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quarta-feira, junho 30, 2021

Empresário que negociou Covaxin é investigado por contratos com Petrobras, Correios e governo do DF

Publicado em 30 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

CPI da Pandemia, Ricardo Barros e Jair Bolsonaro

Barros e Bolsonaro estão cada vez mais enrolados na CPI

Aguirre Talento, Leandro Prazeres e Paulo Cappelli
O Globo

Na mira da CPI da Covid por intermediar a compra da vacina indiana Covaxin junto ao Ministério da Saúde, o empresário Francisco Emerson Maximiano ascendeu nos negócios graças a uma ampla rede de contatos, que vai do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) a integrantes do PT.

Sua ficha corrida é extensa: ele já foi alvo de investigações envolvendo negócios com os Correios, a Petrobras, o governo do Distrito Federal e o próprio Ministério da Saúde. A defesa de Maximiano nega qualquer irregularidade.

GRANDE SONEGADOR – Antes de ser alvo da CPI, Maximiano já estava sob investigação da Polícia Federal em Brasília desde o início deste ano por suspeitas de pagamento de propina envolvendo um contrato dos Correios. Em fevereiro, a PF determinou sua intimação para prestar depoimento.

Dentro desse inquérito, a Receita Federal fez uma devassa nas finanças do empresário e identificou um dado importante: ele movimentou (créditos e débitos) R$ 22 milhões entre entre 2013 e 2015, período em que declarou rendimentos de apenas R$ 523 mil. Essa discrepância de valores foi classificada pela Receita como “nitidamente incompatível”, já que a movimentação representa mais de 40 vezes o rendimento informado ao Fisco.

AUMENTO DE PATRIMÔNIO – Os auditores fiscais também apontaram “variação patrimonial a descoberto”, ou seja, aumento no patrimônio sem que tivesse lastro financeiro para tal.

Durante a gestão Bolsonaro, o empresário construiu pontes com o filho mais velho do presidente, Flávio. Ele buscou a ajuda do 01 para conseguir uma reunião com o mandatário do BNDES, Gustavo Montezano, realizada em 13 de outubro de 2020. Flávio apareceu como participante da audiência, na qual Maximiano pleiteou recursos do banco para uma empresa sua.

— Conheci (Maximiano) aqui em Brasília, depois que me elegi senador. Fomos apresentados por amigos em comum, mas não lembro exatamente o contexto. Estive com ele duas ou três vezes. Não tenho relação comercial nem empresarial com ele — afirmou Flávio.

NO GOVERNO TEMER – A cronologia dos negócios de Maximiano com o governo federal mostra que ele também foi capaz de conquistar contatos valiosos durante o governo de Michel Temer (2016 a 2018). Em 2017, a Global Gestão em Saúde, do qual ele era sócio, foi contratada pelo Ministério da Saúde para fornecer medicamentos para doenças raras. À época, o ministro da Saúde era o atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros.

O Ministério Público Federal constatou que a Global recebeu R$ 19 milhões de forma adiantada e não entregou os remédios. O MPF entrou com uma ação de improbidade contra Barros, a Global e outras quatro pessoas. Barros nega ter participado de irregularidades no caso.

Com bons canais estabelecidos em Brasília, Maximiano aproveitou a pandemia da Covid-19 para fazer negócios. Foi assim que outra empresa sua, a Precisa Medicamentos, fechou contrato com o governo do Distrito Federal para fornecer kits de testes para detecção da Covid-19.

MAX E O PT – Conhecido nos bastidores de Brasília como Max, o empresário começou a fechar negócios relevantes com o poder público a partir de uma relação com integrantes do PT. Em 2016, porém, acabou delatado pelo ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano (PT). O parlamentar afirmou que repassava pagamentos ilícitos de Maximiano a um diretor dos Correios, para viabilizar a contratação de uma empresa de Max, Global Gestão em Saúde.

A negociata, segundo o delator, garantiu à Global um contrato para fornecer uma espécie de vale-medicamento aos funcionários dos Correios. O servidor pagava um valor mensal e, com isso, teria descontos para comprar remédios em farmácias. A empresa de Maximiano recebeu R$ 62 milhões da Postal Saúde, o plano de saúde dos Correios, para prestar o serviço.

AJUDA DE LOBISTA – Essa investigação começou no Ministério Público Federal em São Paulo, mas parte dela foi enviada à PF de Brasília no início deste ano. Na ocasião, os investigadores detectaram que Maximiano fez pagamentos a um lobista de Brasília que tinha relação com parlamentares do Congresso Nacional. Por isso, a PF decidiu ouvi-lo para saber se os repasses envolviam acertos de propina.

Um contrato semelhante ao dos Correios também foi fechado por Maximiano com a Petrobras, em 2015, no valor de R$ 549 milhões. A estatal, porém, rescindiu o acordo por entender que o programa de medicamentos continha falhas. A Petrobras multou a Global em R$ 2,3 milhões e a proibiu a de firmar novos contratos.

A Operação Falso Negativo, deflagrada no ano passado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), detectou indícios de superfaturamento e fez busca e apreensão na empresa. Maximiano não chegou a ser denunciado. Segundo o MPDFT, as suspeitas envolvendo a Precisa fazem parte de “uma outra vertente de investigação” que atualmente tramita na Justiça Federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se vê, o empresário corrupto vem agindo com liberdade desde o governo petista de Dilma Rousseff, seguiu fazendo fortuna ilícita na gestão de Michel Temer e teve excelente acolhida no governo de Jair Bolsonaro, com apoio direto do filho 01, que se notabilizou ao lavar dinheiro com chocolate. Para não depor, ele alegou ter contraído Covid e estar de quarentena… (C.N.)

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