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terça-feira, dezembro 28, 2010

A avó da Lei da Ficha Limpa

Jovita Rosa, 51 anos, simboliza o esforço de 2 milhões de brasileiros por uma lei para barrar os candidatos com problemas na Justiça

Publicado em 28/12/2010 | André Gonçalves, correspondente

Quase 2 milhões de brasileiros avalizaram a criação de uma legislação para proibir a candidatura de políticos condenados pela Justiça. Todos podem ser considerados pais ou mães da Lei da Ficha Limpa, a principal novidade das eleições de 2010. Entre tanta gente, Jovita Rosa, 51 anos, vai um pouco além – é uma espécie de avó da proposta.

Foi aos seus netos que a diretora do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) dedicou o discurso que fez no Congresso Nacional, em setembro de 2009, quando o projeto foi entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). “Falei como uma pessoa comum, de fora da política, que queria mudança”, lembra. O episódio foi apenas uma das dezenas de etapas de uma batalha que ainda não acabou.

Resultado

TREs julgaram 242 candidatos inelegíveis

Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) barraram 242 candidatos em todo Brasil com base nas regras estabelecidas pela Lei da Ficha Limpa, sancionada no dia 4 de junho. Entre eles, 202 recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral para reverter a decisão (até o dia 15, permaneciam sem resposta 38 recursos). Dos 164 casos em que houve alguma decisão da corte, 36% (59) tiveram as candidaturas liberadas.

Entre os que esperam por uma decisão do tribunal está o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que recebeu 497 mil votos e na semana passada recebeu uma decisão favorável do Tribunal de Justiça de São Paulo. A lei atual determina que o candidato se torna inelegível quando é condenado por um colegiado (grupo de juízes) ou quando renuncia para fugir da cassação. O político pode se candidatar caso consiga o efeito suspensivo da condenação. Em contrapartida, o processo passa a tramitar mais rápido.

Jovita foi uma das “formiguinhas” que ajudou, literalmente, a tirar a lei do papel. Atuou como voluntária na linha de frente da negociação com os parlamentares e também na retaguarda, consolidando os abaixo-assinados que chegavam de todo país. Conferir assinatura por assinatura foi talvez um trabalho mais pesado do que convencer deputados federais e senadores a aprovarem uma regra que poderia prejudicar a eles próprios.

De acordo com a Constituição Federal, as propostas de iniciativa popular precisam do apoio formal de 1% dos eleitores para poderem tramitar. Desde 1988, porém, apenas cinco entre cerca de 11 mil proposições transformadas em normas jurídicas nasceram de projetos idealizados pela sociedade. Entre elas, duas aperfeiçoam o combate à corrupção, a Lei da Ficha Limpa e a Lei 9.840/1999, que deu à Justiça Eleitoral mais instrumentos para punir crimes eleitorais como compra de votos e uso eleitoral da máquina administrativa.

Surra de vara

Tímida, Jovita diz que nenhum representante entre os membros das 50 entidades que compõem o MCCE pretende ser mais ou menos dono do Ficha Limpa. A falta de ciúmes também se aplica a políticos que tentaram colar a imagem à popularidade do projeto, como o deputado Indio da Costa (DEM-RJ), um dos relatores do texto e candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (DEM). “O que importava era que o filho nascesse robusto, ninguém ligou muito para quem apareceu mais.”

Jovita nunca teve filiação partidária. Filha de pais analfabetos, é a oitava mais velha entre 14 irmãos (sete homens e sete mulheres). Faz questão de frisar que, por parte da mãe, é descendente de escravos negros da Bahia. Nasceu no interior de Goiás e, nos anos 1970, mudou-se para uma chácara na periferia de Brasília.

Para ela, pobreza ou falta de estudo não são justificativas para tolerar corrupção. Ao falar do pai, recorda de um episódio em que um irmão mais novo levou uma surra de vara porque apareceu em casa com um dinheiro que não era dele.

“Não estou dizendo que é certo agir com violência, mas era uma forma de meu pai mostrar que as pessoas devem ser honestas. É esse valor que nós temos que levar para a sociedade e para o debate político. A gente vê tanta corrupção na televisão que parece normal, justificável. Mas não é normal, de jeito nenhum, e precisa de punição.”

Jovita começou a trabalhar aos 14 anos, como mensageira da Caixa Econômica Federal. Entrou no serviço público por concurso e logo se identificou com o departamento de auditorias do Inamps, embrião do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre 2003 e 2008, foi presidente da União Nacional dos Auditores do SUS e, junto com outras entidades de auditores, fundou o Instituto de Fiscalização e Controle (IFC).

Caravanas da Cidadania

Há três anos a organização promove as Caravanas da Cidadania, que já visitaram 52 municípios. O objetivo é ajudar as cidades na gestão de recursos públicos. “Nós mostramos o que está errado, mas também apresentamos soluções”, explica Jovita.

No mesmo período, aderiu ao MCCE. A entidade girava em torno da discussão sobre os efeitos da Lei 9.840/1999, até que o juiz eleitoral Marlon Reis levantou a bandeira de que o próximo passo era regulamentar o trecho da Constituição que trata da vida pregressa dos candidatos. “Quando a Igreja Católica comprou a ideia, percebemos que daria certo.”

Jovita explica que a Lei da Fic­­ha Limpa não é inovadora apenas pelo conteúdo. “Foi a primeira vez que a sociedade se mobilizou para cobrar a aprovação de uma proposta do início ao fim, usando como principal instrumento as redes sociais da internet. Esse clamor pesou.”

STF

Vencida a etapa de votação no Congresso, a expectativa agora é pelo posicionamento final do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da lei. Os julgamentos sobre a aplicação das regras para o candidato a governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) e para o candidato ao Senado pelo Pará Jader Barbalho (PMDB-PA) dividiram os votos dos ministros em cinco a cinco. O desempate depende do 11.º juiz, que deve ser indicado nos próximos dias.

“Estamos atentos”, conta Jovita. Segundo ela, se o presidente Lula decidir pelo atual advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para ocupar a vaga no STF há grandes chances de o tribunal validar a constitucionalidade do texto. “Como advogado-geral, ele já assinou um parecer validando a lei.”

O próximo passo dela e do MCCE, entretanto, será ainda maior do que a Lei da Ficha Limpa. O movimento estuda a possibilidade de retomar a discussão sobre a reforma política por meio de um projeto de iniciativa popular. O tema, tabu no Congresso, foi compromisso de campanha da presidente eleita Dilma Rousseff.

Fonte: Gazeta do Povo

A roda-viva carrega o destino

Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Priscila Forone/ Gazeta do Povo / Colégio Estadual: Dilma chegou, justamente no ano do golpe militar, ao colégio que era tido como o mais politizado de Belo Horizonte Colégio Estadual: Dilma chegou, justamente no ano do golpe militar, ao colégio que era tido como o mais politizado de Belo Horizonte
Militância


No ano do golpe, Dilma entra em colégio politizado e toma contato com lideranças marxistas em Belo Horizonte: era a semente da militância política

28/12/2010 | 00:17 | Rosana Félix, enviada especial

Enquanto os militares estudavam as estratégias para dar o golpe no governo do presidente João Goulart, no começo de 1964, Dilma Vana Rousseff, então com 16 anos, se preparava para ingressar no Colégio Estadual Central, o maior e mais politizado de Belo Horizonte. Em meio às aulas regulares de Sociologia, Filosofia e História, os horários livres da futura presidente do Brasil também seriam ocupados pela discussão de textos. Entre os autores mais lidos estavam Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Buarque de Hollanda e o filósofo francês Louis Althusser.

As leituras eram orientadas por Apolo Heringer Lisboa, universitário de Medicina e três anos mais velho que Dilma. Ele era um dos diretores da Polop (Organização Política Operária), que dava cursinhos de política para dezenas de secundaristas. “Fui um professor informal de marxismo, de política e de história da humanidade. Era uma coisa limitada filosoficamente. Mas, para a gente, que era educado em igreja, com aquela visão mais limitada ainda, era uma espécie de revelação. E a turma tinha muita vontade de estudar”, relembra Lisboa na varanda de sua casa, na Zona Sul de Belo Horizonte.

Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Priscila Forone/ Gazeta do Povo / Lisboa, ex-mentor de Dilma: professor informal de marxismo da futura presidente Ampliar imagem

Lisboa, ex-mentor de Dilma: professor informal de marxismo da futura presidente

Os encontros eram feitos às escondidas, com grupos pequenos, de quatro ou cinco pessoas, para não chamar a atenção das autoridades militares, que tomaram o poder em 31 de março de 1964. Dois dias depois, Jango deixara Brasília e o general Costa e Silva se declarara o comandante em chefe do Exército Nacional. O general Castello Branco, indicado para a Presidência da República, editaria o Ato Institucional n.º 1, que, entre outras coisas, cassou mandatos eletivos e suspendeu os direitos políticos por dez anos. Segundo extensa pesquisa feita pelo jornalista Elio Gaspari para sua série Ilusões Armadas, que retrata o regime militar, cerca de 5 mil pessoas foram presas nas semanas seguintes à deposição de Jango. Além disso, sete em cada dez confederações ou sindicatos de trabalhadores foram fechados.

A sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Rio de Janeiro foi incendiada, inaugurando a era de repressão aos estudantes. As reações foram arquitetadas nos grêmios e diretórios estudantis, que ainda funcionavam – e como. O livreiro Marco Antonio Meyer, que estava no Ensino Médio do Colégio Estadual na mesma época que Dilma, se orgulha ainda hoje dos feitos de sua gestão à frente do Diretório Estudantil (DE), entre 1965 e 1968. Os alunos do Estadual e dos anexos da Serra e da Gameleira (entre 6 mil e 8 mil) contavam com uma cooperativa de livros com preços módicos, barbeiro e dentistas. “Para conscientizar os alunos fazía­­mos um trabalho progressivo e uma série de eventos culturais. Muitos debates, inclusive sobre maconha, conversas com grupos de teatro e apresentação de filmes engajados”, conta. Ele disse que ficou preso por seis meses por ter passado Os Com­­panheiros, de Mario Moni­­celli.

Dilma não participou da chapa de Meyer, mas outro petista e futuro ministro sim: Fernando Pimen­­­­tel, futuro prefeito de Belo Ho­­­rizonte. “Na eleição deste ano retribuí e votei na Dilma. Porque com certeza ela me apoiou no DE”, disse Meyer. Ela conseguiu concluir o Estadual antes dele, e em 1967 ingressou na Faculdade de Eco­­­­nomia da UFMG. Consta que aju­­dou a eleger como representante de classe José Aníbal, hoje deputado federal pelo PSDB. Em setembro desse ano, com apenas 19 anos, casou com o jornalista Cláudio Ga­­le­­no Linhares em cerimônia civil. To­­dos os personagens deste parágrafo militavam na Polop, organização muito forte em Minas Gerais.

Guerrilha

A Polop começou a ruir com a disseminação das ideias de Régis Debray, intelectual francês que escreveu Revolução na Revolução, descrevendo a luta cubana de Fidel Castro e Che Guevara. A experiência bem-sucedida de armar guerrilhas inspirou muitos militantes. “Aí tivemos um racha e surgiu o Colina, para onde foram 90% das pessoas. Apenas 10% ficaram no Polop, que a gente dizia que eram os medrosos”, relembra Apolo Lisboa, que é médico e ambientalista. O Comando da Libertação Nacional defendia as ações armadas, que começaram a se proliferar, também pelas mãos dos participantes da Aliança Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella.

Em março de 1968, a ALN explode uma bomba no Consulado dos Estados Unidos em São Paulo. Três meses depois, a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) faz o mesmo no Quartel-General do 2.º Exército, matando um soldado. Em julho, o Colina é responsabilizado pela morte do major alemão Edson Von Westernhage e, em agosto, uma ação da VPR mata o capitão americano Charles Chan­­dler. Aqui e ali, assaltos a banco.

A revolta estudantil estava no ápice. No fim de março daquele ano, com a morte do estudante Edson Luís no Restaurante Calabouço, da Universidade do Rio de Janeiro, milhares foram às ruas em várias cidades protestar. Em 21 de junho, a capital fluminense viveu aquilo que ficou conhecido como “sexta-feira sangrenta”, com confrontos entre manifestantes e policiais. O saldo: quatro mortos, 60 feridos e mais de mil presos. A resposta veio quatro dias depois, com a Passeata dos Cem Mil, na Cinelândia. Não só estudantes, como religiosos e trabalhadores exigiam a redemocratização. “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”.

Os versos de Geraldo Vandré, de 1968, podem hoje ser confundidos com um clichê, depois de décadas de repetição. Mas a música é tida como a síntese do espírito da resistência à ditadura militar no Brasil.

Segundo Apolo, os militantes não queriam apenas derrubar a ditadura, mas sim mudar tudo. “A gente não tinha fronteira, queria transformar o mundo. O nosso mote era ‘queremos o impossível’. O que era possível não nos interessava”, conta Lisboa. A disposição dos estudantes era inflada pelos acontecimentos em várias partes do mundo. “Teve a Revolução Cubana, em 1959, e as imagens da Guerra do Vietnã mostravam que os Estados Unidos, a maior potência mundial, estavam sendo derrotados por um povo que andava de chinelos de dedo”, diz Marco Meyer. Além disso, houve os protestos na França e em Praga ao longo de 1968. “Era uma conjuntura internacional por maior liberdade sexual e política. Foi uma época bastante efervescente”, completa.

Fonte: Gazeta do Povo

Como suportar o vazio

Carlos Chagas

Declarou o presidente Lula, ontem, no seu programa semanal de rádio, que governar foi gostoso demais. Depois, no café da manhã com os repórteres credenciados no palácio do Planalto, repetiu a mesma coisa. Tratou-se de um lamento.

É natural que o Lula venha a sentir-se como peixe fora d’água a partir do próximo sábado. Feliz, mas desconfortável. Não se livrará tão cedo do assédio da imprensa, muito menos dos correligionários, dos curiosos e dos chatos. Só que não terá o que fazer, ao menos nos primeiros tempos. Se vai percorrer o país como presidente de honra do PT, é fácil falar mas difícil de realizar. Parece que desistiu de criar uma fundação com o seu nome, endereço, telefone e escritório. Para o exterior, em férias, não irá, ainda que possa passar não mais do que duas semanas numa praia do Nordeste ou numa fazenda do Pantanal.�

Problemas financeiros não terá. Além da aposentadoria de ex-presidente da República, conseguiu economizar bastante os proventos dos últimos oito anos. Mas como preencher o vazio?

Nessa hora, a saída para o Lula será seguir o exemplo de Juscelino Kubitschek, sem necessidade de eleger-se senador em eleições suplementares, já que seus adversários não estarão fazendo-o de alvo. Mas preparar a volta ao poder será a solução. Só que com um problema: JK viu-se sucedido por um quase desafeto. Nenhum compromisso tinha com Jânio Quadros e, assim, estabeleceu uma espécie de confronto com ele. Logo depois, com João Goulart, recusou maiores aproximações, sustentando cada vez mais a volta em 1965. Tinha até escritório eleitoral, ainda em 1962. Os fados desarrumaram tudo. Depois de cassado pelo movimento militar, aliás, injustamente, comeu o pão que o diabo amassou.

O ainda presidente elegeu a sucessora, não poderá mostrar-se como alternativa para quem promete dar continuidade às suas realizações. Até tem declarado que Dilma Rousseff tem direito à reeleição. Mas se não preencher o futuro com sua candidatura a retornar ao poder, dificilmente suportará o vazio.�

SAPOS E URUBUS

Dilma Rousseff engoliu montes de sapos, ao constituir seu ministério. Convidou quem não conhecia, talvez até quem não queria, em nome da harmonia em sua base partidária. Adiantou?

De jeito nenhum, porque no PT, no PMDB, no PSB e penduricalhos, registram-se amuos, idiossincrasias e até ameaças por parte dos descontentes. Dos frustrados pela impossibilidade de terem sido escolhidos ou de emplacar representantes dos diversos grupos em que se dividem as legendas.

Por enquanto as escaramuças não se transformaram em guerrilha, já que falta preencher centenas de cargos no segundo escalão, em cima dos quais os urubus continuam voando. Mas será questão de tempo até que os ressentidos mostrem garras e presas.

Muita gente diz que melhor teria feito a presidente eleita se compusesse o ministério de seus sonhos, sem interferências partidárias. Poderia ter sido pior, no caso, mas não adianta lamentar o leite derramado. A partir de sua posse, ela terá condições de demonstrar a inocuidade das pressões recebidas, enquadrando em especial os ministros caídos de paraquedas em seu governo. Bem como de demonstrar ao Congresso quem manda no país. Convém aguardar.

NADA DE CONSTITUINTE EXCLUSIVA

Aguarda-se a apresentação do plano de governo de Dilma Rousseff, capaz de ser esboçado em seu discurso de posse, mas, certamente, só divulgado em detalhes nos dias seguintes.

Dos muitos balões de ensaio verificados durante a campanha e até agora, alguns murcharam, como o da criação dos ministérios da Pequena e Média Empresa, dos Aeroportos e até da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

Uma proposta, porém, além de murchar, lambeu, quer dizer, pegou fogo sem deixar sequer as cinzas: o novo governo não proporá e nem apoiará a tese da Constituinte Exclusiva para a realização da reforma política. Caberá ao Congresso, se quiser e se puder, promover as mudanças necessárias nas instituições eleitorais e partidárias.

Dilma não cruzará os braços, como fizeram Fernando Henrique e o próprio Lula. Terá opiniões a transmitir e a defender no Legislativo, através de seus líderes. Não apoiará, no entanto, essa esdrúxula proposta da eleição de constituintes encarregados apenas de promover o elenco de alterações necessárias ao bom funcionamento das instituições políticas. Seria embaralhar atribuições.

OS LÍDERES DO GOVERNO

Nessa briga de foice em quarto escuro pelas vagas de ministro e de candidatos ao segundo escalão, pouco ou nada se tem falado a respeito de quem Dilma Rousseff escolherá para líderes do governo na Câmara e no Senado. Como o novo Congresso só se instala em fevereiro, sendo janeiro mês de recesso, é possível que tudo continue como está.

Sem dúvidas, a nova presidente consultará o vice Michel Temer, os presidentes dos partidos da base oficial e os ministros mais diretamente ligados às questões políticas. Uma coisa, porém, parece certa: Romero Jucá não continuará no Senado. Para bom entendedor…

Fonte: Tribuna da Imprensa

Decisão sobre Battisti sai até final da semana, diz Lula

Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deixou claro a seus assessores que vai manter o italiano Cesare Battisti no Brasil. Durante encontro com os setoristas do Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, 27, Lula voltou a dizer que tomará uma decisão sobre o assunto até o final desta semana. Lula não quer deixar o caso para ser resolvido pela futura presidente Dilma Rousseff.

Battisti foi condenado a prisão perpétua na Itália em 1987 por quatro assassinatos promovidos pela organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Preso na Penitenciária da Papuda desde março de 2007, aguarda uma decisão do presidente sobre sua extradição.
Fonte: A Tarde

Policiais atiram em carro de procurador do Estado

Da Redação

Dois policiais são acusados de perseguir e atirar contra o carro do procurador do Estado, Silvio Avelino Pires Britto Júnior, na tarde de domingo, 26, em Salvador. O procurador teria se recusado a parar em uma abordagem feita pelos policiais – que não usavam farda e estavam em uma viatura sem identificação. Os policiais estão afastados do trabalho na rua.

O procurador estava dentro de um carro com a esposa, em um posto na Avenida Paralela, na manhã do último domingo, quando foi abordado por homens armados em um Uno cinza. Com medo de um assalto, o casal começou uma fuga cinematográfica. Passou por duas barreiras policiais, bateu em dois carros e só parou quase oito quilômetros depois, no bairro de Ondina, ao encontrar uma viatura da Polícia Militar. Só depois eles descobriram que estavam sendo perseguidos por policiais civis à paisana.

Os policiais alegaram que pensaram que os dois eram bandidos, pois estavam em um carro importado, vidros com película e em alta velocidade. O carro do procurador ficou com 5 marcas de tiros. O delegado-geral da Polícia Civil, Joselito Bispo, disse que determinou que a corregedoria faça a apuração do caso.

Fonte: A Tarde

segunda-feira, dezembro 27, 2010

PROF. LFG: Comentários sobre a decisão de inconstitucionalidade do exame da OAB (Assista: 04'57" - Luiz Flávio Gomes)

CONVOCAÇÃO DO SUPLENTE LESGILADOR.

O STF no último dia 09 (12.2010), apreciando pedido de concessão de liminar no Mandado de Segurança impetrado pelo PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro – contra ato da Mesa da Câmara dos Deputados, MS 29988 MC/DF, em decisão plenária, concedeu a garantia pretendida e determinou ao Presidente da Câmara dos Deputados que fosse empossado o suplente de deputado federal Raquel Duarte Carvalho (PMDB-RO), na vaga aberta pela renúncia dep. federal Natan Donadon (PMDB-RO), em lugar do dep. federal Agnaldo Muniz (PSC), originalmente eleito suplente pelo PP – Partido Progressista em coligação nas últimas eleições federais de 2006 (1).

Segundo o relator no MS 29988 MC/DF, Min. Gilmar Mendes, que foi acompanhado pelos Ministros Marco Aurélio de Mello, Antônio Cezar Pelluso, Cármen Lúcia Antunes Rocha e Joaquim Barbosa, vencidos os Ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Ayres Britto, o mandato é do partido, assomando-se ao fato de que o dep. Agnaldo Muniz fora eleito pelo PP – Partido Progressista e se desfiliara para integrar o PSC, cometendo ato de infidelidade partidária.

No julgamento se fez remissão à Resolução TSE 22.580/2007, e ao julgamento conjunto dos mandados de segurança 26602/DF, 26603/DF e 26604/DF (DJe de 17.10.2008), reportando-se também ao que ficou consignado pela Corte no julgamento do MS 27938/DF (DJe de 30.4.2010), no sentido de que o reconhecimento da justa causa para a desfiliação partidária teria o condão apenas de afastar a pecha de infidelidade partidária e permitir a continuidade do exercício do mandato, mas não de transferir ao novo partido o direito à manutenção da vaga.

Denise Madueño e Mariângela Gallucci, Estado de São Paulo de 26.12.2010 (2), noticiam que a Mesa da Câmara procura resposta para as seguintes indagações: O que fazer com os 20 suplentes que estão atualmente no exercício do mandato e não são do mesmo partido do titular? Esses atos de posse deverão ser anulados e outros suplentes, chamados? O que fazer quando um deputado titular se afastar do cargo e o partido não tiver nenhum suplente para ser chamado? Haverá nova eleição?

Temos que interpretar a decisão do STF no MS 29988 com os percalços necessários, até por razões de ordem prática.

Como os atuais mandatos eletivos vão se expirar no próximo dia 31 (31.12.2010), o mérito do mandado de segurança não será apreciado por questão de prejudicialidade, a perda do objeto. Da votação não participaram o Ministro Celso de Mello e a Ministra Ellen Gracie, o que vale dizer, em situação futura, a depender do posicionamento dos Ministros citados, poderá ocorrer empate na votação, já que a maioria no julgamento da liminar no MS 29988 foi de cinco (05) a três (03), uma repetição do que ocorreu no Caso Roriz, indefinição que permaneceria até a Presidente Dilma Rousseff nomear o 11º Ministro.

A decisão proferida no mandado de segurança operou efeitos apenas "inter partes", sem alcançar os efeitos “erga omnes”, contudo, como no próximo dia 1º de janeiro haverá a posse dos Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Distritritas eleitos, a indagação será: O que fazer?

Operando a decisão efeito inter partes", sem natureza vinculatória, poderá acontecer das Mesas Diretoras das Casas Legislativas optarem pela sistemática atual, convocando os suplentes das Coligações na ordem das listagens expedidas pelas Cortes Eleitorais, ou convocando os suplentes partidários, obedecida a ordem de votação obtida, deixando para que cada um ou outro, com aquela ou essa posição, demandar ação específica, o mandado de segurança, depois da negativa da Mesa Diretora da Casa respectiva. Poderá acontecer da Mesa da Câmara ter uma interpretação que poderá ser diversa da interpretação de uma Mesa de Assembléia Legislativa, deixando mais ainda atônitos os operadores do direito e perplexa a sociedade. O juiz de instância inferior, pela ausência dos efeitos “erga omnes” do julgado no MS 29988 MC/DF, julgará a demanda conforme seu entendimento pessoal. Há um imbróglio e um nó a se desatar.

O ano eleitoral de 2010 foi para as Cortes Eleitorais, e o STF, em matéria eleitoral, um ano que não deve ser esquecido para que de futuro não se cometa os mesmos erros, com indefinição dos eleitos até depois das eleições, como aconteceu nos Casos Maluf e Garotinho, quando pessoas consideradas eleitas assim não estavam, e os não eleitos foram considerados eleitos, deixando a sociedade sem compreender efetivamente o que se passa.

A omissão do Presidente Luís Inácio da Silva na indicação do novo Ministro do STF na vaga do aposentado Eros Grau, ao deixá-la para o Governo Dilma Rousseff proporcionou o empate na votação da famigerada “Lei do Ficha Limpa”, permanecendo a dúvida quanto a sua constitucionalidade ou não, seja na sua aplicação no mesmo ano eleitoral de sua promulgação, quanto na inelegibilidade criada em desfavor daquele que teve uma decisão colegiada de instâncias ordinárias em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, letras “d” e “e” I, art. 1º, da LC 64/90, com a redação dada pela LC 135/2010, já que, em tese, a redação contraria o princípio da presunção de inocência de que trata o art. 5º, LVII, da CF.

O julgamento provisório do STF no MS 29988, de imediato, já operou um efeito cascata devastador em relação às Câmaras Municipais de Vereadores. Na Câmara Municipal que houve vaga deixada pelo titular afastado do exercício por algum motivo (licença, renúncia, falecimento ou cassação de mandato), com base do entendimento anterior, assim como aconteceu com a Câmara Federal, se convocou o suplente da Coligação, e não do Partido, e agora, inúmeros suplentes irão pedir sua posse em razão do partido, com o desapossamento do suplente da coligação, uma verdadeira corrida do ouro. Perguntar-se-á: O suplente da Coligação empossado na vaga aberta deverá ser imediatamente desconvocado e empossado em seu lugar o suplente partidário? Terá ele que restituir os subsídios e diárias percebidos no período? Nas votações que ele participou e o voto foi decisivo, haverá nulidade da matéria?

Voltando a assertiva anterior, operando a liminar no MS 29988 efeito meramente "inter partes", o juiz que a matéria for submetida, em razão do efeito não vinculante do julgamento do STF, julgará conforme o entendimento pessoal, o que fomentará recursos e mais recursos até que se chegue ao STF. Quando digo que a decisão do STF deixou atônitos os operadores do direito e perplexa a sociedade, é que poderão acontecer entendimentos conflitantes entre si, ocasionando situações totalmente desencontradas.

Quem entender haver sido preterido deverá requerer sua posse perante a Mesa Diretora da Casa Legislativa e não vindo obter êxito, deverá impetrar mandado de segurança perante o juiz de direito da vara da fazenda pública (no Estado da Bahia), no caso do vereador, já que a competência do judiciário eleitoral cessa com a diplomação dos eleitos, matéria tratada pelo TRE-GO no MS 494963(2). Conforme o juízo da conveniência política, o Presidente da Mesa da Câmara destituirá ou não o suplente da Coligação no exercício do mandato, convocando em seguida o suplente partidário.

O entendimento não solidificado do STF causou uma extrema insegurança jurídica. Pela importância e complexidade da matéria deverá ela ser debatida pelo STF para efeito de emissão de Súmula Vinculante, já que o julgamento provisório no MS 29988, embora por maioria, não resultou, pelo menos, de votação pela maioria absoluta do Plenário da Corte, ou de votação para edição de Súmula Vinculante, nos termos e no quórum definidos em lei, podendo ser modificada a qualquer tempo.

As Coligações Partidárias no Direto Eleitoral Brasileiro vem servindo para atos de imoralidade político-eleitoral ao se admitir coligações variadas nas eleições no plano Nacional, Estaduais e Distrital. O partido político que se coliga nas eleições para Presidente da República, no âmbito estadual, poderá se coligar com partidos antagônicos a nível nacional, gerando graves distorções no processo democrático brasileiro, já que reconhecida a inconstitucionalidade da verticalização.

Como nossas leis eleitorais são casuísticas, casuístico se revelou o julgamento do STF já que contraria o espírito da lei regulamentadora da matéria, como casuístico foi o TSE ao criar o instituto da infidelidade partidária sem previsão constitucional, matéria por mim já tratada (3).

Jorge Marley de Andrade, Augusto Aras e Ana Paula Vasconcelos do Amaral e Silva Araújo (4), sobre as coligações partidárias no Brasil nos dão conta:

“Assim, o segundo Código Eleitoral Brasileiro (Lei 48, de 4/5/1935, art. 84), a “Lei Agamenon”(Decreto-Lei 7.586, de 28/5/1945, art. 39) e o terceiro Código Eleitoral Brasileiro (Lei 1.164, de 24/7/1950, art. 47) prescreviam a existência das alianças. O quarto e último Código Eleitoral Brasileiro (Lei 4.737, de 15/7/1965), também trata das alianças, mas somente as permite, em sua redação original, para as eleições majoritárias (art. 91), proibindo-as para as eleições proporcionais (art. 105)”

A as coligações partidárias são previstas no art. 17, § 1º, da CF, regulamentado Lei nº. 9.504, de 30 de setembro de 1997, a qual, ao se permitir as coligações partidárias, lhes deu no processo eleitoral a mesma personalidade jurídica do partido político, de forma que o candidato se elege pela coligação, embora o mandato se exercite em nome da legenda partidária. Assim, ao se estabelecer a vaga do titular do cargo legislativo, convoca-se o suplente na ordem da votação obtida na coligação e não pelo partido. A desconsiderar a previsão legal, é se deturpar o processo eleitoral.

No MS 494963-TRE-GO, já citado, rel. João Batista Fagundes Filho, com extrema clareza, a Corte Regional Eleitoral assentou entendimento mais lógico e totalmente diverso do STF, como se vê:

“2. A Resolução TSE n.º 22.610, de 25 de outubro de 2007, disciplina tão-somente o processo de perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa (infidelidade partidária), não havendo que se falar em sua aplicação quando os autos versam sobre ordem de convocação de suplente em razão da cassação de mandato eletivo por prática de infração político-administrativa.

3. Na exegese do Tribunal Superior Eleitoral, não se conhece de questões atinentes à ordem de convocação de suplentes para assumir a titularidade de mandato eletivo - vago em razão de o titular ter sido cassado ou em virtude de ter tomado posse em cargo no Poder Executivo - por se tratar de situações posteriores à diplomação, não sendo, por isso, de competência da Justiça Eleitoral (Consulta TSE n.º 1.458, em 27 de maio de 2008, Rel. Min. Marcelo Ribeiro).”

A Resolução TSE n.º 22.610, de 25 de outubro de 2007, e os Mandados de Segurança no STF de nºs. 26602/DF, 26603/DF e 26604/DF, trataram da perda do mandato parlamentar por infidelidade partidária, sem adentrar na convocação do suplente eleito por coligação partidária, resultando infeliz a remissão a RES e aos julgados anteriores.

Embora eu entenda que o fortalecimento da democracia brasileira passe pelo fortalecimento dos partidos políticos, o que imporia a extinção das coligações partidária, defendo que na convocação de suplente deva prevalecer na ordem da votação obtida dentro da coligação, o que impede a convocação em razão do partido. Embora a coligação partidária seja efêmera, no processo eleitoral que ela participe é considerada como partido político, e em razão dela, se limita o número de candidatos e se define os eleitos e respectivos suplentes.

Na Bahia em 2010 o quociente eleitoral para deputado federal foi de 171.385. Como a coligação formada pelos partidos PRB/PP/ PDT/PT/ PHS/PSB e PC DO B obteve 3.535.811, elegeu 20 deputados federais (5), dentre os mais votados dentro da coligação, seguindo-se os suplentes com base no maior número de votos obtidos por cada um, o que vale dizer, as vagas são preenchidas com base na votação obtida pela coligação e não pelo partido individualmente, o que afasta, de plano, a convocação de suplente pela legenda.

A convocação do suplente pela legenda somente acontece na perda do mandato por infidelidade partidária. Ai sim, como o deputado foi eleito por uma legenda integrante ou não de coligação partidária e mudou de partido, ao partido fica reservado o mandato em razão da violação ao princípio da fidelidade partidária.

CONCLUSÃO:

a) quem pretender, baseado no julgamento do STF no MS 29988 MC/DF ser empossado na vaga legislativa em razão do partido, com desapossamento do suplente da coligação, deverá requerer a respectiva Mesa Diretora Legislativa;

b) a Mesa Diretora poderá manter a posse do suplente já convocado, o mais razoável e consentâneo com o entendimento anterior, deixando ao interessado a iniciativa de demandar ação própria, o mandado de segurança;

c) a competência para o julgamento de ato administrativo da Mesa da Casa Legislativa é da Justiça Comum e não do Juízo Eleitoral. Em se tratando de vereador, a ação será agitada perante o juízo da Vara da Fazenda Pública ou Vara Especializada em Direito Público, conforme dispuser a Lei de Organização Judiciária de cada Estado;

d) como o julgamento provisório no MS 29988 MC/DF não se projetou efeito “erga omnes”, o julgador interpretará a lei conforme seu convencimento pessoal;

e) como a Lei nº. 9.504, de 30 de setembro de 1997, confere as coligações personalidade jurídica equiparada ao partido político e o cálculo dos eleitos e suplentes se faz com base dos votos obtidos pela coligação, aberta a vaga legislativa, a convocação será do suplente da Coligação e não pela legenda componente dela;

f) a vaga aberta na Casa Legislativa em razão de licença, morte, renúncia ou cassação de mandato, tem natureza jurídica diversa da convocação do suplente partidário em razão de infidelidade partidária, não podendo ser operada convocação de suplente partidário na eleição que ele se elegeu em coligação. A perda do mandato por infidelidade partidária tem efeito punitivo;

g) como o STF é nossa Corte Maior e a ele incumbe à interpretação da norma constitucional, o novo entendimento manifestado no MS 29988 MC/DF somente deverá prevalecer se proferido em votação plenária e acolhido pela maioria absoluta, ou se decorrente de enunciado de Súmula Vinculante, mantendo-se até lá a orientação predominante, de convocação do suplente da Coligação.

1) Boletim Informativo do STF na Internet;

2) www.estadao.com.br, 26.12.2010;

3). TRE-GO - MS 494963 GO. Julgamento de 21.09.2010, pul. DJ - Diário de justiça, Volume 180, p. 02. www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/16810257/mandado-de-seguranca-ms-494963-go-tre-go;

4) MONTALVÃO, Antônio Fernando Dantas. Infidelidade partidária e o mandato parlamentar. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1376, 8 abr. 2007. Disponível em: . Acesso em: 26 dez. 2010.

5) ANDRADE. Jorge Marley de; ARAS Augusto; e, AMARAL E SILVA. Ana Paula Vasconcelos do Arahttp://www.trese.jus.br/servicos/biblioteca/BibliotecaVirtual/PublicacoesTRESE/Revista_da_Biblioteca/Monografias/Monografia_ANDRADE.pdf

6).http://www.tse.gov.br/internet/eleicoes/estatistica2010/Est_resultados/quocientes_eleitoral_partidario.html

Fiscalização eletrônica vai começa

.Fiscalização eletrônica vai começar
Equipamentos numa das avenidas de Aracaju: SMTT reduziu limite de velocidade e não fez campanha educativa


Chegará a 100 o número de equipamentos que controlam a velocidade dos veículos que já estão sendo instalados pela Prefeitura de Aracaju. Além dos equipamentos que controlam a velocidade, que geram multa em caso de desrespeito ao limite máximo de velocidade estabelecido pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito da PMA (SMTT), também serão instaladas 12 câmara de monitoramento de trânsito em pontos estratégicos da cidade. As câmaras servirão para auxiliar a SMTT na fiscalização, mas não será fator preponderante para multar o motorista infrator, segundo informou a Assessoria de Comunicação da SMTT.

A iniciativa da PMA tem gerado polêmica, mas a SMTT garante que a grande maioria dos equipamentos foi instalada por solicitação da própria população devido aos excessos praticados por um elevado número de motoristas nas vias de maior movimentação. Funcionarão, a partir do final do mês de janeiro, 40 radares, 40 equipamentos mistos, instalados nos semáforos, 20 lombadas eletrônicas e as 12 câmaras de monitoramento (Conheça detalhes dos locais específicos de cada equipamento no box abaixo).

O motorista deve ter maior atenção e, principalmente, em cinco pontos específicos, cuja velocidade máxima está limitada em 40 km/h, embora tratando-se de radares e equipamento misto, associado ao semáforo: cruzamentos da avenida Augusto Maynard com a rua Itabaiana - equipamento misto associado ao semáforo, e cinco radares: avenida Matadouro, cujo equipamento está instalada em frente ao número 808, avenida Santos Dumont (Coroa do Meio), em frente à Cantina D´Itália, um na Passarela do Caranguejo (Praia de Atalaia) e outro na avenida Juscelino Kubitscheck, próximo à rua Gumercindo Bessa. Nas 20 lombadas eletrônicas, a velocidade máxima está limitada em 40 km/h, enquanto na grande maioria dos radares e dos equipamentos mistos a velocidade máxima é de 60 km/h.

Para instalar os novos equipamentos, a Prefeitura de Aracaju, segundo informações da Assessoria de Comunicação da SMTT, realizou processo de licitação do qual duas empresas saíram vencedoras, entre as seis inscritas. A partir da licitação, as empresas Splic, de São Paulo, e Copp de Santa Catarina, começaram a instalação dos novos equipamentos em pontos estratégicos da cidade. Além de lombadas eletrônicas e fotossensores, a SMTT também instalará câmaras que vão monitorar todo o tráfego em 12 pontos estratégicos da cidade, entre eles a Praia 13 de Julho, e avenidas Hermes Fontes, Tancredo Neves, Beira Mar, Pedro Calazans, Barão de Maruim e Francisco Porto.

Segundo o jornalista Jairo Almeida, da Assessoria de Comunicação da SMTT, as câmaras não serão utilizadas para aplicar multas ao motorista infrator, mas para coibir as infrações de trânsito. Conforme revelou, ao flagrar situação irregular, a SMTT adotará medidas para identificar o motorista e orientá-lo sobre a infração. A multa só será aplicada se houver resistência por parte do motorista, enaltece o jornalista.

De acordo com a Assessoria de Comunicação do órgão, Aracaju possui 35 equipamentos que controlam velocidade, entre fotossensores e lombadas eletrônicas, e outros 65 já estão sendo instalados pelas empresas que venceram a licitação realizada pela Prefeitura de Aracaju. Todos os equipamentos deverão entrar em funcionamento no final do mês de janeiro. Antes, no entanto, a PMA fará uma divulgação massificada levando à população informações sobre o tipo dos equipamentos e os locais onde estão instalados, destacando a velocidade máxima permitida em cada trecho.

A movimentação da SMTT para instalação dos equipamentos eletrônicos de controle de velocidade chamou a atenção do deputado federal José Carlos Machado (DEM), que criticou as novas medidas e anunciou interesse de solicitar informações à PMA a respeito de todo o procedimento. A manifestação do parlamentar gerou insatisfação na SMTT. As pessoas criticam sem saber a realidade. Basta que as pessoas procurem a SMTT para melhor se informar a respeito da questão, orienta Jairo Almeida.

O jornalista informa que, além de atender pleito da comunidade, a SMTT também realizou estudo técnico antes de definir os locais para instalação dos novos equipamentos. A comunidade solicita quebra-molas, mas a SMTT entende que quebra-mola atrapalha o trânsito e, então, adotou a alternativa de instalar as lombadas eletrônicas, enfatizou o jornalista.

Entre os novos locais monitorados pelos equipamentos eletrônicos de controle de velocidade, está a orla, entre a Coroa do Meio e a Passarela do Caranguejo, onde já estão instaladas duas lombadas eletrônicas e radares que estabelecem em 40km/h a velocidade máxima permitida.

Cássia Santana - cassiasantana@jornaldodiase.com.br

Fonte: Jornal do Diase

A SMTT só serve para multar

A maneira como a Prefeitura de Aracaju conduz a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), as escolhas de seus dirigentes, faz crer à população que a obtenção de dinheiro por meio de multas é muito mais importante que a ordenação do trânsito, a educação dos motoristas, a redução dos acidentes, que é seu papel precípuo.

Em poucos dias, a SMTT colocará em funcionamento, nas esquinas e avenidas da cidade, um verdadeiro exército de equipamentos prontos a multar os motoristas mais desatentos. A forma como a SMTT dispôs tais equipamentos, fotossensores, lombadas eletrônicas e câmeras de segurança, não deixa dúvida: a prioridade é multar e não educar, controlar, arrefecer a violência do trânsito.

Os agentes de trânsito da SMTT compreendem muito bem essa orientação distorcida. Sisudos e mal educados, abordam os condutores de veículos sem um cumprimento, um bom dia, boa tarde, como a prática da boa educação orienta. Dificilmente se vê um agente de trânsito orientando, educando, repreendendo algum erro. Não. Vão logo multando.

As últimas direções da SMTT, como também a atual, faz mal uso do poder de polícia conferido pela lei àquele órgão. O fazer cumprir a lei não implica em truculência, falta de educação, grosseria. Do mesmo modo, faz mal uso do poder de coerção, quando focaliza seus apetrechos de multas atrás de postes, árvores e arbustos, disfarçados, para que motoristas desatentos sejam multados.

É fácil, muito fácil mesmo, em Aracaju, flagrar agentes multando veículos enquanto ao seu lado, a poucos metros de distância, dezenas de pessoas tentam atravessar a rua mas não conseguem pelo excessivo número de veículos circulando.

Por causa dessa cultura distorcida da SMTT de preocupar-se apenas com as multas, seus agentes ignoram que o trânsito não é feito apenas de carros, mas de pessoas, pedestres, seres humanos. Além de multar, os agentes precisam também ajudar os velhinhos a atravessar, as mulheres grávidas, as crianças e estudantes, as pessoas de um modo geral, enfim.

Mas a ignorância e a visão caolha é tanta que os shoppings centers da cidade, Riomar e Jardins, começam a deslocar seus funcionários para controlar as ruas no entorno aos estabelecimentos comerciais, para dar conforto aos seus clientes. A propósito disso: os agentes da SMTT também aplicam multas dentro dos dois estacionamentos. É só o que sabem fazer, comprometendo toda a administração municipal.

Fonte: jornal do DIa

Fotos do dia


Pâmela Suelen é do tipo de mulher que não perde tempo A modelo confessa ser dominadora e que toma a iniciativa Banhistas na praia da Enseada no Guarujá neste domingo
Veículos trafegam com lentidão na Régis Bittencourt devido a alagamento Piscinão na avenida Roberto Marinho, perto de onde começará um túnel Ensaio geral da cerimônia de posse da presidente eleita, Dilma Rousseff

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Sogra ganha bolo envenenado no Natal

Rafael Italiani
do Agora

FRANCA - A nora de uma aposentada de 74 anos é suspeita de tentar envenenar a idosa com veneno de rato, conhecido também como chumbinho, na manhã de anteontem, na cidade de Franca (400 km de São Paulo).

A suspeita, de 24 anos, que trabalha em uma fábrica de calçados da cidade, teria comprado o bolo em uma padaria e colocado chumbinho dentro de um pedaço antes de servir para a sogra.

Desconfiada do recheio do bolo, a idosa chamou a polícia sem que a sapateira percebesse. A aposentada não chegou a comer o doce.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta segund

Conheça os seus direitos na troca do presente

Joyce Carla
do Agora

Depois do Natal, muitas pessoas voltam às lojas para trocar o presente que não serviu, não agradou ou apresentou defeito. O cliente precisa ficar atento aos seus direitos para não sair no prejuízo.

Pelo Código de Defesa do Consumidor, as lojas só são obrigadas a trocar os produtos em casos de vício ou de defeito. A lei estabelece inclusive prazos.

Porém, em caso de produtos que simplesmente não agradaram o presenteado, cada loja possui as próprias regras.

O ideal é o consumidor, antes de comprar, pedir por escrito todas as condições de troca. Uma vez que prometeu, a loja é obrigada a cumprir.

"Algumas lojas dão alguns dias para efetuar a troca, outras dão algumas semanas. Em geral, todas as lojas exigem a etiqueta no produto, e muitas pedem a nota fiscal", diz Adriana Pereira, assistente de direção do Procon-SP.

Segundo ela, algumas lojas também fazem restrição de horários e de dias da semana para efetuar a troca. "Por isso é importante o cliente tirar todas as dúvidas sobre as condições. Elas podem alterar a escolha de determinada loja. Pode ser mais interessante comprar em um lugar que dá melhores condições de troca."

Caso o estabelecimento não colabore, procure órgãos de defesa do consumidor, como o Procon.

Fonte: Agora

Veja o que pode mudar na Previdência em 2011

Gisele Lobato e Ana Magalhães
do Agora

Em 2011, quem está perto de se aposentar não precisa temer mudanças profundas nas regras do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que possam obrigar os segurados a adiarem seus planos.

A explicação dos especialistas é que, apesar de o novo governo ter anunciado um aperto de cinto para 2011, não há interesse em assumir o desgaste político de uma reforma que mude os direitos de quem já está no mercado de trabalho, devido ao bom desempenho da economia.

Porém, a Previdência Social não está livre de mudanças. Em visita neste mês ao interior de São Paulo, o atual ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, disse que é preciso acabar com "injustiças" nas regras do INSS. E citou como exemplo a pensão.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta segunda

Com açúcar, com afeto

Os passos de Dilma

Segunda-feira, 27/12/2010

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal / Dilma; a mãe, Dilma Jane; Igor; Zana; e o pai, Pedro Rousseff.  Dilma na infância com bom padrão de vida em Belo Horizonte Dilma; a mãe, Dilma Jane; Igor; Zana; e o pai, Pedro Rousseff. Dilma na infância com bom padrão de vida em Belo Horizonte
Infância

Da infância confortável de classe média na capital mineira à adolescência cercada de livros, festinhas e o contato com a pobreza influenciada pelas freiras do Colégio Sion

27/12/2010 | 00:16 | Rosana Félix, enviada especial

Corria o ano de 1947 e a nova Constituição brasileira, promulgada em setembro do ano anterior, assegurava liberdades civis e coletivas, como o voto feminino e o pluripartidarismo. Essas e outras conquistas sinalizavam que o país recomeçaria a trilhar o caminho da democracia, interrompido pelo governo autoritário do Estado Novo. Mas as decisões tomadas pelo então presidente, general Gaspar Dutra, levaram ao caminho inverso. A submissão aos Estados Unidos e a divisão provocada pela Guerra Fria foram o pano de fundo para o fechamento do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e de vários sindicatos, além do rompimento diplomático com a União Soviética.

Nesse clima de repressão foi que Dilma Vana Rousseff nasceu, em 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte. Mas sua infância transcorreu tranquilamente, sem interferências do clima político brasileiro. O pai, o búlgaro Pedro Rousseff, conseguiu oferecer um padrão muito bom de vida para a família, que incluía a mulher, a professora Dilma Jane da Silva, o primeiro filho, Igor (a pronúncia é Igór), e a caçula Zana.

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal / Ampliar imagem
No Paraná

Na viagem de formatura, estadia em Curitiba

Quando a turma de Dilma no Sion se formou no 4.º ano do Colegial – o último ano do ensino fundamental –, as meninas celebraram com uma viagem para o Sul do Brasil. Passaram por São Paulo, Curitiba, Mafra e Porto Alegre, conforme relembra Maria Clotilde Quintela, a Clô.

A memória não ajuda muito, mas Clô diz que, com certeza, passaram pelo Teatro Guaíra. “Nem me lembro se a gente assistiu alguma peça ou se visitamos só por fora. Mas o nome do teatro me marcou muito.” No roteiro, as principais atrações turísticas de cada cidade e muita bagunça nos quartos de hotéis, divididos por duas ou mais alunas.

Para a idade e para a época, Dilma já conhecia um bom pedaço do Brasil. Com a família, passava férias no Rio de Janeiro ou Espírito Santo e vez ou outra viajava de avião. Quem daquela época diria que pelos próximos quatro anos ela poderá ir aonde quiser, provavelmente com seu próprio “AeroDilma”? (RF)

Em uma casa espaçosa na Rua Major Lopes, na Zona Sul de BH, Dilma fazia algumas travessuras, como subir em árvores, e outras brincadeiras comuns, como andar de bicicleta. Mas sua diversão principal sempre foi a leitura. Monteiro Lobato foi uma das primeiras paixões. A educação, desde cedo, foi rígida. No Jardim de Infância Isabela Hendrix tinha aulas de inglês. De origem norte-americana e linha metodista, a escola também apresentava a Bíblia às crianças.

Alguns detalhes só são possíveis de reconstruir com a ajuda de um álbum de recordações da médica Marisa Andrade Chaves, 63 anos, que dos 4 aos 6 anos conviveu com Dilma no Isabela Hendrix. Com a ajuda da irmã mais velha, Marisa colou as fotos de todos os colegas, ao lado dos nomes. A presidente do Brasil ganhou lugar de destaque, na primeira página, ao lado da autora. “Eu sempre gostava de ficar com as crianças mais introspectivas. Eu procurei a amizade dela e tive uma resposta muito boa. A casa dela era muito receptiva, e a mãe, sempre muito linda e querida”, conta Marisa, que conseguiu manter vivas as memórias de décadas atrás com a ajuda de sua relíquia infantil. “A Dilma, mesmo criança, tinha um olhar muito observador.”

Livros e ponche

Dilma começou o ensino fundamental no tradicional Colégio Sion, exclusivo para meninas. Tido como o melhor da cidade na época, oferecia aulas de etiqueta, francês e religião, e as alunas eram de famílias de classe média alta ou ainda mais ricas. A panelinha dela girava em torno das amigas Maria Clotilde Quintela, Sônia Macedo, Márcia Machado, Sara Oliveira e Eliana Laender principalmente.

Dilma manteve as leituras, e fazia muitas sugestões às amigas. “A gente se divertia muito. Não falávamos bobagem, nem palavrão. Discutíamos muito sobre livros. A Dilma sempre foi muito intelectual, uma pessoa muito amável, legal”, conta Maria Clotilde, a Clô. Também as ajudava a estudar, principalmente para as provas de Matemática e História. “Ela já tinha uma visão de mundo diferente. Não era fácil. A gente ficava estudando a noite inteira e ia fazer prova com olheira no dia seguinte.”

Mas nem só de livro se faz a adolescência. A partir dos 14, 15 anos, o grupo de amigas começou a frequentar algumas festinhas, chamadas de “Hora Dançante”. Rapazes do Colégio Loyola rodopiavam as meninas nos salões improvisados na casa de alguém, e todos bebiam um ponche de frutas feito pela mãe da (o) anfitriã (o). Também aprontavam. Às vezes escapuliam do colégio no fim do dia para fugir do “especial”, a condução do Sion que transportava as alunas. Divertiam-se andando na rua livremente, mas às vezes pegavam um trólebus (ônibus elétrico) e tentavam paquerar o condutor.

“Muitos rapazes se interessavam por ela. Ela era uma pessoa risonha, feliz, de muito boa índole e honesta. Mas não tinha essa coisa de namorar, como tem hoje, ficar sozinhos. Era uma coisa mais de andar de mão dada na rua, e escondido”, relembra Clô, que teve um romance adolescente patrocinado por Dilma. O contato com rapazes interessantes também ocorreu no CEC, Centro de Estudos Cinematográficos de Belo Horizonte.

Luto e realidade

Em 1962, com apenas 14 anos, Dilma perde o pai. Pedro Rousseff é lembrado como pessoa de poucas palavras, mas seu rigor contribuiu para que Dilma viesse a ser boa aluna. Os dois também costumavam assistir a óperas juntos, e ele incentivou o amor da filha pelos livros. Ainda nova, já tinha lido clássicos universais como Germinal, de Emile Zola, e Humilhados e Ofendidos, de Dostoiévski.

O luto pelo pai ocorreu mais ou menos na mesma época em que Dilma começou a ter um contato maior com a realidade social brasileira. Algumas freiras do Colégio Sion se preocupavam em semear a solidariedade e expandir a visão de mundo de suas alunas. Clô lembra da Mére (mãe) Malvinita, que nos fins de semana as levava para o Morro do Papagaio, uma das maiores favelas de Belo Horizonte. Junto com os rapazes do Loyola, conduzidos pelo Padre Meyer, formavam o Grupo Gente Nova, que fazia trabalho voluntário para a comunidade carente. “A gente distribuía remédio e dava vermífugo para as crianças. Também ajudamos a construir a igreja e a escola, carregando balde de cimento. Os meninos construíam, a gente ajudava, e ficávamos lá o dia inteiro, várias vezes.”

Nessas visitas, Dilma tinha contato com a pobreza que hoje ainda atinge 30 milhões de brasileiros – considerando a população que vive com menos de R$ 140 por mês. O contato com as desigualdades ajudou a forjar a personalidade da presidente do Brasil, que na juventude entrou para grupos de luta armada com o objetivo de derrubar a ditadura e construir um governo que trabalhasse para a distribuição de renda.

Fonte: Gazeta do Povo

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