BRASÍLIA - Marcada por uma manobra do Planalto e do PT para blindar a líder do partido no Senado, Ideli Salvatti (SC), foi instalada ontem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, que vai investigar entidades e organizações não-governamentais suspeitas de desviar recursos públicos.
Ligada à ONG Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), e que teria recebido R$ 5 milhões, segundo a revista "Veja", para promover cursos de treinamento profissional, Ideli virou alvo potencial de uma investigação.
Para proteger a senadora, foi vetado o nome de Valter Pereira (PMDB-MS) para a relatoria. A tentativa do governo é emplacar Inácio Arruda (PCdoB-CE) no cargo. Arruda atuaria como uma espécie de "Almeida Lima (PMDB-SE)", referência ao principal defensor do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética.
A definição do relator e do primeiro vice-presidente da CPI ficou para terça-feira, dia em que o presidente escolhido ontem, Raimundo Colombo (DEM-SC), pretende estabelecer o cronograma de trabalho da Comissão. O veto de Pereira para a relatoria deixou o peemedebista irritado.
Ele próprio admitiu ter sido pego de "surpresa" ao ser informado da "resistência" a seu nome ontem de manhã pelo líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). A Pereira é atribuído o título de "líder dos franciscanos", como têm sido chamados os peemedebistas rebeldes que, na semana passada, derrotaram o Planalto derrubando a Medida Provisória (MP) 377, que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo.
Visivelmente irritado, Pereira afirmou que não estava convencido do veto ao seu nome. Ele pediu nova reunião com a bancada para discutir o assunto. "O jogo político é cheio de surpresas. Eu tive uma surpresa, já que minha indicação estava acertada pela bancada", afirmou.
A permanência de um peemedebista na relatoria da CPI, que pretende investigar as ONGs entre 1999 a 2006, também traz outro incômodo ao governo: o temor de que o PMDB poderá utilizar o cargo para fazer pressão na votação da CPMF.
Questionado se considerava o veto a seu nome uma vingança, pelo fato de ter comandado a votação contra o governo na semana passada, Pereira disse não estar arrependido da "rebelião". "Eu não voltaria atrás. Agi de acordo com a minha consciência e meu voto foi técnico", ressaltou.
Pereira ainda avisou que se a CPMF chegar ao Senado nos moldes em que se encontra hoje, novamente votará contra o Planalto. "A CPMF, do jeito que está, é difícil de ser digerida. Se houver mudança que a torne palatável..."
Briga local
Apontado por petistas de Santa Catarina como um dos responsáveis pelo vazamento da denúncia de que Ideli está envolvida com a ONG que desvia recursos, o presidente da CPI disse que essa acusação "não o atinge". Colombo ressaltou "não ter nada contra Ideli" e disse que a intenção é harmonizar, mas avisou que pretende investigar para valer.
"A CPI não pode querer proteger ninguém. Ela que alcance quem tem que ser alcançado", anotou. Tão logo foi aberta, outra polêmica tomou conta da CPI ontem. Autor do requerimento que solicitava a investigação, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), propôs alongamento do período de apuração até 2007.
Aliado de Ideli, Sibá Machado (PT-AC), propôs que o assunto fosse discutido em outro momento e apreciado por meio de requerimento. Colombo já avisou ser favorável à ampliação das investigações. Relator "dos sonhos" do PT, de Ideli e do Planalto, Inácio Arruda disse ser "abuso de informação" as insinuações de que ele seria relator "para aliviar" petistas.
"Todos os membros da CPI têm legitimidade para ocupar a relatoria", disse, apostando que a investigação não vai ser pautada "por guerra política".
Fonte: Tribuna da Imprensa
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