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quarta-feira, outubro 09, 2024

Brasil veta a Nicarágua no Brics, mas grupo poderá incluir Bolívia, Cuba e outros

Publicado em 9 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet

09.07.24 - O presidente Lula (PT) encontra com o presidente boliviano Luis Arce em Santa Cruz de la Sierra

Lula está apoiando o presidente boliviano Luis Arce.

Jamil Chade
Do UOL

Ganham força as candidaturas de Bolívia e Cuba para serem membros associados do Brics, numa expansão que está causando uma corrida diplomática nos bastidores. No final do mês, o presidente russo, Vladimir Putin, será o anfitrião da cúpula do bloco e quer anunciar a criação de um grupo de países associados.

Em 2023, o Brics teve maior adesão formal de novos membros desde sua criação. Naquele momento, porém, o Brasil defendeu que critérios deveriam ser estabelecidos. Um deles era que os novos membros teriam que reconhecer as aspirações de Brasil, Índia e África do Sul por vagas permanentes no Conselho de Segurança da ONU.

O pacto foi aceito e, quando aderiram, governos como o do Irã, do Egito e outros tiveram de chancelar essa postura do Itamaraty.

ASSOCIADOS – Agora, a ideia da Rússia não é a de ter uma expansão dos membros plenos do Brics, e sim criar uma nova categoria de países, que seriam “associados” ao bloco. Participariam de muitas das reuniões, mas não teriam poder de veto ou voto nas decisões dos membros plenos.

Cerca de 20 países concorrem para fazer parte dessa lista de membros assinados. A estimativa do bloco, porém, é que a adesão se limitará a dez membros.

Fontes do alto escalão do Itamaraty indicaram que, inicialmente, a aposta na adesão de Colômbia e Angola, dois governos com afinidades aos interesses brasileiros. No entanto, Bogotá e Luanda não formalizaram os pedidos para fazer parte do bloco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a fazer declarações públicas nesse sentido, durante uma viagem para Colômbia — mas não convenceu o governo de Gustavo Petro a seguir com a candidatura.

ORTEGA E MADURO – De outro lado, o governo de Daniel Ortega, na Nicarágua, e a Venezuela, de Nicolás Maduro, tinham o apoio de russos e chineses, e vinham fazendo intensa campanha. Para o Brasil, não faria sentido a adesão dos nicaraguenses. Além de diminuto, o país expulsou o embaixador brasileiro e fez ataques diretos a Lula. Para o Brasil, portanto, a condição dos novos membros é que mantivessem relações amistosas com todos os países do Brics. A Nicarágua não cumpre essa condição e foi vetada pelo Itamaraty.

No caso da Venezuela, a resistência do lado brasileiro também é importante, e o Itamaraty insistia que uma adesão apenas poderia ocorrer com o consenso de todos.

A avaliação da diplomacia brasileira era que Caracas, depois de romper relações diplomáticas com diversos países latino-americanos e não ter a eleição presidencial reconhecida pelo Brasil, teria sérias dificuldades de se apresentar como um representante regional dentro do bloco.

BOAS RELAÇÕES – Assim, a opção que ganha força é da adesão de bolivianos e cubanos, ambos com boas relações hoje com o Brasil e uma aceitação dos demais países do Brics. Para o Itamaraty, era fundamental que uma expansão respeite um equilíbrio geográfico, impedindo também que o Brics se transforme simplesmente em uma aliança que sirva aos interesses da China.

Lista ou critérios? O Brasil argumenta que, antes de escolher os nomes dos novos membros, critérios precisam ser estabelecidos para definir quem entra ou não na aliança.

O governo russo enviou aos demais membros do Brics uma comunicação na qual pedia que cada um deles apresentasse uma lista de países que gostariam de ver numa expansão.

RÚSSIA COBRA – Em junho, numa reunião ministerial em Novgorod, os russos voltaram a cobrar a apresentação de listas.

O governo brasileiro, porém, se recusou a apresentá-la, afirmando que a questão não era o nome dos países, mas os parâmetros que seriam usados para a seleção. O mesmo comportamento foi adotado pela Índia.

Entre esses critérios estariam as boas relações com todos os países do Brics e o reconhecimento das candidaturas dos emergentes ao Conselho de Segurança da ONU.


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