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sexta-feira, novembro 04, 2022

São dois Brasis, e a ‘insurreição’ bolsonarista é apenas parte da oposição que aguarda Lula


Confira a charge de Jota A publicada na edição desta segunda do Jornal O  Dia - Jota A! - Portal O Dia

Charge do Jota A (Portal O Dia/PI)

William Waack
Estadão

Lula é um populista clássico dono de um partido no qual manda e desmanda. Bolsonaro é um populista “moderno” cuja atuação política como líder de oposição vai depender do que foi muito útil em campanhas eleitorais – redes sociais – e inútil como instrumento para governar. Ambos compartilham uma noção hipertrofiada do que seja a própria capacidade de “tomar as ruas”.

Basta lembrar que o PT insistiu na convocação de contra-manifestações em 2016, e perdeu. Quanto a Bolsonaro, parece claro que o silêncio de 48 horas após o resultado de domingo escondia uma esperança: o de uma espécie de “insurreição” popular contra a vitória de Lula.

FLERTE COM A DESORDEM – Sim, é muito forte para ser ignorado o flerte de forças da ordem (como a Polícia Rodoviária Federal) com a desordem, o que já acontecera no movimento dos caminhoneiros em 2018. Mas protestos desse tipo, espontâneos ou não, tendem a se esvaziar rapidamente pois carecem de sentido e direção.

Eles dão, porém, uma ideia da virulência da oposição que Lula enfrentará, e que nem de longe existia quando assumiu pela primeira vez.

O novo governo terá as dificuldades de praxe com um Congresso no qual maiorias existem apenas no papel, e com o qual terá de dividir o poder também de forma inédita. Contudo, dispõe das ferramentas para sobreviver.

AMPLA OPOSIÇÃO – A oposição extra parlamentar é que deveria ser bem mais preocupante do ponto de vista de Lula. O bolsonarismo é apenas uma expressão dessa ampla e profunda oposição, e talvez nem a mais decisiva.

Ao contrário do que discursa Lula, saíram dois Brasis das urnas. Lula beneficiou-se em grande parte da rejeição de Bolsonaro. Ganhou sobretudo pelos defeitos de seu adversário, mas não por oferecer uma visão de mundo que convencesse a maioria do eleitorado.

Bolsonaro deixou claro que pretende ser o líder desse grande espectro bem evidenciado pelas eleições proporcionais. É muito difícil que o consiga.

O PL TEM DONO – Supondo que ele saiba quais serão seus passos quando acordar desempregado em janeiro, vai precisar da estrutura partidária à qual pertence formalmente mas que tem outro dono, com interesses próprios (que o levarão a se acomodar com Lula). E de uma estratégia, coisa que nunca teve.

Para Lula, é um quadro que oferece pouco conforto. Está bem consolidado o fenômeno que explica boa parte da vitória de Bolsonaro em 2018 e seus 58 milhões de votos em 2022.

Uma imensa parte do Brasil quer mudar o que está aí, tem pouca confiança nas instituições das mais variadas (como Judiciário ou imprensa, por exemplo), despreza partidos e o sistema eleitoral, mas não está disposta a conceder a Lula o benefício da dúvida.

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