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terça-feira, agosto 31, 2021

Moraes nega pedido de prisão domiciliar para Roberto Jefferson

 

Presidente do PTB foi detido há quase três semanas devido a ofensas contra ministros do STF. Moraes foi contra prisão domiciliar por entender que a medida seria "absolutamente temerária"


Augusto Fernandes
Na decisão, Moraes ainda revelou que Jefferson ameaçou não respeitar a prisão domiciliar e disse que não utilizaria tornozeleira eletrônica, caso fosse obrigado. O político escreveu as declarações em uma carta, após ter sido preso.

"Não aceito a coleira de tornozelo. E para mim, como para outros conservadores, prisão domiciliar com tornozeleira, transformando meu lar num canil. Não aceito. É desonra. Não me fará outra humilhação e afronta a abominável e lombrosiana figura do Alexandre de Moraes. Fico onde estou", disse Jefferson. O texto escrito por ele foi compartilhado nas redes sociais pela filha, a ex-deputada Cristiane Brasil.

Desrespeito e mais ameaças

No dia da prisão, segundo Moraes, Jefferson desrespeitou a equipe policial que cumpriu a decisão judicial. O político deveria ter entregue o celular dele à Polícia Federal, mas antes de a corporação chegar ao seu endereço ele pediu que alguém jogasse o aparelho em um rio.

Além disso, o presidente do PTB divulgou um áudio nas redes sociais condenando a atitude de Moraes e chamando o ministro de "cachorrão". "O Supremo é um partido político comunista que tem condições de expedir mandados de prisão em inquéritos que não tem o Ministério Público, inquéritos no vazio. Penso que eles chegaram no limite do limite do limite da inconstitucionalidade da agressão à ordem jurídica nacional. Hoje o Supremo é uma “orcrim”, uma organização criminosa", reclamou o político.

Mesmo depois de ter sido detido, Jefferson não cessou as críticas ao STF. Em outra carta escrita dentro da prisão, ele diz que os ministros do Supremo são "abutres" e incita a população a participar de uma manifestação em Brasília, no feriado da Independência, contra a Corte.

"Há que haver um ponto final a esse estado tematológico de monstruosidades jurídicas. Xô urubus! Vocês traíram o povo do Brasil. Traíram nossa nação. Traíram a pátria amada. Escarneceram do espírito santo, pois defraudaram a nossa fé. Supremo é o povo. Sete de setembro rugirá a nossa indignação. Xô urubus! Vão pousar noutra comarca", escreveu.

"Absolutamente temerária"

Devido a esses episódios, Moraes definiu que a manutenção da prisão preventiva de Jefferson "é imprescindível" e alertou que a conversão em prisão domiciliar seria "absolutamente temerária", visto que ela representaria risco para a ordem pública.

"O custodiado insiste em suas graves ofensas e ameaças ao Supremo Tribunal Federal, incentivando a população, inclusive, à prática de atos criminosos nas manifestações programadas para o próximo dia  7/9/2021, e exigindo a destituição inconstitucional dos ministros da Suprema Corte", observou Moraes

"A recalcitrância de Roberto Jefferson, mesmo já denunciado, demonstra a absoluta necessidade de manutenção da prisão preventiva decretada, também em razão da necessidade de garantia da ordem pública, consideradas todas as graves condutas criminosas já praticadas, inclusive no que diz respeito às ameaças e incitação criminosa da população contra o Supremo Tribunal Federal e seus ministros para o feriado nacional do dia 7 de setembro", acrescentou o ministro.

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