados para fazer o abate halal e linhas de produção em velocidades diferentes para a degola manual do frango, geralmente feita com disco de corte no abate não halal.
Os degoladores são necessariamente muçulmanos, o que abriu um mercado para trabalhadores islâmicos no país – e acabou gerando empregos para refugiados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente matéria. Mostra que, a curto prazo, as exportadores brasileiras não estão ameaçadas. Mas o vice-presidente Hamilton Mourão tem outra expectativa – ele teme que o Brasil entre na rota do terrorismo islâmico(C.N.)

Poucas & Boas 2019.4 Na Bahia é diferente!

Poucas & Boas 2019.4

Na Bahia é diferente!
Demolido, mercado de Poço Verde dará lugar a uma praça de eventos (foto: Landisvalth Lima)
Não é difícil para quem acompanha o noticiário estranhar fatos que ocorrem rotineiramente em outros estados e aqui na Bahia quase nunca ocorrem. Excetuando-se as ações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, nada acontece por aqui. Em Sergipe, alguns prefeitos foram presos, deputados tiveram processos, condenações e cassação de mandatos, tudo motivado por investigações do Ministério Público Estadual, Polícia Civil e outros órgãos fiscalizadores. Até o governador Belivaldo Chagas teve que dar satisfação à Justiça. Na Bahia nada acontece. Parece que estamos num estado onde tudo funciona às mil maravilhas e os políticos são a última geração calibrada da espécie. Exemplo para o país!
Adesão na gaveta I
É comum na Bahia, prefeitos, vereadores, deputados aderirem ao vencedor, claro, em nome da busca de recursos para suas bases partidárias. Desculpas não faltam. Lembro-me certa feita de uma justificativa dada pelo ex-deputado federal Mário Negromonte, hoje Conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia. Dizia ele que votou contra a aposentadoria dos idosos para carrear recursos para região. Então perguntei a ele se valia a pena matar os velhos para conseguir dinheiro. Ele não respondeu e caiu fora. Hoje, até aderir está difícil. Nos estados do Nordeste, os governadores são de oposição ao governo federal. Com os estados quebrados, a única fonte de recursos é o governo federal. E a torneira está fechada!
Adesão na gaveta II
Governadores, prefeitos e deputados queriam muito achar um motivo para pular de lado. Ao contrário, há motivos de sobra para ficar onde se está. Se fosse um presidente popular, vai lá. Bolsonaro está perdendo espaço no coração do povo. Seu governo ainda não começou e as atrapalhadas beiram o inimaginável. Tenho a impressão de que uma doença chamada “infantilização” contamina nossos novos dirigentes e isso dificulta até mesmo adesões tidas como certas. Um governo “normal” já teria tido adesões em massa e ajudaria a aprovar as medidas contra a corrupção e violência e, como até mesmo os governadores do Nordeste querem, embora não tornem isso público, acabaria com o déficit público gerado pelo rombo gigantesco da Previdência Social.
Adesão na Gaveta III
Outro fator que impede adesões em massa ao governo é 2020. Ninguém quer arriscar largar o osso. Os prefeitos querem fazer sucessores. Em muitos municípios, governo e oposição são do mesmo lado, principalmente no Nordeste. Ninguém quer ficar numa árvore que não tenha sombra. Como o governo federal está em constante conflito, até com ele mesmo, é melhor ficar na mesma árvore onde está o adversário. Lá na frente, se aparecer algum afago e se for interessante, adere-se. É a velha política. Quem duvidar, é só fazer um retrospecto histórico da Ditadura Militar para cá. Inúmeros líderes no Nordeste, que hoje choram a prisão de Lula, abraçaram os militares, juraram amor a Sarney, choraram a morte de Tancredo, saudaram a social democracia tucana e viraram petistas desde criancinhas. Se o governo Bolsonaro pegar, estarão um dia postando fotos ao seu lado e fazendo gestos de armas com as mãos.
CEJDS em obras
A empresa Grado já está reformando a telhado do salão do Colégio Estadual José Dantas de Souza, desde a última quinta-feira (28). Enquanto a empresa se instalava, o diretor Gilberto Jacó recebeu três boas notícias. A primeira foi uma promessa do governador Rui Costa para substituição de todo o piso do colégio. O engenheiro Pedro Ivo disse que já estava com a Ordem de Serviço em mãos e estará na escola nesta terça-feira (2) para orientar como será feita a obra. A segunda foi a confirmação da revisão da parte elétrica e da implantação do forro nas 4 salas restantes, e ainda nesta semana. Por fim, será feito um estudo para viabilizar a implantação de aparelhos de ar condicionado nas salas. Uma vez tudo isso pronto, daria ao CEJDS estrutura de excelência. Com os novos professores que chegaram, não terá mais sentido nenhum a escola continuar com médias tão baixas no Enem. Vamos ver.
Safra recorde
A esperança do sertanejo de que teremos uma safra recorde este ano está consolidada. Não há lugares na região que não tenham recebido quantidade generosa de chuva. As variações indicam de 30 a 90 milímetros. Está tudo cheio. Seria azar imensurável não ter safra este ano, depois de seis fracassos consecutivos. A maior seca da história chegou ao fim e é hora de arregaçar as mangas e trabalhar. Já falam em uma safra inesquecível. É fartura que vem!
Estradas intransitáveis
O outro lado da chegada das chuvas também se apresenta, e não é bom. As estradas vicinais dos municípios da região estão em petição de miséria. Até que as prefeituras lutam para colocar tudo em ordem, mas a quantidade de estragos foi inimaginável. É preciso um pouco de paciência. Já as estradas asfaltadas, cheias de buracos, passaram a ter mais buracos ainda. A BA 393, que Liga a BR 110, passa por Heliópolis e vai até Poço Verde-SE, foi alvo de um pedido especial do prefeito Ildinho ao governador Rui Costa. A promessa é que antes do São Pedro a estrada estará recuperada. Antes tarde do que nunca.
Mercado de Poço Verde
  Semana passada, uma parte da história de Poço Verde veio ao chão. O velho mercado, encravado no centro da cidade, foi demolido pela Prefeitura Municipal. Não havia outro meio a fazer. O edifício já estava todo desconfigurado e não representava mais nem mesmo a preservação do aspecto arquitetônico. Era apenas morada de ratos, baratas e outros seres indesejáveis. No lugar será construída uma Praça de Eventos. E tomara que seja útil para a população. 

Fonte: Landisvalth Lima 

1964 é uma unha encravada e se tornou hoje uma espoleta disparadora de radicalismos


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José Genoino, preso no Araguaia, foi poupado pelos militares
Elio GaspariFolha/O Globo
Hoje, há 55 anos, um general em fim de carreira rebelou-se em Juiz de Fora (MG), onde comandava mesas. Em pouco mais 24 horas o governo constitucional do presidente João Goulart estava no chão. Em 1944 ninguém discutia o golpe militar de 1889, e em 1985 não se discutiu a deposição do presidente Washington Luiz. Em 2019 discute-se 1964 porque ele virou um par de unhas encravadas nos pés da direita e da esquerda, uma espoleta disparadora de radicalismos. Na sua versão recente, Jair Bolsonaro (PSL) falou em “comemorar” a data. Depois corrigiu-se, com um “rememorar”.
Bolsonaro tem uma visão pessoal da história. Ele disse que “não foi uma maravilha regime nenhum. E onde você viu uma ditadura entregar pra oposição de forma pacífica o governo? Só no Brasil. Então, não houve ditadura”. Nesse caso, também não houve ditaduras no Chile e na Espanha. De certa maneira, não teria havido ditadura nem na União Soviética.
GOLPE DE 1964 – A deposição de Jango em 1964 foi um golpe que desembocou numa ditadura constrangida que escancarou-se em 1968. Goulart foi apeado por uma revolta militar vitoriosa e pelo presidente do Congresso, que declarou a vacância do cargo enquanto seu titular estava no Brasil. A posse do presidente da Câmara, no meio da madrugada de 3 de abril, foi enfeitada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, mas não tinha amparo na lei. (Dilma Rousseff foi deposta de acordo com o devido processo legal.)
A deposição de Jango foi pedida e saudada por quase toda a grande imprensa e por multidões que foram à rua festejando-a. Havia mais povo na Marcha da Família realizada em São Paulo no dia 19 de março do que no comício janguista do dia 13.
Se Jango foi deposto para que fosse preservado o regime democrático, esse sonho durou uma semana e se acabou quando os chefes militares baixaram um Ato Institucional que cassou mandatos, suspendeu direitos políticos e demitiu juízes, generais e servidores civis.
SURTO TERRORISTA – A ditadura foi desafiada por um surto terrorista e reagiu instituindo a tortura e a execução de dissidentes como política de Estado. A isso Bolsonaro chama de “probleminhas” e o general Hamilton Mourão, de “guerra”.
A ditadura brasileira está mal digerida porque de um lado alimentam-se teorias como a dos “probleminhas” e a da “guerra”. De outro, chamam-se ações terroristas de “luta contra a ditadura”, quando o objetivo de algo como mil militantes de organizações de esquerda era a implantação da ditadura deles.
Aqui vão dois casos ilustrativos dessas duas fantasias: Em 1968, o Comando de Libertação Nacional (o Colina, com cerca de 50 militantes) localizou no Rio o capitão boliviano que um ano antes participara da captura do Che Guevara na Bolívia. Ele morava na Gávea. Em julho, cinco meses antes da edição do AI-5, numa ação que envolveu três terroristas, mataram-no a tiros.
LUTA ARMADA – Em seu manifesto de criação o Colina dizia que “a luta armada é a única forma de dar consequência à luta do povo brasileiro” e “o terrorismo, como execução (nas cidades e nos campos) de esbirros da reação, deverá obedecer a um rígido critério político”.
O “capitão boliviano” era o major alemão Otto von Westernhagen, e o Colina fez de conta que nada teve a ver com o crime. (Aos 21 anos, Dilma Rousseff militava no Colina. Não há registro de que tenha participado pessoalmente de ações terroristas.)
Quatro anos depois do assassinato de Westernhagen, o Exército descobriu um projeto guerrilheiro do Partido Comunista do Brasil na floresta do Araguaia (PA). No Natal de 1973, o grupo foi desbaratado, e nos meses seguintes o que seria uma guerrilha transformou-se numa caça a fugitivos que se escondiam no mato.
EXECUÇÕES – Podiam ser uns 30. Foram todos executados, inclusive aqueles que se renderam, atendendo a oferecimentos da tropa. Cilon da Cunha Brum, o “Simão”, ficou mais de um mês detido antes de ser morto. Isso não é guerra.       
Telma Regina Cordeiro Correa, a “Lia”, escondeu-se na mata durante dez meses. Era uma ex-estudante de geografia, expulsa da Universidade Federal Fluminense, tinha 27 anos e estava no Araguaia desde 1971. Ela foi vista por um camponês debaixo de uma árvore, depauperada e faminta. O jornalista Hugo Studart conta em seu livro “Borboletas e Lobisomens” que “Lia” tinha consigo um diário, cujas últimas anotações foram “estou nas últimas” e “não aguento mais”.
ISTO É GUERRA? – Avisada, uma tropa veio buscá-la. Studart acrescenta:  “‘Lia’ foi levantada do chão pelos militares. (…) Foi tratada na base militar de Xambioá. O suficiente para conseguir falar. (…) O soldado Raimundo Melo revelou que ajudou a colocar ‘Lia’ no helicóptero que a levaria a algum ponto da mata para execução”.  Isso é guerra?
Enquanto se falar em “luta armada contra a ditadura” e em “guerra”, 1964 continuará sendo unha encravada, uma em cada pé.

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