Confronto entre Rebelo e Chinaglia expõe fragilidade das alianças de Lula no Congresso
BRASÍLIA - Debate realizado ontem entre os candidatos à presidência da Câmara agravou a crise entre os partidos da base governista expondo a fratura entre o PT de Arlindo Chinaglia (SP) e o PCdoB de Aldo Rebelo (SP). No fim do debate, Aldo chegou a dizer que a eventual vitória do petista seria negativa para a democracia. “Não creio que, em nome da democracia e do equilíbrio dos Poderes do país, se deva dar ainda mais força e mais poder a um único partido. Não julgo prudente, não julgo equilibrado. Não julgo bom nem para a democracia nem para o país nem para o próprio Partido dos Trabalhadores a concentração de tanto poder em suas mãos”, disse o comunista, ao fazer suas considerações finais.
A franqueza de Aldo surpreendeu os petistas que foram ao estúdio da TV Câmara e assistiram a pouco mais de duas horas de debate. O próprio Chinaglia usou o seu tempo final para se defender e disse que sua candidatura era mais ampla do que o PT. Mas os ataques às declarações de Rebelo continuaram durante o dia entre os petistas. “É um erro porque alimenta um preconceito que não é bom amigo da política democrática. Ele tentou alimentar o preconceito. Na minha opinião, foi a frase mais infeliz do presidente”, disse o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS).
O deputado e senador eleito Renato Casagrande (PSB-ES) defendeu Rebelo. “Ninguém vai para a guerra com revólver de tinta”, afirmou. Por trás da defesa de Casagrande, estava também a insatisfação do PSB com o tratamento do PT com os aliados. Assim como o PCdoB, o PSB reclama da avidez do PT no poder. O que mais irritou os dois partidos, que estão na campanha de Aldo desde o início, foi a insistência dos petistas em pedir a retirada da candidatura do comunista.
Até o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, tentou convencer o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, de que o partido deveria abrir mão da disputa em favor de Chinaglia. Após o debate, em entrevista, Aldo demonstrou que o racha deverá continuar após a disputa pela presidência da Câmara. Questionado sobre convivência dos partidos da base depois da eleição, ele respondeu: “Isso só poderá ser examinado depois. Há uma diferença de opinião entre o PSB e o PCdoB com relação ao PT”.
Enquete com 416 deputados, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no domingo, indicou o favoritismo de Chinaglia, mas com tendência de decisão em segundo turno entre o petista e Aldo. Na enquete, Chinaglia teve 41,8% dos votos. Aldo atingiu 27,2% e o terceiro candidato, Gustavo Fruet (PSDB-PR), 19,2%. Chinaglia foi cobrado várias vezes no debate a dar explicações sobre o apoio que recebe de deputados e partidos envolvidos no escândalo do mensalão, como o PP, o PTB e o PL, além do próprio PT. O petista defendeu o direito de os suspeitos eleitos assumirem seus mandatos.
“Discordo que haja partidos de mensaleiros”, reagiu. Chinaglia se exaltou quando Fruet referiu-se à tentativa do deputado cassado José Dirceu, apoiador do petista, de obter anistia por meio do envio à Câmara de um projeto de iniciativa popular. “Desafio vossa excelência como qualquer um, no plenário ou fora dele, a provar que eu esteja orientando minha candidatura para promover a anistia do ex-ministro José Dirceu. Por favor, não mencione mais isso”, respondeu Chinaglia.
Fruet insistiu na necessidade de independência do Legislativo e afirmou que a vitória de Chinaglia ou de Aldo significaria a subordinação da Câmara ao Palácio do Planalto. “Temos que acabar com a lógica de que para ser presidente da Câmara é preciso ser líder do governo”, disse Fruet, em referência ao fato de Chinaglia ser o atual líder do governo na Câmara, cargo já exercido por Aldo. “Vamos passar um período difícil de disputas internas, de tentativa de construção de um projeto hegemônico dentro da Câmara. Eu quero defender a instituição.
Eles são governo, eu quero ser a Câmara. Eles defenderam o governo, eu quero defender a Câmara”, encerrou o tucano.Os três candidatos reconheceram o tom ríspido do debate. “Só me defendo, eu nunca puxo a faca primeiro”, disse Chinaglia. “Vou procurar na lista telefônica o nome de um psicólogo para sugerir a Chinaglia. Ele só queria me atacar e ao PSDB”, comentou Fruet. “Quando estava ficando bom, acabou”, brincou Aldo.
Fonte: Correio da Bahia
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