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domingo, agosto 29, 2021

Presa por noticiar pandemia, repórter chinesa está muito mal, em greve de fome

Publicado em 29 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet

Proteste in Hongkong

Em HongKong, ativista pede a libertação da jornalista

Deu na Gazeta do Povo

A jornalista chinesa Zhang Zhan, presa no ano passado por noticiar o princípio da pandemia de Covid-19 em Wuhan, está seriamente debilitada, consequência da greve de fome parcial que vem fazendo para protestar contra sua detenção.

A mulher de 37 anos e 1,55 metro de altura, que antes pesava 74 quilos, agora está pesando menos de 40, segundo informou o New York Times. No fim de julho, ela precisou ser internada em hospital, mas no dia 11 de agosto voltou para a prisão.

MUITO DEBILITADA – Segundo a ONG Anistia Internacional, o advogado de Zhang disse que ela está fisicamente muito fraca e sofre de dores de estômago, tonturas e fraqueza ao caminhar. Também foi relatado à organização dos direitos humanos que a jornalista foi forçada a usar algemas e que suas mãos ficaram presas 24 horas por dia por mais de três meses como punição por sua greve de fome.

Na prisão, a jornalista se recusa a comer carne, arroz e vegetais. Segundo a mãe, Shao Wenxia, ela come apenas frutas e bolachas.

Zhang, de 37 anos, é de Xangai, mas viajou para Wuhan em fevereiro de 2020 para cobrir o surto de Covid-19. De maneira independente, ela relatou as experiências dos moradores da cidade com o novo e desconhecido vírus, mais tarde batizado de Sars-CoV-2, e com o confinamento imposto pelas autoridades locais. Ela também registrou, via redes sociais, a detenção de outros repórteres independentes que tentavam cobrir o surto de Covid-19 em Wuhan.

PENA DE 4 ANOS – A jornalista foi presa em maio do ano passado e, em dezembro, foi condenada a quatro anos de prisão por “provocar distúrbios”, uma acusação que é amplamente usada na China para perseguir dissidentes.

Na época do seu julgamento, Zhang já estava com a saúde debilitada, tendo aparecido em frente ao juiz em uma cadeira de rodas. Uma das poucas coisas que ela disse na ocasião, segundo seu advogado, é que “o discurso dos cidadãos não deve ser censurado”.

Outras pessoas que publicaram imagens sobre a situação dos hospitais nos primeiros dias da pandemia na China também foram presos ou assediados por autoridades chinesas, como o jornalista Chen Qiushi e o ativista Fang Bin, morador de Wuhan.

“PROVOCAR DUSTÚRBIOS” – “O crime de ‘provocar distúrbios’, nos termos do Artigo 293 da Lei Criminal chinesa, é uma ofensa vagamente formulada que tem sido amplamente usada para atingir ativistas e defensores dos direitos humanos”, disse a Anistia Internacional em uma carta em que pede pela liberação de Zhang.

“Embora o crime tenha sido originalmente aplicado a atos que perturbaram a ordem em locais públicos, o escopo foi ampliado desde 2013 para incluir também o espaço online”.

A mãe de Zheng pediu que a filha deixe de fazer greve de fome para recuperar sua saúde, mas apesar do risco de morte, a jornalista parece continuar determinada a seguir com seu protesto. Em 2021, até agora Zhang só pôde falar com a mãe, por telefone, em duas ocasiões.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Matéria muito importante, enviada por Celso Serra, mostrando que a China continua a ser uma ditadura abjeta, que ainda está muito distante da democracia. Ao enviar o texto, Serra acrescentou a seguinte mensagem: “Veja o que estão fazendo com uma colega tua na China. Parece até que tem ministros da nossa Suprema Corte copiando esse modo de proceder”. (C.N.)


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