Publicado em 1 de novembro de 2023 por Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
A atuação do Brasil na ONU foi clara e firme em favor dos princípios humanísticos que regem a posição do país e, sem dúvida, destacam a diplomacia brasileira. O chanceler Mauro Vieira teve um desempenho eficiente na defesa dos valores defendidos pelo Brasil, uma tradição do Itamaraty.
No momento em que escrevo esse artigo, ainda não havia sido iniciada a reunião do Conselho de Segurança, a última convocada pelo nosso país, cujo mandato na Presidência terminou ontem, dia 31 de outubro. Seja qual for a decisão final, antes de a China assumir o cargo dentro do critério de rodízio, a posição brasileira ficou marcada no calendário dos conflitos, nos quais morrem mais vítimas inocentes, incluindo crianças, do que os participantes das correntes em choque deflagrado pelo Hamas no dia 7 de outubro.
CONFRONTO – Os tanques de Israel estão avançando no território de Gaza, uma área de no máximo quinhentos quilômetros quadrados, em que vivem 2,3 milhões de pessoas, que em sua maioria abominam o Hamas, mas têm que suportar agora os efeitos dos bombardeiros e das rajadas que são as peças do confronto para o qual não se vislumbra nenhuma saída.
É possível que o Conselho De Segurança da ONU aprove uma medida humanitária, incluindo o cessar-fogo. Mas o ministro Netanyahu já adiantou que o país não aceita o cessar-fogo, da mesma forma que já citou como exemplo os americanos que não aceitaram (no caso nem poderiam aceitar) o cessar fogo depois do bombardeio de Pearl Harbour.
A comparação não se articula, pois com o ataque de Pearl Harbour, o Japão iniciava uma guerra que durou até 1945. Mas a disposição israelense ficou assinalada, o que pode significar que Tel Aviv não aceitará a decisão projetada. As mortes atingem mais de mil pessoas diariamente. Um desastre para a humanidade.
META – Álvaro Gribel e Renan Monteiro, reportagem na edição de O Globo desta terça-feira, focalizaram o empenho do ministro Fernando Haddad para manter seu projeto de déficit fiscal zero em 2024, procurando consertar as declarações do presidente Lula no último fim de semana de que seria difícil atingir plenamente esse objetivo.
Haddad busca apoio do Congresso e tentará antecipar medidas previstas para 2024 ainda este ano, objetivando assegurar um período maior de seus reflexos na economia. Um dos objetivos principais é o de deter a queda na arrecadação que vem atingindo percentuais baixos, mas decisivo no equilíbrio visado. O déficit zero é importante para que se verifique uma nova queda de juros da Selic.