Andréia Sadi
g1 Brasília
Segundo o blog apurou, o ministro da Justiça, Anderson Torres, tem conversado com integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) nos últimos dias sobre a crise dos caminhoneiros e já chegou a alegar, por exemplo, que as polícias federais não teriam efetivo suficiente para superar a crise.
O argumento foi rechaçado por ministros da Corte já que, lembraram eles ao ministro da Justiça, em 2018 a PF, a PRF e a Força Nacional resolveram o desbloqueio das rodovias em paralisação maior de caminhoneiros – além de o efetivo da Polícia Militar já estar nas ruas desde segunda-feira.
TORCIDAS DE FUTEBOL – Em meio a relatos de Torres de que a polícia estaria tendo dificuldade em desobstruir as rodovias, ministros do STF enviaram a ele reportagens com vídeos das torcidas organizadas do Galo e da Fiel que, em deslocamento para acompanhar seus times jogarem, liberaram rodovias em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Diante da insistência de Torres, ministros passaram a receber a fala como um pretexto, uma “jogada” do governo Bolsonaro para tentar colocar militares nas ruas – e confundir a população com a imagem de fardados em meio a manifestações ilegais.
O foco dos ministros do STF é cobrar explicações da direção da Polícia Rodoviária Federal – que está ameaçada, inclusive, de ser afastada e presa.
FAZENDO BLINDAGEM – Na conversa que Jair Bolsonaro (PL) teve com ministros do STF, na terça-feira (1º), Rosa Weber agradeceu ao presidente por fazer um pronunciamento que, em sua visão, desautorizava as manifestações.
Em resposta, Bolsonaro disse aos ministros do STF que a cúpula da Polícia Roooviária Federal era muito boa e faz o que pode. A fala de Bolsonaro foi vista pelo STF como uma tentativa de blindagem do governo a Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF.