Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, novembro 03, 2019

É preciso entender o que significa o jornalismo independente num país como o Brasil


Resultado de imagem para imprensa charges"
Charge do Bier (Arquivo Google)
Carlos Newton
O Brasil vive uma fase democraticamente tenebrosa desde o primoroso governo de Itamar Franco (dezembro de 1993 a janeiro de 1995), que pegou a inflação anual em 631,54% e dois anos depois entregou o cargo com índice de apenas 22,41% ao ano, em viés de baixa, com inflação somente de 1,56% no seu último mês de gestão, dezembro de 1995. O mais importante é que o governo Itamar tirou o país da recessão e registrou crescimento de 10% do PIB e 6,78% da renda per capita.
A partir de Fernando Henrique Cardoso, em 2001, quando o PIB ficou num sobe-e-desce, o PT foi ganhando força com sua estratégia de dividir o país entre “nós e eles”, enfrentamento que se tornou uma espécie de política nacional e cada vez é mais acirrado.
FORA PT! – Foi essa divisão entre “nós e eles” que acabou tirando o PT do poder em 2018, simplesmente porque os erros governamentais foram tantos que os “eles” passaram a ser mais numeroso que os “nós”.
Jair Bolsonaro foi eleito por essa dicotomia, mas infantilmente não agiu como Itamar Franco, que montou um governo de união nacional. Logo ao assumir, o presidente Itamar reuniu-se com os presidentes de todos os partidos, disse que renunciaria e convocaria eleições se não tivesse apoio político e  assim conseguiu a adesão de todos os partidos, inclusive do PT, pois até o relutante Lula afirmou à época que a governabilidade estava garantida.
De lá para cá, surgiu a divisão petista entre “nós e eles”, que Bolsonaro agora está radicalizando, em busca de poderes de exceção (leia-se: uma nova ditadura) e para tanto investe vigorosamente contra a imprensa, para se fazer de vítima.
“DONO DO PODER” – O atual locatário do eixo Alvorada-Planalto se julga dono do poder e tenta desmontar qualquer possibilidade de existência de imprensa independente, sem a qual não existe democracia. Já conseguiu minar a independência dos Poderes, através do pacto pela impunidade, celebrado com os presidente do Supremo, da Câmara e do Senado, mas ainda falta muito para
baixar um novo AI-5, como sugere o irresponsável filho Zero Três.
A falta de cultura, a ambição e a arrogância fazem com que Bolsonaro e seus filhos pensem (?) que seu plano é perfeito, vai comandar as massas pelas redes sociais e logo estará tudo dominado, como se diz hoje em dia.
É um plano aparentemente perfeito. Mas as aparências enganam, especialmente quando se trata de política.
OS OLHOS DA NAÇÃO – Bolsonaro e os filhos jamais conseguirão destruir a imprensa, que funciona como os olhos da nação, no entender de Ruy Barbosa: “Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam…”
“A imprensa é o quarto poder”, definiu há quase três séculos o filósofo irlandês Edmund Burke, que era conservador, mas o revolucionário Karl Marx concordava com ele: “A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e idealiza suas formas brutas”, dizia Marx, que era jornalista, editor da gazeta de Renânia.
FALTA DE CULTURA – Bolsonaro e seus filhos são hábeis em manipular adeptos, mas nada sabem sobre Filosofia, gostariam de excluir do currículo essa doutrina que estuda o saber acumulado pela Humanidade. Desconhecem até o moderno pensamento de Julian Assange, um jornalista contemporâneo que dedicou sua vida à liberdade de imprensa e jamais será esquecido:
“Aparentemente, a imprensa ultrapassa os limites éticos, mas isso não significa que um jornal inteiro deva receber uma sentença de morte por causa disso”, assinala Assange.
Aqui na Tribuna da Internet, cultivamos a utopia de exercer um jornalismo livre. Millôr Fernandes ensinava que “imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. A frase é genial, mas na TI julgamos que a imprensa deve apoiar entusiasticamente todos os atos do governo que sejam positivos e condenar com o mesmo rigor os que forem negativos. Para nós, esta é a doutrina do jornalismo independente, que praticamos.
INDEPENDÊNCIA – Não contem com nosso apoio incondicional a Jair Bolsonaro, Lula da Silva, Ciro Gomes, João Doria e Wilson Witzel, que são hoje os mais importantes líderes políticos do país, porque esse apoio irrestrito jamais acontecerá.
Na semana passada, demos exemplo do que significa o jornalismo independente. Quando as três promotoras convocaram açodadamente a imprensa, para anunciar que o porteiro do condomínio de Bolsonaro tinha mentido, a grande imprensa imediatamente engoliu essa versão.
Mas a Tribuna da Internet não recuou e não só conseguiu demonstrar que o porteiro não mentira, como também descortinou a armação montada para desmoralizar seus depoimentos. A Folha de S. Paulo correu atrás das denúncias da TI e confirmou que a tal perícia era uma falácia e as gravações da portaria poderiam ter sofrido manipulação.
UM HOMEM HONESTO – Na verdade, nada indicava que aquele modesto trabalhador do condomínio havia mentido. Pelo contrário, ele tinha cumprido suas obrigações e prestara dois depoimentos à Polícia que deviam ser respeitados pelas arrogantes promotoras.
E vai ser sempre assim. Não importa o que a grande mídia afirme ou aceite. Não interessa que os sites amestrados, de olho nas verbas públicas, defendam o governo Bolsonaro de maneira incondicional, como se nada fizesse de errado. No governo do PT também era assim e muitos sites e blogs se venderam por 30 dinheiros.
Mas passamos longe disso aqui na TI e sempre lembramos a opinião do líder britânico Winston Churchill: “Não existe opinião pública, existe opinião publicada”.

Em destaque

Meta diz à AGU que fim da checagem só vale nos Estados Unidos

Publicado em 14 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do Genildo (Arquivo Google) Deu na IstoÉ N...

Mais visitadas