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terça-feira, junho 02, 2009

Sobre a CPI da Petrobras

Edilson Silva


Edilson SilvaMentiras, meias verdades e muita hipocrisia rondam ambos os pólos siameses que se debatem neste momento em torno da CPI da Petrobrás, aprovada no senado. Dizer que a turma do DEM e PSDB, com o apoio implícito do PMDB, está interessada em ética na administração da Petrobras é motivo de riso. Por outro lado, dizer que a turma do PT quer defender a empresa contra a privatização seria motivo de gargalhada, não fosse a tragédia que a situação encerra para o futuro do país.

Independente das motivações nada nobres da velha direita, que quer mesmo é ver o circo pegar fogo e levar dividendos eleitorais para 2010, é fato que há fortes indícios de má gestão e corrupção a serem esclarecidos na gestão da estatal e da ANP, encontrados pela Operação Águas Profundas da Polícia Federal, pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e pelo Ministério Público da União.

A reação contra a CPI, encabeçada pelo PT, mas abraçada por vários outros partidos e movimentos, tentando construir uma movimentação popular em nível nacional, tem o mérito de buscar resgatar um sentimento progressivo no imaginário popular, de defesa dos interesses nacionais. E certamente é este o honesto sentimento de muitos que estão indo às ruas para defender a Petrobrás.

No entanto, os interesses da alta cúpula do governo Lula, dos seus aliados e do PT estão bem distantes deste sentimento. Na realidade querem crescer um movimento progressivo com viés nacionalista para surfar sobre ele e assim acuar a oposição e desmoralizar a CPI da Petrobrás ainda no ninho. Pelo risco que correm com o movimento que buscam impulsionar para alcançar este objetivo, fica a impressão que esta CPI tem potencial para ser aquela do fim do mundo.

A ministra Dilma Rousseff é do Conselho Administrativo da Petrobrás. Não seria interessante para o futuro da cúpula petista a pré-candidata de Lula, após tanto investimento, ser abatida em pleno vôo e seguir o mesmo destino de José Dirceu, Palloci, Genoino e Cia. Seria mesmo, para alguns, a CPI do fim do mundo.

Se o governo Lula e o PT estivessem mesmo interessados na defesa da Petrobrás e do patrimônio que representa o "pré-sal", por exemplo, não teriam mantido e ampliado a política dos tucanos da era FHC. Atualmente 60% das ações da Petrobrás estão nas mãos de capital privado. Os leilões de poços de petróleo para o setor privado e transnacional continuam. Como na era FHC, os lucros da Petrobras, em boa parte, continuam destinados aos especuladores da dívida pública. Como na era FHC, o líder de Lula no senado, o mesmo senador peemedebista Romero Jucá, está cotado para apagar o incêndio assumindo a relatoria da CPI.

Quanto ao povo, aos movimentos sociais e partidos comprometidos com o desenvolvimento e soberania do nosso país, estes devem mesmo ir às ruas, exigir a reestatização da Petrobrás e a gestão democrática e transparente da mesma, sem politicagem e com forte controle social. Com ou sem CPI.
Edilson Silva é presidente do PSOL/PE
Fonte: Socialismo.org

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