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sexta-feira, julho 02, 2010

Obsessão leva Dunga até momento mais importante de sua carreia: Brasil x Holanda

Dunga mirou todo o trabalho da seleção em torno dos erros de Parreira em 2006. Hoje, se vencer a Holanda, supera a campanha do antecessor. Em tese, também confirma que acertou a mão

01/07/2010 | 20:01 | Carlos Eduardo Vicelli, Marcio Reinecken e Robson De Lazzari, enviados especiais

Dunga carrega uma obsessão desde o dia em que pôs os pés na África do Sul. De 27 de maio para cá, o técnico procura fazer tudo diferente do realizado pela gestão que comandou o Brasil na Copa de 2006.

Dunga espera partida aberta com Holanda

O técnico Dunga disse que espera ver em campo uma Holanda ofensiva contra o Brasil. Na opinião do treinador, as seleções vão se arriscar mais, já que o jogo é eliminatório. "Esperamos que seja uma partida aberta.

Como são partidas eliminatórias, as equipes não podem ficar apenas se defendendo. Esperamos que seja uma partida bonita para assistir", declarou.

"Agora, quando o adversário vem para jogar é melhor para o futebol, melhor para o espetáculo. Se tiver espaço para jogar, é melhor para a gente, melhor para o espetáculo", acrescentou.

Dunga afirmou também que a partida pode ser a melhor do Mundial sul-africano. "Porque as duas equipes tentam jogar, fazem aquilo que todos nós gostamos. Tentam o drible, a jogada individual. Quando as duas equipes jogam dessa forma, o espetáculo fica bom", argumentou o treinador.

Apesar da qualidade técnica do time rival, Dunga afirmou que não vai alterar o esquema tático da equipe para o confronto. "Não podemos inventar uma tática para cada partida, temos uma forma de jogar. É normal estudar, analisar os pontos fortes dos adversários e como marcá-los", explicou.

Interatividade

Mais uma vez a Gazeta do Povo não vai perder um lance sequer. A partir das 10h30 você acompanhar as emoções de Brasil x Holanda pela transmissão interativa. Você poderá participar enviando comentários e perguntas, tornando a transmissão muito mais divertida.

Logo após a partida será gravada uma mesa-redonda com convidados que irão analisar o resultado do jogo. Nesta sexta-feira participam do debate o colunista Airton Cordeiro, da Gazeta do Povo e da Rádio Transamérica, e o jornalista Lycio Vellozo Ribas, autor do livro "O Mundo das Copas" e editor de esportes do Jornal do Estado

Nesta sexta-feira, contra a Holanda, às 11 horas (de Brasília), no jogo mais difícil da seleção até o momento em solo africano, a sua mania de tentar enterrar o Mundial da Alemanha estará em jogo.

Se perder, pouco adiantou mudar radicalmente a maneira como as coisas foram feitas há quatro anos. Mesmo sem as algazarras vistas em Weggis (local de ambientação, na Suíça, antes da Copa-06), terá caído nas mesmas quartas de final em que os comandados de Carlos Alberto Parreira ruíram diante da França de Zidane.

Mas, se confirmar a eficiência de sua equipe construída em três anos e dez meses de trabalho, terá superado o vexame do torneio alemão e garantirá no mínimo um lugar entre os quatro melhores da disputa.
Com o triunfo, em tese, o capitão do tetra confirma que seu método de trabalho é vitorioso. Afinal, para ele, tão importante quanto o desempenho em campo é necessário não ter nenhum desvio de conduta fora dele.

Diferentemente dos tempos de Parreira, com o atual comandante quase não há folgas para os jogadores. Também não há regalias como dormir fora da concentração ou apresentar-se acima do peso para a etapa de preparação.

Quem ameaçou dar problema, casos de Adriano e Ronaldinho Gaúcho, não teve nem o nome lembrado entre os 23 convocados. Com Dunga, não há privilégios. O tratamento e a chance dispensada para os atletas aparecerem na mídia são os mesmos entre todos.

Por exigência do treinador, todos foram levados às entrevistas coletivas desde a apresentação do grupo, antes de iniciaram-se as repetições. O ponto de referência para o chefe é a seleção tetracampeã em 1994. Quando o brilho individual de Romário e Bebeto só aparecia por causa de lideranças como a dele.
O paradigma do técnico fica ainda mais evidente quando o assunto é o adversário de hoje. A Laranja já ficou pelo cominho contra Dunga em duas oportunidades.

A primeira, na campanha do tetra. Quartas de final, assim como agora, com muita emoção e vitória por 3 a 2. A segunda, em 1998, na França. Emoção até na prorrogação da semifinal e vitória nos pênaltis. Um dos batedores: Dunga.

“Tinha de reconfirmar tudo o que fiz em 1994. Se eu errasse, iriam dizer que tinha sido sorte quatro anos antes”, recorda, falando também de seu acerto na finalíssima nos Estados Unidos, diante da Itália. “Em 98, eram meus últimos jogos pela seleção brasileira. Foi diferente por isso. O jogo contra a Holanda foi adrenalina até o fim”, reforça.

Nesta sexta, no estádio Nelson Mandela Bay, como Dunga gosta de dizer e agir: não há meio termo. Só se passar às semifinais o Brasil terá satisfeito o desejo do torcedor. E a obsessão de seu treinador.

Ao vivo

Brasil x Holanda, às 11 h, na RPC TV, Band, BandSports, ESPN Brasil e SporTV.
Fonte: Gazeta do Povo

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