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terça-feira, janeiro 26, 2021

Temer entra como interlocutor nas negociações com chineses após ausência da diplomacia brasileira

Publicado em 26 de janeiro de 2021 por Tribuna da Internet

Temer atua como “embaixador plenipotenciário” do governo

Julia Duailibi e Gabriel Wainer
G1

Na ausência de interlocução do governo brasileiro com a China, o ex-presidente Michel Temer (MDB) acabou acionado para tentar atuar nas negociações diplomáticas para a entrega dos insumos para a fabricação do Ingrediente Ativo Farmacêutico das vacinas da AstraZeneca e da Sinovac/Butantan, a Coronavac.

Temer telefonou na semana passada para Li Jinzhang, ex-embaixador chinês no Brasil, que agora integra o governo de Xi Jinping na China. Nesta segunda-feira, pela manhã, o atual embaixador chinês, Yang Wanming, entrou em contato o ex-presidente, e os dois conversaram sobre o assunto.

LIBERAÇÃO – Wanming disse que estava ciente da demanda de Temer ao governo chinês e que o insumo seria liberado em breve, informação que já havia sido repassada ao governo paulista. O atual chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, perdeu a interlocução com o embaixador da China, depois das declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que chamou o coronavírus de “vírus chinês” – Araújo saiu em defesa do filho do presidente.

Com acesso limitado aos chineses, o governo acabou escalando na semana passada os ministros das Comunicações, Fabio Faria, da Agricultura, Tereza Cristina, e da Saúde, Eduardo Pazuello, para falar com Wanming – o embaixador também teve uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o que levou o governo a soltar uma nota dizendo que quem tomava conta das relações externas com outros países era o Executivo federal.

Ainda assim, o presidente Bolsonaro confirmou hoje que 5,4 mil litros de insumo para a produção da Coronavac serão liberados da China para a produção da vacina no Butantan e parabenizou a diplomacia brasileira pelo feito. A informação, antecipada pelo blog na semana passada, levou o Palácio dos Bandeirantes a emitir uma nota afirmando que não houve atuação do governo federal na articulação.

NA FILA – Questionado pelo blog se respondia a um pedido do governo federal ao entrar nas negociações, Temer disse que atendia à demanda do governo, de empresários e do país de modo geral. “Até para me ajudar, porque daqui a pouco eu estou na fila”, brincou.

O ex-presidente tem atuado como “embaixador plenipotenciário” do governo brasileiro. O cargo é uma designação especial para diplomatas enviados a missões internacionais com poderes para representar o Brasil e até mesmo assinar acordos em nome do país sem fazer parte oficial dos quadros do Itamaraty. Em agosto do ano passado, Temer chefiou a missão humanitária brasileira que ofereceu ajuda aos libaneses após a explosão no porto de Beirute, que deixou quase 200 mortos e mais de 4 mil feridos.

O ex-presidente tem uma boa relação também com o setor privado do país asiático. Foi contratado pela Huawei, gigante de tecnologia chinesa, para elaborar parecer jurídico sobre a participação da companhia no mercado de telefonia 5G no Brasil.

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