Biaggio Talento, Lília de Souza e Sílvio Ribas, do A Tarde
Ao retornar para Salvador, nesta quinta-feira, 31, depois de um dia de trabalho em Brasília, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, disse aguardar que prevaleçam “o bom senso e o juízo” no PT da Bahia para que o partido não leve adiante sua determinação de tentar proibir judicialmente o PMDB de usar a imagem do presidente Lula na campanha da reeleição do prefeito João Henrique Carneiro. “A política é como a vida, sempre há um dia após o outro”, disse Geddel, insinuando que o desentendimento pode colocar um fim na aliança entre o PT e o PMDB, que foi importante para a vitória do governador Jaques Wagner em 2006.Geddel participou da reunião ministerial na manhã desta quinta-feira em Brasília quando informou Lula sobre a ação impetrada pela candidatura de Walter Pinheiro (PT). Ele não confirmou nem desmentiu a versão (vazada por participantes da reunião) sobre uma suposta reação irritada de Lula em relação à iniciativa petista. A preocupação do presidente seria que esse fato se espalhe por todo o País e provoque rachaduras na base de sustentação do governo no Congresso Nacional.GARGALHADA – Por essa razão, Lula estaria até pensando em assinar autorizações pessoais para o uso de sua imagem pelos partidos da sua base. O presidente, contam as mesmas fontes, teria caído na gargalhada quando Geddel brincou que iria usar um tapa-sexo para esconder a imagem dele junto do prefeito João Henrique. O ministro da Integração Nacional voltou a reivindicar o “direito” de utilizar a imagem de Lula, entendendo que não seria justo “ter sofrido o ônus do desgaste de defender o projeto do governo federal da transposição do Rio São Francisco” e ser impedido de se beneficiar do “bônus” da popularidade de Lula no período eleitoral.PT – A coordenação da campanha de Walter Pinheiro reafirmou nesta quinta-feira a determinação em levar a cabo a empreitada para barrar o uso da imagem do presidente Lula pelo PMDB nas eleições em Salvador. “Não vamos ceder nossas lideranças e símbolos para os outros. O partido tem responsabilidade com o governo, mas não pode ser engolido pelo governo”, disse o coordenador de comunicação da chapa, Edson Miranda. “Nenhum filiado, do mais ilustre ao mais simples, está acima do partido”, complementou o presidente estadual do PT, Jonas Paulo.A assessoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alerta que o artigo 37 da Resolução 22.718, tratando dos pleitos deste ano, é explícito quando informa que está vedada a participação na propaganda eleitoral de filiados a outros partidos não integrantes da coligação. A resolução confirma a legislação geral (9.504/97), em seu artigo 54. “Nem que Lula queira, ele não pode aparecer na campanha de um candidato não apoiado pelo PT”, pontuou o advogado especialista em legislação eleitoral Augusto Aras.Em resposta à reclamação feita terça-feira pelo presidente do PT da Bahia, Jonas Paulo, quando da visita do presidente ao Estado, o ministro Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) esclareceu que “Lula informou aos ministros dos partidos da coligação de governo, em reunião no último dia 28, que não tem nenhuma objeção a que os candidatos da base aliada usem a sua imagem na campanha”.O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), preferiu não entrar na polêmica. “O Diretório Nacional do PT não tomou qualquer deliberação que pudesse determinar o comportamento das instâncias municipais nessa questão”, comentou.
Fonte: A TARDE
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