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terça-feira, dezembro 06, 2022

Santos Cruz critica a possível demissão de comandantes em repúdio à posse de Lula


Myke Sena/Esp. para o Metrópoles

“Silêncio de Bolsonaro é negócio de covarde”, diz o general

Guilherme Amado e Bruna Lima
Metrópoles

O general Alberto dos Santos Cruz, que foi ministro de Jair Bolsonaro em 2019 e rompeu com o presidente, criticou a possível saída dos comandantes militares para não prestar continência ao presidente eleito Lula, conforme antecipou a coluna.

Em entrevista ao ICL Notícias, nesta terça-feira (6/12), Santos Cruz disse que a obediência a qualquer um dos eleitos faz parte do rol de atribuições dos comandantes.

RESPONSABILIDADE – “Comando exige responsabilidade de ponta a ponta. Você é nomeado e tem que exercer sua função, tem que lidar com seus espinhos. Tem que prestar honras regulamentais, não interessa para quem seja. Isso é funcional”, defendeu o general.

Santos Cruz disse que não é aceitável que haja “interpretação pessoal” em situação funcional.

“Espero que prevaleça o entendimento de que não é pessoal, não tem sentido fazer uma interpretação pessoal. Não se faz isso na vida militar, você vai com o ônus e o bônus disso.”

NEGÓCIO DE COVARDE – O general Santos Cruz considera que o silêncio e a reclusão adotados por Jair Bolsonaro após sua derrota para Lula é um “negócio de covarde”. Em entrevista à coluna, o ex-ministro de Bolsonaro afirmou que é obrigação de um presidente se manifestar após as eleições e promover a “paz social”.

“Tem que olhar para frente, pô, quem ganhou tem que governar direito e quem perdeu tem que se organizar para ser oposição, esse é o padrão. Esse silêncio pode ser interpretado como um negócio de covarde, de você esperar que o circo pegue fogo para ver como pode se beneficiar”, criticou.

Santos Cruz é autor do livro “Democracia na prática”, que escreveu a partir da perspectiva de quem apoiou Bolsonaro, foi seu ministro e foi demitido pelo presidente. Na obra, lançada recentemente pela editora Almedina, o general diz que o presidente e seus apoiadores usam uma “cartilha do totalitarismo” e agem “como seita”.


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