Publicado em 23 de julho de 2021 por Tribuna da Internet
Bela Megale
O Globo
A subserviência do general Braga Netto, hoje ministro da Defesa, ao presidente Bolsonaro tem causado grande incômodo entre alguns integrantes das Forças Armadas, incluindo nomes que atuam no próprio governo. Essa visão, porém, não é compartilhada pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, que estão alinhados à postura de Braga Netto. O trio segue afinado com o presidente e está embarcado na defesa do voto impresso.
Nesta quinta-feira, a reportagem publicada pelo jornal “Estadão” circulou em alguns grupos de WhatsApp como exemplo dessa “subserviência cega e sem limites” de Braga Netto.
POLITIZAÇÃO MILITAR – Esse grupo de militares é crítico à gestão do ministro e vê Braga Netto como um dos responsáveis pela demissão de seu antecessor, Fernando de Azevedo e Silva, em março. Silva deixou o cargo junto a comandantes das três Forças por não atender a pressões de Bolsonaro para que militares defendessem publicamente seus pleitos. A reunião que culminou na exoneração dos quatro generais aconteceu na casa de Braga Netto.
A avaliação é a mesma que recai sobre o general Luiz Eduardo Ramos, já demissionário da Casa Civil e prestes a ser substituído pelo líder do centrão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI). O general atendeu a uma escolha de Bolsonaro, enterrando o discurso crítico que militares faziam sobre a atuação do Centrão dentro do governo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bela Megale tem razão em falar sobre “parte dos militares”. A outra parte é formada de bolsonaristas fanáticos, como o comandante da Aeronaútica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista, que dá a maior força às atitudes antidemocráticas de Bolsonaro e Braga Netto. É aí que mora o perigo. (C.N.)