em 28 maio, 2022 11:36
O escritório dos Direitos Humanos da ONU na América do Sul, em seu site, cobrou das autoridades uma “investigação célere e completa” sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos. Ele foi abordado e detido em Umbaúba e morreu por asfixia e insuficiência respiratória após a abordagem de Policiais Rodoviários Federais (PRF/SE).
Segundo Jan Jarab, chefe regional da ONU Direitos Humanos, é fundamental que as investigações iniciadas pela Polícia Federal e o Ministério Público cumpram com as normas internacionais de direitos humanos e que os agentes responsáveis sejam levados à justiça, garantindo reparação aos familiares da vítima. “A morte de Genivaldo, em si chocante, mais uma vez coloca em questão o respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil”, disse ele.
Jan Jarab destaca ainda que: “A violência policial desproporcionada não vai parar até as autoridades tomarem ações definitivas para combatê-la, como a perseguição e punição efetiva de qualquer violação de direitos humanos cometida por agentes estatais, para evitar a impunidade”, disse o chefe para América do Sul.
Por fim, Jarab defendeu a necessidade de mais formação em direitos humanos para as polícias no Brasil, inclusive no combate dos estereótipos negativos contra as pessoas afrodescendentes, bem como na abordagem humana de pessoas com problemas de saúde mental.
Os policiais rodoviários federais envolvidos na abordagem que resultou na morte de Genivaldo, confirmaram no Comunicado de Ocorrência Policial, que utilizaram spray de pimenta e gás lacrimogêneo durante a ocorrência. O documento foi publicado em uma reportagem do The Intercept Brasil, que também divulgou os nomes dos envolvidos. A PRF informou que instaurou procedimento disciplinar e que os policiais foram afastados.
Relembre
Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foi abordado e detido em Umbaúba e morreu por asfixia e insuficiência respiratória.
Na tarde da sexta-feira, 27, ocorreu uma manifestação contra a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante a abordagem a Genivaldo. No ato, foram utilizadas cartazes com a frase “Todo camburão tem um pouco de Navio Negreiro”, fazendo alusão ao poema do escritor brasileiro Castro Alves, que fala sobre o período escravocrata, assim como, uma grande faixa com a frase “Vidas pretas importam”.
por Aisla Vasconcelos
com informações do escritório de Direitos Humanos da ONU para a América do Sul
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