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terça-feira, dezembro 05, 2006

Integrantes da CPI tentam adiar fim das investigações

Para que os trabalhos sejam prorrogados até janeiro de 2007 é necessário recolher as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores





Integrantes da CPI dos Sanguessugas começam a recolher nesta terça-feira assinaturas para tentar prorrogar os trabalhos da comissão até janeiro de 2007. Segundo o sub-relator da CPI, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a extensão do prazo de funcionamento da comissão - prevista para terminar no dia 20 de dezembro - é essencial para que se avance nas investigações sobre a compra do dossiê envolvendo políticos tucanos com a máfia das ambulâncias.

"Se tivermos um mês a mais para trabalharmos a questão do dossiê, mais amplo ficará o relatório", disse Gabeira. Para que a CPI seja prorrogada são necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores, o que corresponde a um terço da Câmara e do Senado. A proposta de prorrogar os trabalhos é defendida pelo vice-presidente da Comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e pela senadora Heloisa Helena (Psol-AL).

Na avaliação dos três defensores da prorrogação, os trabalhos da comissão poderão ir até janeiro com base em consulta feita ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em ofício datado da última quinta-feira, Renan respondeu que a CPI "tem autonomia para tomar a decisão que julgar acertada e esta Presidência a acatará, como tem feito em todas as oportunidades".

Além de aprofundar as investigações sobre o dossiê contra tucanos, integrantes da Comissão também querem detalhar as ramificações, nas prefeituras e no Executivo, da quadrilha que vendia ambulâncias a preços superfaturados com recursos das emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento da União.

A intenção de prorrogar os trabalhos da CPI esbarra, no entanto, no presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que já se posicionou contra a proposta. O relator, Amir Lando (PMDB-RO), anunciou que pretende apresentar seu relatório final no próximo dia 13. A integrantes da CPI, Lando confidenciou que não vê como avançar nas investigações sobre a origem do R$ 1,75 milhão, que seria usado para comprar o dossiê contra os tucanos.

Nesta quarta-feira, a CPI dos Sanguessugas ouve o depoimento do delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, encarregado do inquérito que investiga o escândalo do dossiê. Apesar de existirem mais de 200 requerimentos à espera de votação, Biscaia não deverá fazer mais nenhuma sessão administrativa da CPI até o início do recesso parlamentar, que começa no dia 22 de dezembro.

Agência Estado

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