Carlos Newton
Um fato concreto. O Brasil e o mundo estão sofrendo a fase mais surrealista já vivida pela política. Embora estejamos participando da mais veloz evolução científica e tecnológica da História, com a Inteligência Artificial demonstrando que veio para ficar, a humanidade ainda está cercada de velharias por todos os sete lados, que desperdiçam nosso tempo discutindo direitos a preferências sexuais e a aborto, ao mesmo tempo em que se curvam aos carcomidos dogmas ideológicos de direita e esquerda.
Aqui no Brasil, é insuportável constatar que há pessoas inteligentes e preparadas perdendo tempo em discutir se Lula é melhor do que Bolsonaro ou se Donald Trump significa a recuperação do capitalismo frente ao temido fortalecimento do socialismo.
REDES SOCIAIS – Outra alienação coletiva são as redes sociais, cuja principal serventia ainda é ampliar ao máximo a vaidade de cada imbecil que consiga atrair seguidores.
É impressionante o número de comentaristas que surgem a cada dia na web, dando as opiniões mais ridículas sobre temas políticos, econômicos e sociais. São chamados de influenciadores, há quem acredite neles e eles enriquecem à custa dos trouxas.
Praticamente todos estão ficando meio esquizofrênicos, vivemos uma existência paralela, com a grande maioria digitando celulares e espalhando as notícias mais absurdas. Foi preciso até proibir os celulares nas salas de aula, vejam a que ponto chegamos.
PESSOAS ELETRÔNICAS – Nos transportes coletivos, é raro ver pessoas conversando. Cada passageiro fica ligado no celular, e até o motorista usa o dele, toda vez que tem de parar no sinal, é impressionante.
Nesse admirável mundo novo (que Aldous Huxley nos perdoe…), a imprensa tem papel fundamental. Por mais críticas que receba, a velha mídia passou a ser um farol a nos iluminar. Se não houvesse os portais, os sites e os blogs de veículos de informação, não tenho ideia do que poderia acontecer à humanidade.
A meu ver, a única coisa capaz de nos salvar é a morte. Se os líderes políticos vivessem para sempre, conforme anseiam, é claro que não haveria democracia. Estaríamos todos, no mundo inteiro, submetidos a uma ditadura implacável, que controlaria cada um de nós como seres ”ex-machina”.
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P.S. 1 – Diante dessa realidade, bendita seja a morte! Porque ela funciona como algo absolutamente divino, ao igualar todos os seres e colocar os políticos em seus devidos lugares.
P.S. 2 – Mas nem tudo está perdido. Talvez os homens aprendam, algum dia, a obrigar seus líderes a fazer as coisas certos, como Sidarta Gautama, o Buda, preconizava cinco séculos antes de Cristo. Quando isso ocorrer, estaremos vivendo no paraíso. (C.N.)