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quarta-feira, setembro 17, 2008

Campanha oferece informações para os que convivem com Alzheimer

Carolina Mendonça, do A Tarde OnLine
>> Saiba como identificar a doença de Alzheimer
Divulgar informações para melhorar a vida dos doentes de Alzheimer e de seus familiares é o objetivo da campanha de conscientização que será promovida, no próximo dia 21 – Dia Mundial da Doença, pela Associação Baiana de Parkinson e Alzheimer (Abapaz). Estima-se que a enfermidade – incurável e irreversível - atinja cerca de 5% a 6% da população mundial acima dos 65 anos de idade.Confundida, há até 15 anos atrás, com escleroses e caduquice, a doença de Alzheimer é a síndrome demencial mais comum entre os idosos. Caracterizada pela perda progressiva das funções intelectuais e motoras (físicas), a enfermidade é diferente do desgaste de memória natural ao processo de envelhecimento. "A partir do momento em que os lapsos de memória passam a comprometer a vida social do paciente, já se pode considerar a existência de Alzheimer", afirma a geriatra e coordenadora da Residência de Geriatria do Hospital das Obras Sociais Irmã Dulce, Joseci Peixoto.Joseni explica que os sintomas iniciais da doença (confusão de idéias, perda de memória e alteração de humor) são facilmente confundidos com depressão e outras enfermidades, o que faz com que muitas famílias não busquem imediatamente o atendimento médico. "É muito doloroso para as famílias reconhecerem a existência da doença", relata.Um exemplo deste comportamento é o caso da família de Iara Ornelas, 85. Após a morte de seu marido, em 1996, a professora aposentada começou a apresentar tristeza, irritabilidade e lapsos de memória. Seus filhos acharam que era depressão, mas, aos poucos, ela foi deixando de reconhecê-los e abandonou as atividades rotineiras, comoacompanhar o trabalho doméstico, por exemplo. Atualmente, Iara não fala mais e depende do auxílio de uma profissional para realizar quase todas as atividades de sua rotina. "Demoramos a levá-la a um especialista, mas hoje ela tem o melhor tratamento possível", diz a filha Iara Mendonça, 42, com quem ela mora.Segundo o neurologista e pesquisador do serviço de neurologia do Hospital São Rafael, Marlos Rocha, a causa da doença ainda não foi confirmada, mas as especulações apontam que o acúmulo de proteínas beta milóides nos neurônios seriam as responsáveis pela perda de suas funções. "Tudo indica que o depósito destas substâncias vai diminuindo as atividades dos neurônios até matá-los", pontua Rocha.Seguindo esta linha de raciocínio, os médicos têm recomendado atividades físicas, uma dieta pobre em carnes e rica em alimentos antioxidantes (frutas, verduras e azeite de oliva) como forma de prevenir o Alzheimer. Além disso, os especialistas ressaltam a importância de manter atividades intelectuais e de lazer, fazendo a mente funcionar. "Depois que a pessoa se aposenta, é comum o isolamento dentro de casa, o desânimo. Estes fatores podem contribuir para o aparecimento da doença", afirma Rocha.Se não se sabe a origem da enfermidade, também faltam dados sobre a sua incidência. Não há informações sobre o número de portadores de Alzheimer na Bahia, segundo a assessoria de comunicação da Secretaria da Saúde do Estado. O conhecimento que se tem é referente à média mundial de 0,5% em pessoas de 60 anos e de 5% a 6% de prevalência nos que têm mais de 65 anos.Família – Além das conseqüências graves para a vida social do paciente, a doença atinge também os que estão próximos dele. A mudança de personalidade (agressividade, irritabilidade e ausência) modifica a rotina da família, que passa a ter uma preocupação e um cuidado constantes. "É bastante difícil, é como perder uma pessoa ainda emvida", resume a vice-presidente da Abapaz, Beila Carvalho.Beila reforça a necessidade dos familiares buscarem informação e apóio emocional para aprenderem a lidar com as mudanças e as limitações impostas pela doença. "É preciso ter vida, mesmo com o Alzheimer. Não se pode adoecer junto com o ente querido", acrescenta.Para divulgar o trabalho da instituição e promover a difusão de informações sobre a doença, a Abapaz distribuirá, no dia 21, folhetos informativos na sua sede, localizada na Rua Profº Francisco da Conceição Menezes, nº 3, no Rio Vermelho. Para mais informações, ligar para (71) 3347-0143.Às 10h dos dias 27 e 28, a instituição também promoverá uma mostra de cinema na Sala de Arte da Ufba, no Canela, com a exibição dos filmes "Longe dela" e "Família Savage", que abordam o tema. Após a exibição dos longas-metragens, haverá um debate com a presença de psiquiatras, neurologistas e geriatras. A entrada é franca, porém, serão aceitas doações para a Abapaz.Serviço:Veja onde tratar o Mal de AlzheimerA Bahia conta com três núcleos de atendimento voltado para as doenças da terceira idade:- Residência de Geriatria do Hospital Irmã Dulce, na Avenida Bonfim, 161 Largo de Roma, tel (71) 3310-1160 / 3310-1232- Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi), Av.ACM, s/nº - Iguatemi, tel (71) 3354-3211/ 3358-2273 / 3270-5750- Hospital Universitário Edgar Santos (Hospital das Clínicas), na Rua Augusto Viana, s/n, Canela, tel (71) 3339-6000
Fonte: A Tarde

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