Dayane Laet | 24/10/18 - 06h02 - Atualizado em 24/10/18 - 06h44
“Aqui nem roubo de celular tem acontecido. Nos acostumamos a conversar na porta até tarde, sem medo”. Quem garante a segurança de se viver em Cacimbinhas, é o empresário Rafael Melo, morador da cidade localizada no limite entre o Agreste e o Sertão de Alagoas, que tem cerca de 10 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE.
Junto a outras 8 cidades, ela é um dos lugares que não registraram nenhum homicídio em 2018, realidade bem distante do que se vê nos municípios maiores, como a capital alagoana, Maceió, e ainda Arapiraca, Rio Largo, Pilar e outros líderes em violência.
De acordo com os dados solicitados pelo TNH1 à Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL), as campeãs em tranquilidade são, além de Cacimbinhas, Belo Monte, Monteirópolis, Olho d’Água Grande, Palestina, Pindoba, São Brás, Tanque d’Arca e Mar Vermelho.
Os dados também apontam que quatro das cidades citadas – Belo Monte, Palestina, Pindoba e São Brás – também não contabilizaram homicídios em 2017, o que para os habitantes é motivo de alívio. Para os moradores, um dos fatores que pesam na questão da segurança é a atuação preventiva da polícia e da guarda municipal.
"A polícia aparece apenas para saber se está tudo bem"
O servidor dos Correios em Pindoba, José Robson da Silva, contou em entrevista ao TNH1 que se sente seguro ao caminhar pelas ruas. “A cidade é tão tranquila que às vezes esqueço que já fui assaltado quatro vezes em outras unidades”, disse. “A polícia aparece de vez em quando para fazer rondas, apenas para saber se tudo está bem”, acrescentou.
Já em Monteirópolis, apesar do baixo número de homicídios, os assaltos na principal praça da cidade têm preocupado os moradores. Emanuela Silva, dona de um estabelecimento comercial na região, diz que tem ouvido mais reclamações em relação a furtos. “De uns tempos pra cá, temos sentido que o consumo de drogas também aumentou, mas nada muito grave ainda”, explicou.
Segurança x tráfico de drogas
O TNH1 conversou com o comandante do Policiamento no Interior da Polícia Militar, tenente-coronel Wellington Bittencourt, e ele afirmou que há uma relação direta entre o tráfico de drogas e os números de violência. “Não é coincidência que nas cidades sem homicídios também não haja intensa movimentação de entorpecentes. Tudo está interligado”, explicou.
Ainda segundo Bittencourt, com atuação indispensável do serviço de inteligência da PM, as ações conjuntas das polícias e os trabalhos de saturação feitos pelas guarnições da Força Tarefa, é possível observar a dinâmica dos criminosos e direcionar as guarnições para as áreas mais vulneráveis.
“De tempos em tempos, realizamos um levantamento e, se necessário, remanejamos nosso pessoal. Esse trabalho é uma constante”, acrescentou o comandante.
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