Francisco Vieira
O promotor Cláudio Calo, amigo do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), agiu acertadamente ao se declarar suspeito para conduzir investigação que envolve o parlamentar. No entanto, se fosse membro do Supremo, como foi comentado aqui na “Tribuna”, ele nem ligaria para as leis que regulam a chamada “suspeição”.”
É incrível o “cinismo” (em caixa alta) reinante no Supremo, deixando claro que neste país, depois de trinta anos agindo livremente nos gabinetes, nas ruas e nos tribunais, os bandidos perderam o acanhamento e já agem, falam, se confraternizam e discutem conchavos e impropérios publicamente.
BOCA TORTA – As leis e os doutores no Brasil estão com a boca torta depois de tantos anos defendendo bandidos e preterindos a vítima. Vejam o que acaba de acontecer em Brasília:
“Após ser preso na segunda-feira por ter agredido a ex-mulher, no Distrito Federal, Vinícius Rodrigues de Sousa, de 24 anos, foi liberado em audiência de custódia. No entanto, no dia seguinte a sua soltura, ele matou a ex-mulher, Tauane Morais dos Santos, de 23 anos, a facadas.”
ALGUMAS CERTEZAS – Falta presídio? Que então o governo construa mais, como o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), acaba de anunciar e será um prédio de nove andares. Afinal, eu pago imposto para ter o direito de andar nas ruas sem ser assaltado ou morto.
Violência se resolve com educação? Por que então o governador petista do Ceará, Camilo Santana, não chamou educadores para conter a desordem naquele estado? Por que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ligou para a polícia quando foi assaltada? Por que o Marcelo Freixo (PSOL-RJ) não é escoltado por professores?
OUTRAS CERTEZAS – A pobreza e a desigualdade social causam a violência? Então por que é que trinta anos atrás o Brasil era muito menos violento? Naquela saudosa época, a população era mais rica, mais letrada e com menos desigualdade social? E naquela época o cidadão de bem podia possuir uma arma para se defender?
A polícia deve atirar para matar? Claro que sim. Acho ótimo e não tenho medo, pois nunca precisei trocar tiro com a Polícia até o dia de hoje, nem andar nas ruas carregando um fuzil nas mãos e uma pistola na cintura. Não tenho parente bandido e, se tivesse e se algum filho ou parente meu fizer isso, que seja morto!
É uma simples equação. Não tenho pena de bandido, porque ele não tem pena de ninguém!