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sexta-feira, maio 21, 2021

Ernesto Araújo, Eduardo Pazuello, Ricardo Salles e cloroquina: o governo desabou


Charge do Beto (humorpolitico.com.br)

Pedro do Coutto

Os episódios realmente incríveis nos quais estão envolvidos Ernesto Araújo, Eduardo Pazuello, Ricardo Salles e a cloroquina exibida pelo presidente Jair Bolsonaro formam um conjunto insuperável de fatos negativos que, a meu ver, causaram o desabamento do governo.

Eleito em 2018, o presidente que assumiu em janeiro do ano seguinte passou a fazer plena oposição aos compromissos assumidos pelo candidato. Basta ver a composição dos ministérios, tanto pelos nomeados que já saíram quanto pelos que ainda permanecem. Um movimento que não se compreende e muito menos compreende a população brasileira.

BLINDAGEM – O ex-chanceler Ernesto Araújo nega opiniões que ele próprio escreveu em relação à China. O presidente da República chegou ao ponto de dizer que ele próprio também não se referiu à China quando focalizou a pandemia. O general Eduardo Pazuello foi pelo mesmo caminho tentando blindar o chefe do Executivo. A sequência de absurdos não terminou aí.

O ministro Ricardo Salles, que se opõe à defesa do meio ambiente, foi alvo de decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que ordenou a busca e a apreensão de celulares e computadores, além de ter determinado a quebra do sigilo fiscal e bancário, não só de Ricardo Salles, mas também do presidente afastado do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, nomeado pelo próprio antiministro do Meio Ambiente.

O processo foi aberto pela Polícia Federal, com apresentação de denúncia ao STF, e tendo como relator Alexandre de Moraes. O ministro estabeleceu imediatamente a quebra dos sigilos bancários porque a PF detectou operações atípicas, com depósitos superiores aos rendimentos dos envolvidos e em relação aos quais o Supremo identificou a necessidade de explicação.

QUEBRA DE SIGILO – Na Folha de São Paulo a reportagem é de Fábio Serapião e Camila Mattoso. No O Globo de Aguirre Talento, Leandro Prazeres, Marina Muniz, Jussara Soares e Daniel Giulino. As duas reportagens estão plenas de detalhes e  esclarecem os motivos pelos quais o relator na Corte decidiu pela quebra de sigilo.

Não vejo como Ricardo Salles permanecer no cargo de ministro do Meio Ambiente, uma vez que todas as suas atuações são exatamente opostas à preservação do verde da Floresta Amazônica e do Pantanal do Mato Grosso do Sul. O ministro e o presidente afastado do Ibama, segundo a GloboNews divulgou na tarde de quarta-feira, tiveram uma reunião justamente com empresários responsáveis pela derrubada de árvores centenárias.

O ex-superintendente da PF na Amazônia Alexandre Saraiva denunciou a sinistra operação e por isso foi demitido pelo Diretor Geral da corporação, num caráter de absoluta urgência. Ele não recuou, manteve as acusações e pelo visto uma poderosa corrente dos federais formulou a denúncia ao Supremo Tribunal Federal.

EQUIPE QUESTIONÁVEL  – No governo Bolsonaro, a poluição abalou os alicerces e, na minha opinião, decretaram o fim do próprio governo, pois não há governo capaz de resistir a personagens tão questionáveis em sua equipe, incluindo até mesmo os que já foram demitidos, a exemplo do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, transformado em diretor executivo do Banco Mundial. Foi ele que na trágica reunião ministerial de 22 de abril de 2020 atacou os ministros do Supremo e defendeu que os “vagabundos” fossem para a cadeia.

Na mesma reunião, gravada pelo Planalto e liberada pelo ex-ministro Celso de Mello, a nação se deparou com um espetáculo cujo destino deve se tornar um documento inédito da calamidade administrativa e política de um governo que encontra-se em total oposição aos compromissos do candidato. Creio agora que o tema que preocupa é saber como se dará a saída de Jair Bolsonaro do plano alto do Planalto. O país tem um vice-presidente: Hamilton Mourão.

ELETROBRAS – Reportagem de Danielle Brant e Thiago Resende, Folha de São Paulo, focaliza alterações feitas pelo relator da medida provisória do governo, Elmar Nascimento. Um jabuti foi retirado dos galhos da árvore, mas outros permanecem. Entre eles, o que facilita a elevação das tarifas de energia elétrica e ainda por cima determinava a contratação de usinas térmicas à gás natural como condição prévia para a privatização. Os técnicos do setor sabem muito bem que a energia térmica, que inclui tanto o gás quanto o óleo diesel, tem o custo maior do que as hidrelétricas.

As hidrelétricas têm o problema dos reservatórios de lagoas e rios. Quando o nível desce , no caso das barragens, aí sim a necessidade de se acionar as termelétricas. Mas em caráter permanente é um absurdo. Além disso, o ministro Paulo Guedes propôs um preço básico de R$ 16 bilhões. Pouquíssimo tanto em relação ao ativo  de Furnas, Chesf, Eletrosul, Eletronorte e a rede de transmissão que Furnas aciona distribuindo a energia proveniente de Itaipu.

Esse foi o valor oferecido por um consórcio formado pela Claro, pela Tim e pela Vivo para assumir o ativo e o passivo da Oi Telecom. Volto a perguntar, se a Oi vale R $16 bilhões, quanto valerá a Eletrobras?

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