em 28 jan, 2025 8:06
Recentemente um vídeo viralizou nas redes sociais sobre o caso de transmissão do HPV (Papilomavírus Humano) por meio de equipamentos de academia. A jovem que aparece no vídeo afirmou ter sido diagnosticada por uma médica com o vírus, após ter notado uma verruga no dedo.
Para esclarecer se é possível ou não essa contaminação, o Portal Infonet conversou com o médico-sanitarista Almir Santana, responsável técnico pelo Programa Estadual de IST-AIDS em Sergipe.
Dr. Almir Santana explica primeiro que o HPV é um vírus com mais de 200 tipos conhecidos e que, em algumas situações, pode ser assintomático. “O HPV pode se manifestar principalmente através de verrugas que aparecem na pele ou mucosas. Dependendo do tipo, ele também pode afetar a região genital, tornando-se uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST)” diz o especialista.
Transmissão e mitos
De acordo com Almir, não há possibilidade de contrair HPV por meio de equipamentos de academia. “O HPV só é transmitido por contato direto entre a pele de uma pessoa infectada e outra pessoa. Ele não sobrevive em superfícies ou objetos como aparelhos de academia. Essa informação de transmissão pelo uso de equipamentos é totalmente equivocada” afirma.
A confusão gerada pelo vídeo também levou muitas pessoas a associar o HPV cutâneo ao HPV genital. Almir Santana esclarece que são coisas diferentes: “O HPV cutâneo é aquele que aparece na pele em geral e a transmissão ocorre pelo contato direto com a pele infectada. Já o HPV genital é uma IST [Infecção Sexualmente Transmissível] e tem formas específicas de prevenção”, disse.
Além disso, Dr Almir reforça a importância de consultar um profissional da saúde ao notar verrugas no corpo, especialmente na região genital. “Verrugas não são normais e precisam ser tratadas. No caso de verrugas genitais, algumas podem ser pré-cancerosas, por isso é ainda mais importante buscar atendimento médico” alerta o médico.
Prevenção e tratamento
Embora não exista vacina ou medicamento específico para o HPV cutâneo, o HPV genital pode ser prevenido de forma eficaz para evitar complicações graves, como o câncer de colo de útero, pênis ou ânus, causados por alguns tipos de HPV . “A vacina contra o HPV genital está disponível gratuitamente no SUS para jovens de 9 a 14 anos, pessoas vivendo com HIV até 45 anos, pacientes em tratamento oncológico ou que realizaram transplantes, além de usuários da profilaxia pré-exposição ao HIV. Além disso, o uso de preservativos em relações sexuais também é uma medida importante para prevenir o HPV genital ” garante Almir.
por Marina de Sena e Aisla Vasconcelos
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