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quarta-feira, março 19, 2014

“Se não mudar a política, a polícia não mudará"


Para o militante do movimento negro Douglas Belchior, a brutalidade policial não é um caso isolado, mas reflexo de uma sociedade e de um Estado baseados na violência e na punição
A violência policial que vitima as periferias brasileiras cotidianamente é um reflexo de um Estado e uma sociedade “regida por valores e forças econômicas hegemônicas e segregacionistas” e, sem essa percepção clara, será impossível modificar esse cenário mesmo com medidas como a desmilitarização da polícia. A avaliação é do professor de história e membro do Conselho Geral da Uneafro Douglas Belchior, que lembra ainda que as principais vítimas desse aumento da violência são população em situação fragilizada como negros, mulheres e homossexuais.

“Repressão, violência assassinatos em série e total despreparo para o convívio democrático são características fundantes das polícias”, denuncia Belchior, que assina um blog no site da revista Carta Capital. As polícias, por sua vez, estão a serviço de um Estado que trabalha em função dos interesses de conglomerados econômicos, grandes empresários, coronéis do agronegócio e oligarquias proprietárias dos meios de comunicação. “Esses setores mantém a hegemonia econômica, logo política, e se fortaleceram mesmo com governos petistas. Para eles a policia cumpre uma tarefa fundamental: manter a tranquilidade, o silêncio e a paz do cemitério”, diz o militante.
Clique aqui para ler a íntegra da entrevista


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