
As redes sociais estão pregando o nova intervenção militar
Carlos Newton
O ditado é muito antigo, mas ainda não perdeu a validade: “Quando um não quer, dois não brigam”. Está mais do que óbvio que Bolsonaro está forçando a barra e fazendo o possível e o impossível para que ocorram graves confrontos no dia 7 de setembro, capazes de justificar uma intervenção militar pela ordem pública, dentro das quatro linhas da Constituição.
Desde o início do governo, o capitão-presidente não pensa em outra coisa e vem alimentando sua obsessão de reviver o regime militar, de preferência com novas torturas, dada sua admiração ao coronel Brilhante Ustra, que o Exército teve vergonha de levar a general, mas Bolsonaro recentemente fez questão de aumentar a pensão da viúva, em reconhecimento aos serviços prestados pelo militar, que era como o médico e o monstro e atendia por “Dr. Tibiriça” nos subterrâneos do DOI-CODI.
EM CENA ABERTA – O mais impressionante é que Bolsonaro, seus filhos e adoradores, municiados pelo “Gabinete do Ódio” que funciona no terceiro andar do Planalto, estejam articulando abertamente um golpe militar contra o Poder Judiciário (leia-se Supremo e Tribunal Superior Eleitoral), que por óbvio atingirá também o Legislativo (leia-se: Câmara, Senado e Tribunal de Contas da União).
Militantes radicais estão sendo convocados de outros estados, em caravanas gratuitas, com três refeições garantidas e estacionamento liberado, segundo a farta propaganda que circula nas redes sociais bolsonaristas.
Assim, o presidente da filial Brazil imita seu ídolo Donald Trump, sem se importar com o que aconteceu em Washington, com a violenta invasão do Capitólio que resultou em cinco mortes – quatro ativistas e um agente de segurança.
INTERDITAR O PRESIDENTE– A meu ver, somente a convocação desses atos antidemocráticos, que serão incentivados pela presença do próprio presidente da República, já deveria ser suficiente para interditá-lo por problemas mentais e passar o governo constitucionalmente a seu vice, que, embora também seja do fã-clube de Brilhante Ustra, é infinitamente mais democrata do que o presidente.
Portanto, é necessário que os presidentes do Supremo e do Congresso convoquem as Forças Armadas, com base no artigo 142, para interditar Bolsonaro e submetê-lo a tratamento psiquiátrico, conforme aconteceu em 1918 com o presidente Delfim Moreira, uma espécie de Bolsonaro com baixos teores, que ficou na Presidência, mas quem governava era o ministro Afrânio de Mello Franco.
Como a intervenção militar pelo art. 142 não deve acontecer e Bolsonaro continuará desvairado, porque não há instituição brasileira que atualmente mereça confiança total, seja civil ou militar, a chamada oposição deveria cancelar todos os atos contra o presidente, para deixar os bolsonaristas sozinhos nas ruas no dia 7, batendo palmas para maluco dançar enrolado na bandeira nacional.
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P.S. – Se vocês acham que o jornalista está exagerando, por favor deem uma passada pelas redes sociais e procurem captar o espírito da coisa, que está completamente sem limites, enquanto la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)