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terça-feira, outubro 09, 2007

"Tropa de elite", assim como está, mas falado em inglês

Helio Fernandes

Ganharia o Oscar de Hollywood
Agora que todos já viram o filme, podemos conversar. É um tremendo libelo contra o sistema, e não apenas na superfície mas numa profundidade que tem muito de ideológica, de ética e de protesto. Lógico, é exaltação ao BOPE, com paixão, sem nenhuma sofisticação ou fuga da realidade.

Como filme, nota 10 para o roteiro, a direção, os atores, a fotografia maravilhosa. E nem houve preocupação em aproveitar cenários naturais, tudo foi feito com "improvisação planejada", a única que não falha.

O filme não pretende esconder nada, mostra suas convicções, mesmo as que poderiam provocar críticas e protestos dos "bem nascidos", "aquinhoados", "favorecidos" e "privilegiados" do sistema.

É violentíssimo, na ação e no palavreado, o que é usado diária e constantemente por homens que estão sempre no limite da guerra e jamais perto da paz.

Logo no início, o roteirista diretor coloca duas frases duras mas rigorosamente elucidativas. A primeira é uma condenação total ao "sistema" policial, mas irrefutável: "Dar armas a homens mal treinados e mal remunerados é um absurdo".

A segunda, lancinante, e que ao contrário do que muitos acreditam, pensam ou admitem, não se restringe à parte policial, domina toda a vida do País: "Ou você se corrompe ou enfrenta a guerra". Infelizmente não há nenhuma dúvida sobre a opção feita pela maioria absoluta ou desesperada.

A grande surpresa do filme, mas que não o diminui ou deprecia, é que ele não combate nem tem como alvo principal os narcotraficantes. Estes aparecem de forma episódica e circunstancial, nem o morro, "teu cenário é uma beleza" aparece de forma destacada. O treinamento da tropa é feito no morro, mas tem como objetivo "depurar os fracos e corruptos". E a afirmação empolgada: "No BOPE o corrupto não faz carreira".

O outro episódio no morro, que serve para a última cena do filme, é o mais polêmico: a morte do "Baiano", que matara um soldado do BOPE. E que um dos seus comandantes define logo assim: "Matar um oficial do BOPE é maluquice, o assassino não pode escapar". E não escapa mesmo. Um deles é transformado numa fogueira impressionante, o outro, procurado intensamente, está à disposição para ser morto. E o comando do BOPE dá a sua morte de presente para "André", explicando sem muita convicção e sem convencer o espectador: "André era um filósofo, se transformou num policial de verdade".

Naquele clima desumano, num ambiente irrespirável, numa luta 24 horas por dia, não pela sobrevivência, que não existe, mas pelo menos para "limpar a organização", um filósofo se transformar em policial, o mais compreensível. Impossível seria um policial se transformar em filósofo.

Não retiro uma linha sobre o que disse sobre o filme, mas não posso deixar de lamentar que defenda a tortura, a vingança, a retaliação. Até mesmo o saco no rosto (igual à tortura que se fazia na CIA e no DOI-CODI, de colocar a cabeça do prisioneiro dentro d'água, até ele confessar) é repetido no filme, com a ordem: "Volta ao saco no rosto". É terrível.

O diretor José Padilha diz "não defendi a tortura", fica pelo menos a dúvida. Mas praticou a tortura como represália, talvez não existisse nem exista mesmo outra forma de agir. A luta do BOPE é contra a Polícia Militar e até a Polícia Civil. Isso fica evidente quando um grupo troca a "desova" corpos de outros grupos, e o filme assinala: "É a luta da `casa' contra a `casa'".

E quando o coronel corrupto da Polícia Militar é roubado na sua mesada altíssima, o comentário irônico, gozador e cáustico: "E agora, ele vai dar queixa na Polícia Civil?". Todo o espírito do filme está nessas frases simples mas contundentes.

PS - Apesar das restrições ao elogio da tortura, continuo achando que "Tropa de elite" é dos melhores filmes já feitos no Brasil. E repito: falado em inglês, ganharia o Oscar.

Ziraldo
Vai completar 75 anos no auge. Como escritor, caricaturista. E excelente personalidade.


A Primeira do Jornal da ABI, com dois fatos e fotos que precisam ser ressaltados, registrados e ressalvados. Uma foto grande de Joel Silveira, desde os 20 anos o maior repórter brasileiro. E o fato de Ziraldo, dos mais famosos e populares escritores brasileiros (desde o "Menino Maluquinho"), ter concordado em fazer a logomarca para a comemoração dos 100 anos da ABI. A data é de 7 de abril de 2008, mas Ziraldo já está trabalhando.
Além de tudo que une Ziraldo e Joel, um acontecimento novo: a Academia. Não quis eleger Joel, vai eleger Ziraldo, até por unanimidade. Será uma justiça e a reparação da ausência de Joel.

Ciro Gomes acha que chegou a hora do xeque-mate. Será candidato a presidente. Se perder fica sem mandato, vai se dedicar com exclusividade a Patricia Pilar. Pode ser o seu projeto Aquário.
Ninguém conseguiu entender ou explicar a confissão da campeoníssima Marion Jones, que ganhara 3 medalhas de ouro no atletismo, competindo dopada. O fato ocorreu em 1999, ela negou com toda veemência.

Agora, 7 anos depois, confessa o dopping, e mais, "menti". Pelo dopping, perderá as medalhas. Pela mentira (perjúrio, crime grave nos Estados Unidos), poderá ser presa. Por que, 7 anos depois?
Primeiro problema surgido com a estranha, esdrúxula e inexpressiva decisão do Supremo. Os vereadores Patricia Amorim, Carlos Ramos e Antonio Guaraná iam deixar o PSDB pelo PMDB, seguindo Eduardo Paes.

Resolveram recuar e continuar no PSDB. Só que o presidente regional do PSDB, Luiz Paulo Rocha, resolveu não aceitá-los. Vão ao TSE. O Supremo criou ditadoresinhos, como esse deputado estadual.
Se forem examinar as concessões de rádio e televisão dadas a deputados e senadores, Câmara e Senado ficarão praticamente vazias. Com "laranjas" ou sem "laranjas", todos ganharam canais.

Agora termina o prazo para funcionamento dos maiores canais de televisão abertos. Incluindo Globo, Bandeirantes e Record. Se as concessões têm prazo certo, é porque podem não serem renovadas.
Mas quem tem coragem de revogar esses contratos e concessões, principalmente sabendo-se que a TV Globo manda mais do que o Planalto-Alvorada? Já conseguiram "capital externo", proibido.

Paes de Andrade, presidente de honra do PMDB, e figura mais respeitada do partido, custou a se movimentar. Fora do seu hábito, estilo, costume e tradição, estava silencioso, assistia o PMDB se estraçalhar.
Resolveu se movimentar, arrastou com ele o presidente do partido, Michel Temer. O Supremo não percebeu que com a decisão da semana passada fortaleceu personagens como Temer. Que só se elegeu em último lugar porque um deputado eleito foi cassado. Que República.

Não acredito que Renan seja cassado nos próximos 5 ou 50 processos por falta de ética. De qualquer maneira esta semana será difícil.
O governo continua acreditando que obterá os 49 votos para aprovar a CPMF e a TV Pública. O Planalto-Alvorada tem certeza não questionável que a convicção de deputados e senadores não resiste ao Diário Oficial. E com esse convencimento, obtém tudo.

Na simpática festa promovida por Sergio Costa e Silva, sábado, na bela embaixada de Portugal, um dos curadores era o ministro Joaquim Barbosa. Expectativa por conhecê-lo, não compareceu.
Ninguém consegue entender: o casal Hernandez, da arapuca evangélica "Renascer em Deus", tinha 130 milhões no Brasil e nos EUA. Pois tentou entrar lá com 56 mil em dinheiro no bolso.

Bastava procurar uma corretora, apertar um botão e o dinheiro estaria lá. Mais espantoso: "crentes" no casal continuam depositando dinheiro em nome deles e recebendo "mensagens".
O surrealismo político brasileiro é inimitável. Romero Jucá, que foi líder de FHC, esteve para ser cassado por irregularidades gritantes. Não se elegeu governador de Roraima.

Passou a ser líder do governo Lula. E apesar de ser porta-voz de Renan e seu defensor irrecorrível, foi aplaudido pela oposição.
Na Bovespa, sexta-feira e ontem, se duscutia mais o pedido de indenização de Naji Nahas de 10 bilhões do que o movimento das ações.

Na verdade quem quebrou a Bolsa do Rio foi Luiz Carlos Mendonça de Barros, depois ministro de FHC. Demitido desonrosamente. Não ganham nada.
O alcaide Cesar Maia e o ex-secretário da Saúde, Ronaldo Cesar Coelho, têm 15 dias para explicar ao TCU os caminhos percorridos pelos 12 milhões e 600 mil, dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS). Teria mudado de rumo e ido para instituições de ensino superior da Zona Oeste.

Relator da matéria: ministro Valmir Campelo. O TCU, no acórdão, não vê correlação entre o SUS e as entidades de ensino superior. Campelo sustenta que as "despesas são indevidas, além de não comprovadas".
Enquanto o dinheiro passeava por mares nunca dantes navegados, não foram repassados recursos obrigatórios para o Souza Aguiar e Miguel Couto. Até Ronaldo e Cesar sabem que são hospitais públicos.

Em outra decisão, também com Campelo relator, é responsabilizado o ex-secretário de Saúde de Dona Rosinha, Gilson Cantarino. Motivo: não efetuou pagamentos aos fornecedores de medicamentos especiais.
Medicamentos essenciais e obrigatórios para portadores de HIV e de fibrose sística. Por lei o Estado tem que fornecer.

O TCU deu prazo de 15 dias ao governador Sérgio Cabral para regularizar os pagamentos e fornecer os remédios. Indispensáveis à vida.
XXX
O Fantástico, cada vez pior, agora faz pesquisa, com perguntas aos telespectadores. Perguntas sem objetividade e por isso com poucas respostas.

Melhores as perguntas do programa Haroldo de Andrade. Cada vez mais famílias são chefiadas por mulheres. Ainda existe preconceito em relação a isso? SIM, 67%, NÃO, 33%. A mulher suporta melhor o casamento quando ele não dá certo? SIM, 58%, NÃO, 42%.

Na relação dos que mereceram a medalha dos 180 anos do Jornal do Commercio, alguns inesperados, uns poucos medíocres. Unanimidade: o cirurgião Paulo Niemeyer.

XXX

Advogados estão entrando com ação contra a Suderj, que administra o Maracanã. Motivo: cobra mensalidade dos que compraram cadeiras perpétuas. Estudaram a questão e concluíram: a Suderj não pode cobrar nada e terá que devolver o que cobrou indevidamente durante anos.

XXX

Sérgio Cabral é hoje o homem mais ridicularizado por conta da "idéia" de levar Eduardo Paes para o PMDB. O governador só não está mais aviltado porque o Chico Caruso está explorando a série de Renan Calheiros enrolado na Playboy-presidência do Senado
Fonte: Tribuna da Imprensa

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